Tendo controlado a partida desde o início, o Benfica não cedeu perante a impaciência ao defrontar um Boavista organizado no sector defensivo, empenhado em retardar o golo dos encarnados e jogar um pouco com a intranquilidade dos adeptos e até dos próprios jogadores. Ainda que sem grande perigo ou sem grande número de oportunidades, os homens de Rui Vitória jogaram quase sempre no meio campo axadrezado, contra uma equipa que esteve muito tímida no processo ofensivo.

Após tentativas de Jímenez e Jonas, o Benfica chegou ao golo ao virar do minuto 39: jogada de insistência do Benfica após canto cobrado à esquerda, e Gaitán a descobrir Gonçalo Guedes a entrada da área de Mika, que de primeira e com frieza, atirou colocado para o fundo das redes defendidas pelo guarda-redes luso-suiço. Terceiro golo do mais recente internacional A português na presente edição da Liga NOS, com Gaitán a fabricar a sua sétima assistência. Sem mais nota digna de registo, as equipas foram para intervalo com 1-0 no marcador.

Numa segunda parte já com maior ritmo ofensivo por parte do Benfica, Talisca e Jonas viram os seus esforços para ampliar a vantagem esbarrar no ferro da baliza axadrezada e Gonçalo Guedes, que com uma grande arrancada, não consegui dar o melhor seguimento ao lance quando, isolado perante Mika, tocou para a entrada da área, zona onde não se encontrava ninguém para finalizar. Ainda assim foi com naturalidade que o Benfica ampliou a vantagem: aos 88’, grande jogada de Gaitán pela esquerda, que assiste Jardel no segundo poste. O central brasileiro (que cada vez mais se vai assumindo como substituto natural de Luisão) cabeceou à trave, mas Mehdi Carcela, recém-entrado para o lugar de Jonas, emendou da melhor forma perto da marca de grande penalidade, fixando o resultado final em 2-0.

Nota de destaque ainda para, perto do final, a entrada de Renato Sanches, com o jovem médio a estrear-se com a camisola do Benfica perante os seus adeptos, arrancando um aplauso reveladora da esperança encarnada no talento da nova coqueluche do Caixa Futebol Campus, e ainda para a expulsão por duplo amarelo do médio Idris.

No Benfica, nota para as exibições positivas de Sílvio e Gonçalo Guedes, que deram profundidade e segurança ao flanco direito encarnado, algo que tem faltado na equipa de Rui Vitória, e para Carcela, que vai pedindo mais minutos; ainda assim, menos bem esteve Raul Jímenez que, talvez já fruto de alguma frustração por estar de costas voltadas para o golo, vai tardando em justificar o forte investimento que representou nos cofres do Benfica.

Do lado do Boavista, é difícil encontrar nota de destaque face ao jogo praticamente inexistente que produziu, ilustrativo da enorme diferença de qualidade que o conjunto de Petit tem face às mais fortes equipas do campeonato.