Depois da vitória titubeante frente ao lanterna vermelha Tondela (onde o golo de Brahimi e a defesa de Iker Casillas fizeram a diferença), o FC Porto deixou a palidez de lado e voltou aos triunfos gordos e convictos, ainda que contra outra formação repleta de fragilidades extremas. Com quatro golos sem resposta, os Dragões cilindraram o União da Madeira sem sequer pressionar em demasia o acelerador: a distância para o Sporting é agora, contas acertadas, de apenas dois pontos.

Historial recente na Madeira é negro para Lopetegui

No acerto de calendário (relembre-se que o União x FC Porto havia sido adiado no passado 30 de Outubro), o Porto de Julen Lopetegui conseguiu, finalmente, exorcizar parte dos fantasmas daquela que para si tem sido a  'ilha maldita', batendo o União da Madeira com facilidade; o historial do Porto tem sido, sob reinado de Lopetegui, adverso em terras madeirenses - nas últimas quatro deslocações, o Dragão não vencera qualquer partida (duas derrotas e um empate contra o Marítimo e um empate diante do Nacional).

O Marítimo tem sido, de facto, o pesadelo de Lopetegui: na época passada, o Porto perdeu por 1-0 para a Liga NOS (golaço de Bruno Gallo) e voltaria a perder nos Barreiros para a meia-final da Taça da Liga (2-1). Já esta temporada, os Leões da Madeira travaram o clube nortenho (1-1), aguçando a malapata recente. Mas, na Choupana, também houve desgosto azul - o empate diante do Nacional impediu o Porto de se aproximar ameaçadoramente do Benfica, na luta pelo título nacional de 2014/2015.

Nevoeiro extinguiu-se e Porto lá serrou a Madeira mais frágil

Mas ontem, numa noite que se livrou, a tempo, do pairante nevoeiro, o FC Porto 'serrou a Madeira mais frágil', aplicando quatro tentos que resultaram num triunfo incontestável. Sem Maicon no onze (perdeu a titularidade após a penalidade cometida diante do Tondela) e com as surpresas Herrera e Osvaldo a alinharem de início, o Dragão cedo percebeu que traria três fáceis pontos da ilha. O primeiro golo surgiu aos 12 minutos, pelo médio mexicano, a passe perfeito de outro mexicano, Miguel Layún

Entre o tento inaugural e o segundo golo, o União nem tempo teve para respirar: depois minutos depois, com um tiro colocado à entrada da área, Yacine Brahimi voltou a marcar na Liga, depois do tento decisivo que permitiu ao Porto ganhar, sofregamente, ao Tondela. Aos 23 minutos, num lance de sorte, Jesús Corona voltou a oferecer um golo mexicano ao jogo, através de um cruzamento que se transformou (para infelicidade de André Moreira) num remate de 30 metros parado apenas pelas redes madeirenses.

Na segunda parte, Norton de Matos tentou agitar a mentalidade táctica do União, lançando Cádiz e Breitner, mas não houve reanimação. O Porto, controlador, tornou o jogo previsível, baixando o ritmo e manietando a partida com tremenda facilidade. Houve ainda tempo para dois acontecimentos dignos ressalva: a expulsão do atacante Osvaldo, por pretensa entrada agressiva sobre Paulo Monteiro (vermelho directo aos 74 minutos) e o tento final, aos 90+1, mediante cabeçada de Danilo Pereira após nova assistência de Layún.

Nova exibição meticulosa: Miguel Layún assiste como poucos

Destaque para a precisão dos cruzamentos do mexicano Layún, que demonstra estar ao nível dos melhores assistentes desta Liga; o mexicano realizou dois passes para golo e reforçou o estatuto de criador de golos no reino portista. A sua contratação, à última hora, foi, de facto, uma adição importante à esquadra de Julen Lopetegui, e a versatilidade do internacional vindo do Watford será outro trunfo para esta época 2015/2016.