Já lá vai o tempo em que o Manchester United alcançava, com relativa facilidade, os três pontos contra o eterno rival de azul e branco. À medida que o tempo foi passando, o Manchester City sofreu uma grande alteração na estrutura - fruto do investimento desacerbado do Sheikh Mansour - e "acordou" uma das rivalidades mais antigas em Inglaterra. Após esta reestruturação, os Citizens alcançaram várias vitórias importantes e o primeiro título depois de uma seca que durou mais de quarenta anos.

Nos últimos doze encontros entre United e City, a bola embateu nas redes mais de trinta vezes. Talvez por esta razão, esperava-se uma tarde de futebol espectáculo em Old Trafford. Contudo, num encontro atípico, as duas equipas anularam-se e provocaram bocejos nas bancadas.

Com David Silva e Sergio Aguero na enfermaria, Pellegrini escolheu um onze defensivo (com Fernando e Fernandinho a segurarem o miolo do meio-campo) para fazer frente às iniciativas individuais de Anthony Martial. No ataque, sem grande surpresa, Bony foi o escolhido para causar estragos nas redes dos Red Devils. Do lado da equipa da casa, Van Gaal tinha uma responsabilidade acrescida face ao recente desaire em casa do Arsenal e o resultado aquém das expectativas (1-1) contra o CSKA na Liga Europa. Porém, o treinador holandês deixou Depay no banco e voltou a apostar num 4-2-3-1 que parece favorecer muito pouco o ataque dos Red Devils.

Rooney foi engolido pelos defesas do City (Fonte: Daily Mirror)

Num jogo sem história, a primeira parte mostrou um futebol cinzento com ambas as equipas sem criar qualquer tipo de oportunidades. Na verdade, os primeiros quarenta e cinco minutos foram completamente o oposto do futebol total que se vive em Inglaterra: não houve qualquer oportunidade de golo, muitos passes falhados e surgiram bocejos nas bancadas de Old Trafford.

No segundo tempo os treinadores não efectuaram qualquer substituição e ficou sempre a sensação que estavam satisfeitos com o empate. O United tomou conta do jogo (com uma posse de bola consentida pelo adversário) mas continuava sem se aproximar da baliza defendida por Joe Hart. O City perdia, constantemente, o esférico e tornava-se claro que Bony não conseguia esticar o jogo para os extremos. O avançado não recuava e estava sempre um passo atrás dos defesas do United.

Decorridos cinquenta e quatro minutos, Pellegrini decidiu tirar Sterling (que passou muito ao lado do jogo) e lançar Navas com o intuito de mexer com o marcador. Mas ficou tudo na mesma. Os Citizens continuavam sem chegar à area adversária e sempre que tentavam iniciar uma construção de jogo, perdiam a bola. Van Gaal também mexeu na equipa e colocou Jesse Lingard no lugar de Mata e os Red Devils subiram, um pouco, de rendimento no último terço do campo.

Quando faltavam vinte minutos para o final do encontro, surge a primeira e única oportunidade de golo da tarde. Anthony Martial faz um passe teleguiado para área e descobre Lingard que rematou, já em esforço, à trave da baliza dos Citizens.

Num derby sem heróis, o principal destaque vai para a exibição imperial de Otamendi no centro da defesa que bloqueou os movimentos de Rooney. Com este resultado, o City lidera a tabela classificativa mas apenas na diferença de golos marcados e golos sofridos, visto que, tem os mesmos pontos (22) que o Arsenal. Na próxima jornada, os Red Devils deslocam-se a Selhurst Park para defrontar o Crystal Palace e os Citizens recebem, no Etihad, o Norwich.