Cá se fazem, cá se pagam, disse hoje o Benfica, na Luz, perante o Galatasaray. Na quarta ronda da fase de grupos da UEFA Liga dos Campeões, as águias devolveram o resultado obtido pelos turcos no Turk Telekom Arena, na jornada três da prova. No regresso aos jogos na Luz após o desaire marcante frente ao Sporting, para o campeonato, o Benfica fez as pazes com as bancadas e atingiu os 9 pontos no Grupo C, isolando-se no comando.

Gaitán liderou Benfica rumo à liderança do grupo

Antes do juiz da partida apitar para o primeiro toque na bola na Luz, já o líder do Grupo C Atlético Madrid tinha tropeçado inesperadamente no reduto cazaque do Astana, permitindo ao Benfica ascender à liderança incontestada do grupo em caso de vitória frente ao Galatasaray. Com essa possibilidade em mente, o Benfica entrou bem na partida, mostrando capacidade para atormentar o sector defensivo turco - Gaitán, após bela roleta, deu o primeiro aviso.

Se aos dois minutos o argentino esteve perto de ameaçar a baliza do uruguaio Muslera, aos cinco o Benfica obrigou mesmo o guarda-redes a trabalhos árduos: Gaitán descobriu Raúl Jiménez, este rematou para boa defesa de Muslera, e, na recarga, o diez encarnado atirou para fora. As oportunidades do Benfica sucediam-se mas o acerto de Jonas tardava em chegar. Por outro lado, o desacerto defensivo das águias parecia latente e potencialmente perigoso - tanto Jardel como Luisão iam mostrando falhas ocasionais passíveis de enervar o colectivo.

Jonas marcou mas Podolski levantou a incerteza

Com um meio-campo longe da consolidação táctica (ausência de Samaris e entrada de Talisca para a função 8), o Benfica estendia o seu jogo com desenvoltura mas também dava indícios de razoável fragilidade na transição defensiva. Aos 52 minutos, o Benfica chegou ao golo após uma jogada estudada: Gaitán levantou para a área, Jardel, ao segundo poste, cabeceou para o coração da área, Luisão amorteceu e Jonas atirou para o fundo das redes. 

Mas quem imaginava que o golo encarnado, aquele que quebraria o gelo, viria a tranquilizar a equipa, enganou-se. O Galatasaray ganhou corpo e demorou apenas seis minutos a empatar a partida, novamente Podolski, que já marcara no duelo na Turquia, disparou um tiro potente e voltou a bater o brasileiro Júlio César. A descoordenação defensiva de Luisão e Jardel ajudou o internacional alemão a igualar a contenda, num remate cruzado que deixou a Luz apreensiva.

Luisão decidiu e pediu «respeito», Júlio César e Eliseu salvaram a noite à beira do fim

Mas também aqui o golo turco veio somente dar força ao adversário: o Benfica voltou a agarrar no jogo pelos colarinhos, subindo as suas linhas e empurrando claramente o Galatasaray para dentro da sua área. Com um Gonçalo Guedes esforçado e incansável e um Gaitán sempre perigoso, o Benfica avisou Muslera aos 62 minutos (Jiménez falhou o alvo) e aos 67 voltou a celebrar, após centro do mexicano e remate colocado de Luisão. O capitão celebrou exigindo «respeito», numa resposta às críticas generalizadas direccionadas à equipa após o descalabro diante do Sporting.

Já com Mehdi Carcela em campo, o Benfica viu o seu maestro Gaitán ser expulso (duplo amarelo) aos 85 minutos, ficando as águias reduzidas a dez, à mercê duma previsível avalanche ofensiva de última hora do Galatasaray. Antes, aos 84 minutos, o Benfica tinha tido a oportunidade de arrumar as incertezas no bolso, mas o perdulário Raúl Jiménez, após assistência de calcanhar de Gaitán, rematou para excelente defesa de Muslera. Aos 90+2, a Luz congelou por um segundo, quando, Umut Bulut, na cara de Júlio César, falhou o alvo devido ao brilhantismo do «keeper» brasileiro, que salvou a noite. Eliseu, na ressaca, impediu o 2-2 interceptando a recarga de Oztekin.

Com esta vitória, o Benfica isolou-se na liderança do Grupo C, com 9 pontos contra 7 do Atlético Madrid e 4 do Galatasaray, ficando com o apuramento praticamente selado. Jonas marcou o seu primeiro tento na «Champions» com a camisola das águias, enquanto o Benfica de Rui Vitória atinge um feito significativo: nunca o Benfica tinha somado 9 pontos nas primeiras quatro jornadas da fase de grupos neste formato da prova desde que os triunfos valem 3 pontos. 

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