Foi no Estádio Municipal de Barcelos que o Vianense recebeu o Benfica para mais uma eliminatória da Taça de Portugal, na qual o "grande" se estreou. Numa vitória que custou ao Benfica bastante suor, com oportunidades desperdiçadas e golos flagrantes falhados, o resultado conquistado acabou por ser 1-2, com as águias a sobreviverem até à próxima ronda da competição. Para a história ficam Carcela e Jardel como os heróis que possibilitaram, com os seus golos, a vitória do último reduto da Luz. 

1ª parte: Tiro de Carcela escondeu uma exibição tímida das águias

O bloco inicial da partida não foi particularmente interessante, faltando claramente oportunidades para ambas as equipas e situações flagrantes de golo, com o Vianense a acabar os 45 minutos iniciais sem qualquer remate à baliza de Júlio César. Com Rui Vitória a promover cinco alterações no onze habitual do Benfica (Sílvio, Fejsa, Pizzi, Carcela e Nuno Santos foram titulares), as águias passaram a primeira hora de jogo sem se destacarem e a promover alguns bocejos nas bancadas. Contudo, o estado de dormência não durou para sempre e o Benfica foi mesmo capaz de assegurar a vantagem antes de o apito do árbitro soar para o intervalo – Carcela fez as redes do Estádio Municipal de Barcelos agitarem-se ao minuto 37, após ganhar o esférico e sem desperdiçar a oportunidade.

Motivado pelo golo, Mitroglou também se destacou na procura pelo alargamento da vantagem, mas o remate não resultou como o grego esperava e o golo não apareceu. Também Sílvio tentou a sua sorte ao rematar com potência, mas o guardião Jonas não se deixou intimidar e destacou-se a defender a investida. Até ao intervalo não mais situações foram registadas, prevalecendo uma exibição encarnada bastante longínqua do esperado, em que os visitantes precisariam de entrar com mais garra e ambição na 2ª parte para resolver o jogo com mais facilidade e menos preocupação.

2ª parte: Jardel desatou o nó

A segunda parte contrastou em larga medida com a primeira, onde o Benfica só se pode culpar a si próprio de não ter resolvido a eliminatória tranquilamente, visto que teve três oportunidades claras que desperdiçou.

Na primeira meia hora da 2ª parte o Benfica demonstrou-se com muita dinâmica e alguma velocidade nos flancos. De facto, Mitroglou esteve pertíssimo de fazer o segundo da partida com um cabeceamento ao poste e mais tarde com o pé direito a falhar o alvo por centímetros. Também Pizzi esteve perigoso, mas o guardião do Vianense resolveu de forma incrível as iniciativas das águias. Apesar do desgaste físico do modesto emblema do Vianense, a verdade é que a equipa de Andres Madrid reagiu nos 15 minutos finais, com Dede a rematar pela primeira vez aos 75 minutos, naquele que foi o primeiro remate do jogo para a equipa da casa, remate este que Júlio César defendeu com segurança mas que serviu de aviso ao guardião.

Pouco depois, Coulibaly pegou no esférico e com o pé direito levou o lance até às redes de Júlio César com um tiro potente e sem hipótese defesa, naquela que foi uma jogada infeliz para a defesa das águias. O empate prolongou-se e o Vianense ameaçou mesmo a vitória, ficando o herói Júlio César para a história ao impedir que tal desfecho se verificasse: a instantes do minuto 90 o guardião defendeu um remate fantástico que deixou o Vianense perto de marcar o seu nome na História. Isto pareceu motivar o Benfica que acordou do susto e, na sequência de um canto, Jardel, solto de marcação, faturou na área, aproveitando a péssima organização da defesa do Vianense.

No final, este resultado revelou-se justo na globalidade do jogo, mas não deixou de ser evidente que a equipa de Rui Vitória tinha obrigação de correr mais e ser mais eficaz, valendo o resultado numa exibição tímida que foi o suficiente para eliminar o adversário. Este, por sua vez, também esteve sólido a defender mas demonstrou-se inexperiente nas horas cruciais do jogo. Destaque sobretudo para Nuno Santos e Carcela, do lado das águias, que aproveitaram a oportunidade que lhes foi dada para dar nas vistas.