A bola milionária está de volta ao relvado da Luz para uma noite de reencontros entre Benfica e Zenit. Sem Lisandro e Fejsa por lesão, Rui Vitória surpreende e chama os reforços Grimaldo e Jovic. Em jogo está a qualificação para os quartos-de-final da competição mais desejada do Futebol Europeu, sendo o palco perfeito para as águias reagirem à derrota frente ao Porto.

Zenit: A besta negra do Benfica

De 2012 até agora, Benfica e Zenit defrontaram-se em 4 ocasiões. Destes embates os encarnados apenas venceram 1, com os russos a superiorizarem-se com 3 triunfos. Ainda com Jorge Jesus no comando técnico das águias, os dois clubes encontraram-se na temporada passada na fase de grupos da Liga dos Campeões. Na partida no Estádio da Luz os encarnados estiveram apáticos, acabando por ser surpreendidos pelos russos por 0-2. O brasileiro Hulk não esqueceu como se marcavam golos na Luz, inaugurando o marcador aos 5 minutos. Para além do golo do ex-portista, o Benfica recebeu ainda o balde de água fria proveniente do belga Witsel, que já representou as águias de 2011 a 2013.

O gelo russo gelou também os benfiquistas fora de portas, valendo o golo de Danny para confirmar novo desaire encarnado frente ao Zenit em jogo a contar para a mesma fase de grupos da Liga Milionária. A estatística vale o que vale, com a bola a ficar do lado do Benfica para mudar a história e mostrar finalmente que tem armas suficientes para fazer frente ao seu adversário.

Benfica sem Lisandro mas com ambição

Depois do desaire para a Liga NOS, os encarnados procuram brilhar na Liga Milionária frente aos russos do Zenit. As águias terão no relvado a bola dos milhões e não existe melhor motivação do que jogar a Liga dos Campeões. O Benfica completou a fase de grupos com distinção, lutando até ao último suspiro pela liderança com o Atlético de Madrid. 2 meses depois, os homens da Luz praticam um futebol bonito e evoluíram taticamente, crescendo a expetativa em torno desta eliminatória. Jogar com o Zenit não é tarefa fácil para os benfiquistas, que chegam aos oitavos de final depois de ter perdido a liderança do campeonato. Esta conjuntura pode fragilizar animicamente as águias, mas a vontade de chegar às 8 melhores equipas da Europa pode impulsionar uma resposta positiva ao mau resultado da passada Sexta-Feira.

Para o duelo frente ao Zenit, Rui Vitória continua a não poder contar com Lisandro e Fesja, mas aposta na chamada dos reforços de Inverno Grimaldo e Jovic. Na baliza, Júlio Cesar é o elemento do plantel que já venceu a Champions e é um trunfo incrível para transmitir ambição ao restante colectivo. No quarteto defensivo, André Almeida, Jardel e Eliseu serão, sem surpresa, titulares, mas Lindelof cumprirá a estreia absoluta na Liga Milionária. O sueco tem dado nas vistas na defensiva vermelha, contudo resta saber se irá ou não acusar a pressão de cortar lances com o esférico das estrelas.

Na virtude, Samaris e Renato estarão no meio, sendo um dupla muito potente que oferece dinâmica nas transições defesa-ataque e também equilíbrio aos encarnados. Nas equipas de Vilas Boas o miolo é sempre pressionante, aumentado o grau de dificuldade do duo vermelho e branco. Na frente, Gaitán, Pizzi, Jonas e Mitroglou serão 4 setas apontadas às redes russas, residindo aqui o grande trunfo do Benfica que, caso imprima ímpetos ofensivos asfixiantes, poderá causar terror na frágil defesa do Zenit.

Hulk mais Vilas Boas igual a tragédia para o Benfica

O conjunto do Zenit conta com o extraordinário treinador André Vilas Boas que, enquanto treinador do FC Porto, venceu, por exemplo, por 5-0 aos encarnados, tratando-se de um dos poucos técnicos da história a golear a equipa da Luz. Nesse conjunto Hulk foi um dos principais vilões do drama benfiquista, sendo um jogador também muito influente no coletivo do Zenit. Para além do Brasileiro, nota de destaque para o regresso de Garay, Javi García e Witsel ao Estádio da Luz, clube onde demonstraram muita qualidade e despertaram o interesse do clube russo. É ainda de assinalar também que na equipa de Vilas Boas alinham dois portugueses, sendo eles Luís Neto e Danny, que juntamente com os restantes reencontros na Luz tornarão ainda mais aliciante este duelo de gigantes.

Na fase de grupos o Zenit venceu o seu grupo, apresentando um futebol consistente com um meio-campo e um ataque acima da média. A principal lacuna desta formação é a defesa, mas normalmente a qualidade do meio-campo acaba por disfarçar algumas debilidades do último reduto de André Vilas Boas. Os dados estão lançados e só falta mesmo o apito inicial para que a bola dos milhões comece a rolar num Estádio da Luz em que se prevê casa cheia.