A Ucrânia forneceu vários jogadores às seleções da União Soviética que disputaram fases finais de Campeonatos do Mundo e da Europa, em especial no final dos anos 80, quando o lendário Valeriy Lobanovskiy estava no comando da seleção. Desde a independência o país tem sido um forte adversário nas caminhadas rumo às grandes competições, mas apenas por uma vez se apurou para uma fase final, quando Oleh Blokhin no banco e Andriy Shevchenko no campo lideraram o país numa caminhada que terminou nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo de 2006.

A presença num EURO ocorreria quando co-organizou a fase final da prova, em 2012, onde, apesar de ter ganho à Suécia no jogo de abertura, foi derrotada pela França e Inglaterra, resultados que ditaram a sua eliminação na fase de grupos. A Ucrânia foi um dos principais fornecedores de jogadores para a selecção da União Soviética que venceu a edição inaugural do Campeonato da Europa em 1960 e que terminou no segundo posto em mais três ocasiões, depois de derrota pela Espanha (1964), República Federal da Alemanha (1972) e Holanda (1988). A Ucrânia nunca se apurou como nação independente, mas esteve a doze minutos de estar no EURO 2000. Perdeu o lugar depois de um empate no último jogo na Rússia, esteve apurada graças aos golos fora no «play-off» até à altura em que Miran Pavlin marcou para a Eslovénia, que se qualificaria com um total de 3-2.

Shevchenko foi um dos mais conceituados jogadores da Ucrânia (Foto: uefa.com)

Foi apenas em 2012 que se viria a estrear, estando presente como co-anfitriã, tal como a Polónia. Os comandados de Oleh Blokhin tiveram um grande começo de fase final, com Andriy Shevchenko a mostrar que quem sabe não esquece e a fazer explodir de alegria o Estádio Olímpico com dois portentosos cabeceamentos, que proporcionaram à Ucrânia a reviravolta no marcador e a vitória sobre a Suécia, por 2-1. Foi o melhor que os co-anfitriões fizeram, pois perderiam a seguir ante a França por 2-0, antes de terminarem a sua participação com uma derrota por 1-0 frente à Inglaterra, numa altura em que só a vitória interessava.

Mykhailo Fomenko o técnico foi parte integrante da famosa equipa do Dínamo nos anos 70, o defesa foi três vezes campeão soviético, ganhou três Taças da União Soviética, a Taça dos Clubes Vencedores de Taças de 1975 e uma Supertaça Europeia, troféus que ajudaram a formação ucraniana a tornar-se numa das mais consagradas da Europa. Representou a URSS em 24 ocasiões, entre 1972 e 1976, e foi um membro influente da equipa durante a fase de apuramento para o Campeonato da Europa de 1976, prova da qual os soviéticos seriam eliminados, nos quartos-de-final, pela Checoslováquia, futura vencedora. Deu os seus primeiros passos como treinador em 1979, ao serviço do Frunzenets Sumy, e trabalhou na Ucrânia, Geórgia e Iraque antes de, em 1993, assumir o comando técnico da sua antiga equipa, o Dínamo Kiev, que conduziu ao título ucraniano e à conquista da Taça da Ucrânia na única época em funções.

Mykhailo Fomenko (Foto: topnews.in)

Teve uma primeira experiência como selecionador ao comando da Guiné, mas não demorou a regressar ao futebol de clubes. Entre 1996 e 2005 teve três passagens distintas pelo Metalist Kharkiv, e também levou o CSKA de Kiev à final da Taça da Ucrânia, onde perdeu frente ao Shakhtar Donetsk. Seguiram-se passagens pelo Tavriya Simferopol e pelos russos do Sayut Belgorod, antes de ser chamado pela federação ucraniana para assumir, a título definitivo, o comando da seleção, após a demissão de Oleh Blokhin no rescaldo do EURO 2012. Ajudou o seu país a alcançar um lugar no «play-off» de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2014. Contudo, apesar de um triunfo por 2-0 sobre a França na primeira mão, os ucranianos foram eliminados com um resultado total de 3-2 e falharam a viagem até ao Brasil.