No primeiro jogo fora do Real Madrid desde que Zinedine Zidane assumiu o cargo de treinador do clube merengue, o Real sabia que era essencial conquistar os três pontos em Sevilha frente ao Bétis de forma a não deixar o seu grande rival Barcelona aumentar distâncias na frente da tabela classificativa.

Do lado do Real, Zidane promoveu apenas duas alterações em relação à última partida do Campeonato, entrando Danilo para a lateral direita e James para substituir o lesionado Bale. Na antevisão da partida, Zidane havia vincado a ideia de que o Real teria de entrar comprometido caso quisesse sair de Sevilha com os três pontos, pese o momentos menos bom do Bétis que já não marcava em jogos para o campeonato há seis jornadas.

1ª parte: Futebol espectáculo nos pés de Cejudo

Quem esperava uma entrada forte do Real Madrid em Sevilha cedo percebeu que tal não iria acontecer. Contrariamente ao que seria expectável, os primeiros minutos de jogo mostraram um Bétis com claro ascendente na partida, onde através de uma enorme pressão sobre os jogadores do Real o clube de Sevilha ia dificultando a construção de jogo merengue logo no primeiro terço do terreno, procurando sair em contra-ataques rápidos que pusessem em perigo as redes à guarda de Keylor Navas.

Foi assim que surgiu, aos seis minutos da partida, o primeiro golo do jogo onde, após grande jogada individual de Fabián, Cejudo inaugurou o marcador no estádio Benito Villamarin com um grande remate de fora da área. O golo intranquilizou os jogadores do Real que continuaram a denotar uma enorme passividade na procura da bola, e deste modo perdiam frequentemente os duelos a meio-campo, onde o duplo pivot do Bétis, constituído por N'Diaye e Petros, exercia a sua lei no centro do jogo.

Com o passar dos minutos o Real foi conseguindo cimentar o seu futebol através de uma maior posse de bola, que todavia era consentida pelo Bétis que obrigava os jogadores do Real a lateralizar demasiado o jogo sem provocar grandes desequilíbrios na defensiva contrária. À boa organização defensiva o Bétis juntava a velocidade nas transições ofensivas, procurando desta forma surpreender o Real e deixar a ideia de que um segundo golo era possível antes do intervalo. Sintomático do desnorte merengue na primeira parte é a perdida incrível de Cristiano Ronaldo aos 32 minutos de jogo, que isolado perante Adán rematou muito ao lado da baliza do antigo guarda-redes blanco.

Aos 34 minutos ficou um penálti claro por marcar a favor do Real por falta sobre Benzema, em que o árbitro Juan Martínez Munuera mandou jogar. Até ao intervalo destaque apenas para mais um bom cabeceamento de Pepe, na sequência de uma bola parada que saiu junto ao poste esquerdo da baliza do Bétis.

2ª parte: Boa prestação do Real parada por Adán

A segunda parte começou praticamente com uma dupla oportunidade para Karim Benzema, valendo ao Bétis Adán, que com duas excelentes defesas impediu o empate merengue. Com o passar dos minutos o Real aumentou a intensidade na procura da bola, onde Modric a meio-campo, bem auxiliado por Isco e Kroos, começava a assumir toda a construção de jogo blanco. Faltava porém mais largura ao futebol do Real, que demasiadas vezes recorria ao jogo interior para tentar almejar a baliza contrária.

A entrada de Carvajal para o lugar de Danilo acabou por ser essencial no desenrolar da partida, passando os merengues a explorar mais as suas laterais e deste modo expondo mais o Bétis a situações de perigo. A maior objectividade do Real Madrid teve resultados ao minuto 70 quando Benzema, após uma excelente jogada individual entre Kroos e James, empatou a partida em Sevilha. Contudo, fica a ideia de que James está em fora-de-jogo antes de assistir o francês para o empate. O golo serviu de tónico para os minutos que se seguiram, onde o Real acentuou a pressão sobre os jogadores contrários e remeteu o Bétis à sua defesa durante os últimos 20 minutos da partida. Para este ponto muito contribuiu o desgaste dos jogadores da casa, que começavam a acusar o enorme esforço da primeira parte.

Conscientes de que o empate não servia as suas aspirações, o Real aumentou a intensidade na partida e as oportunidades de golo foram-se sucedendo. Primeiro é James aos 78 minutos que atira de fora área para enorme defesa de Adán; no minuto seguinte é Benzema que volta a falhar na cara do seu antigo companheiro de equipa. Adán foi, aliás, um autêntico muro na baliza do Bétis, negando por diversas ocasiões o golo da vitória aos atacantes do Real Madrid.

Nos últimos minutos da partida o jogo partiu-se e Real Madrid e Bétis tiveram oportunidades para vencer. Primeiro Ronaldo, bem servido por Isco, a rematar forte ao lado da baliza. No minuto seguinte é a vez do Bétis reclamar penálti, ficando a ideia de que Digard é mesmo carregado em falta por Varane. Aos 91 minutos surge a última grande oportunidade da partida quando Rúben Castro ficou a centímetros do golo da vitória para os da casa.

Com o jogo a acabar num empate a 1 bola, o Real Madrid voltou a escorregar fora de portas na liga espanhola, ficando a 4 pontos da liderança. Estes pontos de diferença poderão, contudo, ser sete, caso o Barcelona vença o jogo que tem em atraso na liga. Na estreia de Zidane fora de casa, o Real acabou por ser castigado pela forma passiva como encarou a primeira metade do jogo no Benito Villamarin, perdendo dois importantes pontos frente a uma equipa que já não vencia em casa para o Campeonato desde Setembro do ano passado. Nota negativa também para o árbitro que com três erros graves teve influência directa no resultado final do encontro.