Para fechar a ronda 23 do campeonato, 37 000 adeptos brindaram Alvalade com um ambiente digno de um duelo de felinos que em tempos já festejaram o título. Com o esférico no pé, o rei leão afiou as garras por 2 vezes e a pantera ficou sem resposta. No xadrez de Jesus, Ewerton e Bryan Ruiz festejaram e deixaram o Boavista a zero. Apesar da postura positiva no reduto do líder, os boavisteiros não impediram o Sporting de somar mais 3 pontos, que o coloca novamente na liderança isolada da Liga NOS.

Primeira Parte: Ewerton e Ruiz "com boa vista" para as redes de Mika

Ambiente frenético em Alvalade para o fecho da jornada 23 da Liga NOS, com uma moldura humana soberba para o Sporting x Boavista. Para recuperar a liderança isolada do campeonato, Jorge Jesus lançou Ewerton, Shelloto, Gelson e Téo no xadrez de jogo para defrontar as panteras, num duelo de clubes felinos que procuraram a vitória. O juíz da partida, Rui Costa, deu o apito inicial às 20h e foram os leões a dar o primeiro toque no esférico. Os axadrezados entraram a todo o gás e uma oferta de Rúben Semedo permitiu ao Boavista criar perigo no primeiro minuto.

Na fase inicial, Gelson tentou levar o Sporting para o ataque, mas a postura pressionante das panteras surpreendeu os centro-campistas leoninos. Ao minuto 7, registo para uma subida veloz de Shelloto que ganhou livre em zona subida. Na cobrança, Slimani penteou a bola, ficando o registo para a primeira situação digna de perigo para os verde e brancos. Nos 15 minutos iniciais os pupilos de Sanchez conseguiram impedir o jogo fluido dos sportinguistas, sobretudo na construção dos ataques. O agitador Gelson lutou contra a monotonia e trocou as voltas aos boavisteiros, cruzando para área e pecando apenas na hora de cruzar. Ao minuto 18, nota para um cruzamento brilhante de Bryan Ruiz para Téo que, na cara de Mika, falhou a emenda.

Foto: Facebook do Sporting Clube de Portugal
Foto: Facebook do Sporting Clube de Portugal

No tabuleiro de jogo as peças de Jesus ganharam força a partir do minuto 20 e Shelloto, Bryan Ruiz e Gelson estiveram endiabrados com mudanças de velocidade incríveis. Aos 31 minutos, João Mário encontrou Ewerton solto, mas o central foi incapaz de furar a rede. Num lance idêntico, João Mário voltou a cruzar na sequência de um livre, mas Rúben Semedo vacilou na concretização. O irrequieto João Mário, 2 minutos depois, tentou ele mesmo marcar, mas o tiro saiu ao lado das redes de Mika. Se é verdade que a pantera começou mais feroz, é inegável que os leões rugiram mais na hora de criar perigo às redes de Mika. Na marcação de um canto, Bryan Ruiz colocou o esférico na área e Ewerton solto de marcação abriu o marcador com um belíssimo cabeceamento ao minuto 37. Pouco depois, Filipe Sampaio derrubou Slimani e, em zona perigosa, Bryan Ruiz bateu um livre e o mágico leonino ampliou para 2-0 antes do intervalo. Antes do apito final, Martinez tentou visar as redes de Patrício, mas sem efeito.

Ao descanso, o 2-0 para o Sporting justificou-se plenamente, apesar do bom início de jogo do Boavista. João Mário, Bryan e Gelson estiveram fantásticos e a um nível altíssimo, a desequilibrar os axadrezados.

Segunda Parte: Patrício e Mika evitam a festa do golo

O empolgante recinto de Alvalade brindou a entrada das equipas para a segunda metade do duelo felino. O Boavista recomeçou a partida e os leões entraram na expectativa, a tentar circular a bola e sucedendo a evitar um tento dos boavisteiros. Ao minuto 49, Gabriel bem tentou balançar a rede, mas a bola subiu em demasia na sequência de um canto. 3 minutos volvidos e bomba de Anderson Carvalho ao poste de Patrício. O Boavista galvanizou-se, ficando a ideia de um leão adormecido a defender. Na resposta, livre para os pupilos de Jesus, com Adrien a atirar sem direção e a desperdiçar uma bola parada em zona subida nas 4 linhas. Aos 59, Rui Patrício salvou os verde e brancos com uma parada soberba que fez Jesus respirar de alívio.

Ao minuto 66 confirmaram-se 37 000 espectadores e Slimani quase fazia o gosto ao pé, valendo Mika a negar o terceiro. O lateral Schelloto ganhou metros na frente e rematou com muito perigo para nova defesa de Mika. Ao minuto 75, João Mário puxou do gatilho e bombardeou as luvas do guardião das panteras. Na resposta, contra-ataque do Boavista e Anderson Carvalho testou a atenção de Patrício. O luso negou o golo ao axadrezado, mas fica a nota para um segundo tempo empolgante e com ocasiões de parte a parte. Ao minuto 80, Bryan Ruiz cobrou um livre e num remate de Slimani valeu o muro Mika. Na recarga, Mané viu o poste negar-lhe o festejo. Até final, os comandados de Jesus fizeram a bola rolar pelo seu meio-campo e foi sem problemas que o Sporting jogou os 3 minutos extra dados pelo juiz Rui Costa.

Foto: Facebook do Sporting Clube de Portugal
Foto: Facebook do Sporting Clube de Portugal

Na primeira parte o Boavista esteve pressionante nos 15 minutos iniciais, mas a partir daí os leões puxaram dos galões e foram para o intervalo em vantagem no marcador. Na segunda metade do jogo, o Boavista e o Sporting deixaram a eficácia perdida no balneário, com Patrício e Mika a serem protagonistas a manterem as redes intransponíveis.

No global a vitória leonina justifica-se perfeitamente, mas a atitude boavisteira merecia sair de Lisboa com 1 golo. No duelo tático, o 4-4-2 de Jorge Jesus conseguiu, a espaços, provocar uma asfixia ofensiva no Boavista, mas Sanchez montou uma estratégia muito inteligente que, em determinadas fases, obrigava o leão a jogar feio, tal era a pressão axadrezada no início da construção de jogo a meio-campo. No Sporting, Ewerton, João Mário e Bryan Ruiz foram o espelho do domínio do líder, e no Boavista foco para a qualidade de Anderson Carvalho. Os homens de Alvalade somam agora 58 pontos, mais 3 do que o Benfica e 6 que o Porto. O Boavista mantém-se na luta pela permanência e ocupa a 16ª posição com 21 pontos, 2 acima da Linha de água.