Na ressaca da vitória europeia, frente ao Zenit, o Benfica visitou a Mata Real e, após muito suor e pouca inspiração, saiu do reduto pacense com os três pontos e a partilha da liderança da tabela classificativa (à condição). Rui Vitória lançou Mehdi Carcela na ausência de Gaitán e voltou a apostar em Lindelof para constituir dupla defensiva com Jardel no eixo do sector recuado encarnado. O Paços de Ferreira, fustigado por lesões (Paulo Henrique, Romeu Rocha, Chirstian, Minhoca, Rodrigo António, Miguel Vieira e Mário Felgueiras), viu-se também privado de Fábio Cardoso, Pelé e Carlos Ponck, cedidos pelas Águias.

Passos de magia: Jota deslumbrou mas não chegou

Obrigado a adaptações (Bruno Santos integrou o eixo da defesa), o Paços de Jorge Simão tentou condicionar a primeira fase de construção do Benfica, lançando o tridente Diogo Jota, Manuel José e Bruno Moreira para estancar o pensamento ofensivo de Renato Sanches. Mas foi mesmo a Águia a celebrar primeiro, após uma ruptura gizada por Mehdi Carcela, complementada por um toque de calcanhar delicioso de Jonas - o belga assistiu Mitroglou, que, na cara do golo, não desperdiçou a jogada.

O minuto 13 foi de azar para o Paços e reflectiu a inteligência ofensiva de Jonas (excelente a movimentação do brasileiro), que, não marcando, foi fulcral no desenho da jogada finalizada pelo internacional grego, que marcou pelo sétimo jogo consecutivo na Liga. Mas durou apenas 10 minutos a vantagem forasteira - num contra-ataque veloz, Diogo Jota tirou da cartola um golo espectacular, furando a barreira defensiva encarnada (desequilibrada) e rematando em arco, fora do alcance de Júlio César.

O jogo caiu numa toada morna: o Benfica, sem capacidade para desmontar as marcações pacenses a meio-campo, via a primeira parte esvair-se, enquanto o Paços de Ferreira apostava na contenção e no contra-golpe. Mas, quando se esperava que o empate persistisse ao intervalo, Jonas, numa jogada individual, cavou uma grande penalidade, bastante duvidosa. Sem hesitar, o avançado brasileiro bateu Rafael Defendi (aos 45+1 minutos) e concretizou o 26º golo da temporada, reforçando também a liderança dos marcadores da Liga.

Tranquilidade: Lindelof celebrou o primeiro tento

Na segunda parte, o ritmo baixo voltou a pautar o jogo: o Benfica, algo preso de movimentos e ressentido-se dos dois jogos intensos frente a FC Porto e Zenit, não imprimiu velocidade na partida, preferindo antes minimizar as acções pacenses e atacar pela certa. Mesmo sem intensidade assinalável, as Águias aumentaram a vantagem aos 58 minutos, após centro de André Almeida e assistência de cabeça de Jardel - solto de marcação, Lindelof fez o 1-3 (aos 57 minutos) e celebrou o seu primeiro golo pela formação principal do Benfica.

Jorge Simão lançou Fábio Martins e Roniel, com a intenção de dar velocidade ao jogo pacense e explorar as costas de André Almeida e Eliseu. Mas foi, novamente, Diogo Jota (que ao que tudo indica reforçará o Benfica na próxima época), a ameaçar Júlio César, com um remate oportunamente desviado pelo internacional brasileiro. Um último fogacho que não alterou o resultado: o Benfica voltou às vitórias na Liga, emergindo da derrota caseira frente ao Porto e colocando pressão sobre o rival Sporting, que jogará apenas na Segunda-feira.