Depois da vitória mais robusta do campeonato na Madeira, o FC Porto recebeu, esta noite, o Paços de Ferreira num jogo que marca o arranque de um ciclo infernal de 5 jogos em 15 dias, entre os quais as decisivas deslocações a Londres (já na próxima quarta-feira) e a Santa Maria da Feira, jogos em que o FC Porto joga a continuidade na Liga dos Campeões e Taça de Portugal, respectivamente. Assim, perante o contexto, pedia-se um FC Porto com uma entrada fortíssima. Era importante vencer para pressionar o Sporting mas, se possível, era importante resolver cedo a partida porque a semana seria muito exigente.

Do lado do Paços de FerreiraJorge Simão procurou montar uma equipa que se conseguisse alhear completamente desta realidade e, sempre com o foco no contra-ataque, em especial no falso extremo Jota, no rapidíssimo Edson Farias e no ponta-de-lança Bruno Moreira. No meio campo Pelé e Romeu Rocha formaram um dulpo-pivôt que procurava manter a solidez defensiva.

Julen Lopetegui procedeu a três alterações relativamente aos onze que, a meio da semana, venceram por 4-0 na Madeira. A mais relevante dessas alterações foi a entrada de Rúben Neves para o lugar de Danilo Pereira, sabida que é a maior capacidade de saída de bola do jovem dragão relativamente ao ex-Marítimo. Além de Rúben, Maicon e Aboubakar regressaram ao onze (Maicon esteve algum tempo lesionado e Aboubakar tinha perdido o lugar para Osvaldo por opção).

Paços marca cedo e provoca assobios nas bancadas do Dragão

Apesar da necessidade dessa entrada forte, a verdade é que, com apenas 7 minutos de jogo, o Paços de Ferreira o que nenhuma equipa, no campeonato, desde a derrota do FC Porto por 2-0 frente ao Benfica de Jorge Jesus, fazia: marcou. Na sequência de um canto, o capitão Ricardo ganha uma segunda bola, isola Bruno Moreira que não desperdiça e põe os pacences em vantagem. O FC Porto estava perante um desafio que, sob o comando de Lopetegui, nunca conseguira cumprir: reverter uma desvantagem.

Durante os primeiros 20 minutos, o Paços fez por justificar a vantagem (os assobios vindos das bancadas eram indisfarçáveis). Sendo certo que o FC Porto tinha mais bola, os pacences sempre se mostraram muito disponíveis para causar estragos na defesa dos dragões que só de bola parada criavam perigo na baliza de Marafona. Ainda assim, com o tempo, a bola começou a fluir melhor entre os jogadores azuis-e-brancos, surgindo um mexicano como o jogador  portista mais inconformado, falo de Jesús Corona. Foi precisamente ele que, aos 28 minutos, cheio de classe e à saída de Marafona, depois de receber uma bola de Yacine Brahimi, finalizou para o empate que, apesar do crescimento dos dragões, duraria até ao intervalo.

Após empate de Corona, Paços desvaneceu-se

A partir do empate, o Paços de Ferreira não mais existiu na primeira parte. Apesar do FC Porto também não ter conseguido criar muitas situações, a verdade é que podia ter feito o 2-1 ainda antes do fim dos primeiros 45 minutos. Primeiro foi Corona, que depois de receber um passe de André André não conseguiu bisar e permitiu a defesa de Marafona e depois, já no período de descontos, foi Herrera e desperdiçar uma oportunidade soberana para a vantagem dos dragões. Cruzamento da esquerda de Layún que Aboubakar amortece, e o mexicano, sozinho e em posição frontal, não consegue marcar.

Era o último lance da primeira parte e, para a segunda parte, estava tudo em aberto num jogo que até aí tinha sido bem disputado e que prometia não se resolver facilmente. O segundo tempo começou nos mesmos moldes com que o primeiro tinha terminado. Assistia-se a um FC Porto determinado e comprometido perante um Paços de Ferreira que, depois de ter sido altamente eficaz, defendia um resultado que lhe era favorável.

Infantilidade de Baixinho custo tento da vitória portista

O golo podia ter surgido por Aboubakar que, na sequência de uma boa jogada individual de Brahimi, atirou por cima, mas acabaria mesmo por surgir aos 65 minutos na sequência de um penalty assinalado sobre Herrera. O lance nasce de um mau passe do central Marco Baixinho, que põe em dificuldades o seu guarda-redes, Herrera antecipa-se e depois é abalrroado pelo mesmo Marco Baixinho. Chamado a converter, Layún não desperdiçou e deu ao FC Porto a vantagem que, de certa forma, os dragões já faziam por merecer.

Logo a seguir ao golo dos azuis-e-brancos, ambos os técnicos mexem nas equipas e a toado do jogo altera completamente. No FC Porto, Danilo Pereira substituiu André André e ajudou a reforçar o meio-campo e, do lado do Paços de Ferreira, Fábio Martins substituiu Andrezinho e os castores passaram a assumir um claro 4-4-2.

A posse de bola foi mais repartida e o FC Porto tentou gerir o jogo e o esforço, espreitando um contra-ataque que podesse matar a partida. O 3-1 acabaria por não surgir, apesar de uma boa oportunidade de Tello já perto do fim, a que Marafona respondeu com uma grande defesa. Terminada a partida, nota para uma grande atitude do Paços de Ferreira que manteve a incerteza no resultado até ao fim e obrigou o FC Porto a sofrer para garantir 3 importantíssimos pontos que, ainda assim, não devem sofrer contestação

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