O FC Porto atingiu hoje os sete pontos na fase de grupos da Liga dos Campeões, mostrando, perante o seu público, a superioridade assinalável sobre o fraco Maccabi Telavive, que apenas por uma ocasião foi capaz de colocar Iker Casillas em sobressalto. Os portistas dominaram o encontro de fio a pavio e foi a conexão africana entre Vincent Aboubakar e Yacine Brahimi a fixar o resultado em 2-0.

Neves maduro, Aboubakar e Brahimi em grande plano

Não fosse a pontaria dos dragões estar algo descalibrada, o resultado poderia de facto ter tomado contornos de goleada, mas o FC Porto não carregou a fundo do acelerador, limitando-se, inteligentemente, a gerir uma partida totalmente controlada ante um adversário débil que não soube ter discernimento necessário para tentar golpear o dragão no contra-ataque. Com um meio-campo formado por Rúben Neves, Giannelli Imbula e André André, o FC Porto cedo manietou o Maccabi mas o golo surgiu apenas aos 37 minutos.

Com conta, peso e medida, o mexicano Miguel Layún centrou para a área e, ao segundo poste, o camaronês Vincent Aboubakar, oportuno, cabeceou para o fundo das redes, inaugurando o marcador. O internacional dos Camarões quebrou o jejum de golos (não marcava desde o bis ao Dinamo Kiev) e adiantou o Porto na marcha do marcador, que viria a sofrer novo empurrão aos 41 minutos, por intermédio de Yacine Brahimi. Aboubakar, em destaque novamente, descobriu Brahimi e este, na cara de Rajkovic, atirou sem tremer para o fundo das redes.

Na segunda parte, o FC Porto limitou-se a gerir os inócuos ímpetos dos israelitas, que esbarraram sempre na segurança defensiva de Marcano, Martins Indi, Layún e Maxi Pereira, coadjuvados quer por Rúben Neves (exibição de grande maturidade táctica) quer por Danilo Pereira, que entrou na segunda metade do duelo. Cristian Tello, que entrou para agitar as águas na etapa complementar, ainda viu a bola beijar o poste após um cruzamento seu, desviado (quase fatalmente) por um defesa do Maccabi Telavive.

Razões para sorrir a Norte: Neves recordista na vigésima vitória seguida 

Este jogo deixa marcas positivas em termos desportivos (o Porto dá um passo firme rumo ao apuramento) mas também fixou recordes que são razão para deixar a família portista feliz: não só Rúben Neves se tornou o capitão mais jovem deste formato da UEFA Liga dos Campeões (apenas 18 anos e 221 dias) como o Porto do basco Julen Lopetegui chegou aos 20 triunfos consecutivos, suplantando o histórico e memorável Porto da era de José Mourinho.

Contestado na sua época de estreia em Portugal, Julen Lopetegui consegue esta temporada um feito digno de elogio: quebrou o recorde pertencente a José Mourinho e voltou a demonstrar credibilidade internacional, juntando ao seu pecúlio europeu mais um triunfo que consolida a sua boa carreira na grande prova dos milhões. Depois dos quartos-de-final de 2014/2015, Julen Lopetegui aponta baterias para o apuramento para os oitavos-de-final, reforçando a sua posição no Dragão e confirmando que a «Champions» parece mesmo ser o seu forte.