Bruno de Carvalho foi eleito presidente do Sporting Clube de Portugal a 24 de Março de 2013 e, tal como tinha prometido, muita coisa iria mudar desde questões financeiras até questões de organização do futebol leonino. Assim, na primeira época com Bruno de Carvalho na presidência, a equipa principal do Sporting foi liderada por Leonardo Jardim e contava apenas com 3 centrais numa totalidade de 22 jogadores, sendo apoiada (caso fosse necessário) pela equipa B – uma decisão tomada para os custos serem mais reduzidos.

2013/2014

Na época 2013/2014, Leonardo Jardim tinha à sua disposição Maurício, Marcos Rojo e Eric Dier - os últimos dois transitavam da época anterior - e a dupla preferida do técnico foi Maurício (contratado ao Sport da 2ª liga brasileira) e Rojo. Apesar de não se ter revelado uma dupla brilhante, os dois centrais cumpriam bem as suas funções dentro de campo, tendo Rojo ganho destaque pela sua rapidez e capacidade de desarme, compensando (muitas vezes) certos erros defensivos de Maurício.

2014/2015

Com a saída de Leonardo Jardim para o Mónaco, Bruno de Carvalho contratou um jovem e talentoso treinador, que até então vinha a fazer um percurso muito interessante no Estoril: Marco Silva. Na sua 2ª época de presidência, Bruno de Carvalho fez uma aposta mais forte na equipa e o número de jogadores (e especificamente de centrais) aumentou. O plantel contava com 26 jogadores e 4 deles eram centrais: Maurício, Paulo Oliveira (contratado ao Vitória de Guimarães), Naby Sarr (contratado ao Lyon B) e Rabia (contratado ao Al-Ahly). Com a venda de Rojo para o Manchester United e de Dier para o Tottenham, Marco Silva teve que reformular a dupla defensiva, apostando em Maurício e Naby Sarr. Contudo, cedo se percebeu que a dupla não funcionava bem: Maurício não era o ‘patrão’ da defesa e as falhas defensivas que mostrava em campo eram muitas; Naby Sarr era muito jovem e ainda não tinha capacidade para ser titular numa equipa como o Sporting. Entre muitas experiências feitas por Marco Silva para tentar descobrir a melhor dupla - e com Rabia despromovido para a equipa B, seguindo Tobias Figueiredo o caminho inverso – desde Maurício-Naby Sarr, Maurício-Paulo Oliveira, Paulo Oliveira-Naby Sarr ou Paulo Oliveira-Tobias, só com a abertura do mercado de inverno é que foi possível fazer uma reformulação dos defesas-centrais do Sporting: Maurício foi emprestado à Lazio e Ewerton foi emprestado, pelo Anzhi da Rússia, até ao final da época. Só a partir de Março é que ficou definida uma dupla forte e eficaz, com Paulo Oliveira e Ewerton a ocupar o eixo central da defesa.

2015/2016

No dia seguinte à saída de Marco Silva, Bruno de Carvalho divulgou o nome do novo treinador do Sporting: Jorge Jesus. A partir desse momento, foi levantada uma grande polémica pelo facto de ter trocado o Benfica pelo seu rival da 2ª circular. Mas certo era um aumento significativo dos custos com a plantel de futebol do Sporting e com o seu treinador.

Quanto aos centrais, relativamente à época anterior foram vendidos Naby Sarr, Rabia e a Lazio exerceu a opção de compra por Maurício. No sentido inverso, foram contratados Naldo, Ciani (vendido logo a seguir) e foi exercida a opção de compra por Ewerton. Assim, os centrais disponíveis no início da temporada eram Paulo Oliveira, Ewerton, Naldo e Tobias Figueiredo. Até ao regresso do lesionado Ewerton, a dupla mais utilizada por Jorge Jesus era Paulo Oliveira e Naldo. Estes três centrais (sendo Tobias Figueiredo o quarto central e, por isso, o menos utilizado) apresentavam índices físicos muito bons, com bom entrosamento entre eles e grande capacidade defensiva, seja no desarme seja no jogo aéreo.

Em Dezembro, com a grave lesão de Tobias Figueiredo e com os frequentes momentos em que Ewerton ou Naldo estavam condicionados, o Sporting fez regressar do empréstimo Rúben Semedo e contratou, a título de empréstimo, Coates ao Sunderland da Liga Inglesa. Assim, para além de Paulo Oliveira, Naldo, Ewerton e Tobias Figueiredo, o clube de Alvalade passou a contar com mais dois centrais para ajudarem na conquista do título nacional.

Desta forma, nas três épocas da presidência de Bruno de Carvalho, o Sporting contou com 12 centrais (incluindo Ciani), mostrando que este setor tem sido inconstante e que algumas contratações trouxeram poucos benefícios desportivos aos ‘leões’. Desta lista apenas se exclui o caso de Eric Dier, pois o Sporting foi obrigado a vender o jogador devido a uma proposta de 5 milhões de euros feita por um clube inglês, algo que estava explícito no contrato do jovem central realizado pela direção anterior.

É necessário também destacar que, dos 12 centrais que passaram pelo Sporting nas últimas três épocas, 3 foram formados na Academia de Alcochete: Eric Dier, Tobias Figueiredo e Rúben Semedo, mostrando que a política da aposta na formação prometida por Bruno de Carvalho na campanha eleitoral está a ser cumprida.

Paulo Oliveira afigurou-se, assim, como o ‘patrão’ da defesa leonina, sendo o defesa-central que mais garantias dá à equipa mostrando que, com os seus 24 anos, é uma verdadeira promessa do futebol português.