O Benfica chegava à 13ª jornada sabendo que era imperial conquistar os três pontos, de forma a manter distâncias para os dois primeiros classificados do campeonato, Sporting e Futebol Clube do Porto respectivamente. Partindo deste pressuposto, Rui Vitória fez alinhar aquele que tem sido o seu onze base nas últimas partidas do campeonato, exceptuando a saída de Gaitán, por lesão. Pela frente os encarnados sabiam que iriam encontrar um Vitória de Setúbal organizado e bem liderado, que até então ainda não havia perdido em casa.

Domínio benfiquista evidenciado por Pizzi

Os primeiros minutos de jogo mostraram as duas equipas a tentar encaixar as suas ideias no terreno de jogo. Nesta etapa, o Vitória de Setúbal procurava ameaçar as redes encarnadas, destacando-se o avançado Suk, que descaindo muitas vezes para as alas procurava destabilizar a defensiva encarnada. A partir dos vinte minutos de jogo, o Benfica começou a tomar conta da partida, para isto muito contribuiu a pressão exercida pelos dois homens do miolo, Samaris e Renato Sanches que condicionavam a saída de jogo do Vitória logo no primeiro terço do terreno. Neste ponto importa destacar o papel que Gonçalo Guedes e principalmente Pizzi assumiam na organização táctica do Benfica, funcionando como terceiros médios e garantindo desta forma o domínio do meio-campo.

Foi durante este período de maior ascendente que o Benfica chegou ao golo que desbloqueou a partida, através de uma iniciativa individual de Pizzi, ficando todavia a ideia de que o guardião sadino Ricardo é mal batido. O Vitória sentiu o golo sofrido, e desorganizou-se nos minutos seguintes, tendo Jonas aproveitado para dilatar a vantagem encarnada aos 38 minutos de jogo, após um bom cruzamento de André Almeida. A equipa do Benfica chegava assim ao segundo golo que lhe garantia ao intervalo uma vantagem segura face a um Vitória de Setúbal sempre incómodo nas transições ofensivas.

Vitória carregava na busca do empate, Benfica respondia em ataques rápidos

A segunda parte trouxe um Vitória de Setúbal revigorado, que procurou desde cedo reduzir a desvantagem no resultado. Neste período os sadinos iam incomodando os encarnados através da velocidade dos seus extremos, Arnold André Horta, mas também de Suk. O sul-coreano foi aliás a principal nota de destaque do Vitória, sendo um verdadeiro quebra-cabeças para a defensiva encarnada.

Benfica procurava responder através de ataques rápidos, aproveitando as perdas de bola do Vitória no meio-campo (neste ponto Rúben Semedo teve uma noite para esquecer).  Foi num destes lances, que Mitroglou fez o 3-0, após um passe magistral de Jonas a rasgar toda a defesa sadina. Isto após o mesmo Jonas ter desperdiçado uma situação semelhante minutos antes, isolado perante Ricardo. Ao contrário do que seria esperado o golo não atemorizou o Vitória que reduziu minutos depois por Vasco Costa, que havia entrado ao intervalo. O golo serviu de tónico para os minutos seguintes, onde o Vitória carregou na busca de um golo que lhe permitisse reabrir a discussão da partida, tendo obtido uma série de cantos, e encostado o Benfica à sua defesa. Valeu aos encarnados neste período Lisandro López, que foi praticamente intransponível no centro da defesa encarnada.

A confirmação da vitória nos pés de Mitroglou

Apercebendo-se que o Benfica estava a perder o controlo de jogo, Rui Vitória lançou Djuricic para o lugar de Jonas, de forma a reequilibrar a equipa e a garantir um maior controlo da posse de bola. A verdade é que o sérvio que ainda não tinha jogado esta época, entrou bem no jogo, e foi essencial nos minutos que se seguiram. Num ataque rápido o Benfica iria chegar ao quarto golo, após uma boa arrancada de Djuricic, que seria finalizada por Mitroglou num lance que teve tanto de confuso como caricato. O golo da tranquilidade encarnada surgiu contra a corrente do jogo e teve o condão de estancar a reacção do Vitória na segunda parte, que

balanceado por um público incansável acreditou quase até ao fim que o empate seria possível. O jogo não iria terminar sem que o Vitória de Setúbal reduzisse novamente, desta vez por Suk, fixando o resultado final. O Benfica garantiu assim a conquista dos três pontos num campo onde ainda nenhuma equipa havia vencido este ano, resultado que lhe permite manter distâncias para os líderes. Do lado do Vitória, deve-se enaltecer a entrega à luta dos homens de Quim Machado, que nunca se renderam ao longo de toda a partida, confirmando as boas indicações deixadas até agora no campeonato.