O FC Porto recebe o Tondela, esta segunda-feira às 19 horas, num jogo a contar para a 28ª jornada da Liga NOS 2015/16 e sem margem de erro possível, para que o sonho do título possa permanecer nas mentes azuis e brancas.

O que poderemos esperar de um embate com treinadores renovados, uma equipa que, esta época, já empatou em Alvalade e outra que recusa deitar a toalha ao chão e entregar o título? Peseiro e Petit já deram os seus palpites, antevejamos também o duelo.

Paragem para as seleções pode pesar

Layún, Herrera, Corona, Maxi Pereira e Aboubakar foram os últimos "reforços" internacionais  de Peseiro, tendo chegado ao centro de treinos do Olival apenas esta sexta-feira, por terem efetuado as viagens mais longas nas respetivas seleções, um fator que poderá ter algum impacto no desempenho dos jogadores segunda-feira, como, de resto, o próprio técnico reconhece.

«Já disse que é bom quando temos jogadores na seleção, é sinal de valor e qualidade. Mas evidentemente seria bom estarem connosco no processo aquisitório de ideias que estamos a ter. Mas não me vou escudar nisso.», afirmou. 

Acresce referir que o treinador português não tem, ainda assim, todo o plantel ao seu dispor. A dois dias da partida, o boletim clínico portista ditava a recuperação total de Varela - que já treinou sem limitações -, enquanto que Alberto Bueno continuava a realizar tratamento, Evandro e André André (que ainda passou pelo ginásio) ainda faziam treino condicionado e Marcano também estava integrado de forma condicionada. 

Realidades opostas nunca evitaram surpresas

As equipas que, amanhã, pisarem o relvado do Estádio do Dragão, trarão consigo realidades e, consequentemente, objetivos tremendamente opostos: enquanto que os pupilos de Peseiro ainda sonham com a conquista do título e, por isso, rejeitam qualquer cenário que envolva uma perda de pontos, os «auriverdes» encaram todas as equipas na posição mais desconfortável para qualquer formação - o último lugar da tabela classificativa, com apenas 14 pontos angariados ao longo do percurso na primeira liga. 

Contudo, ainda que, por um lado, ocupar o último lugar possa ser sinónimo de desmotivação, por outro, trata-se de uma condição que incentiva a busca desenfreada de pontos, independentemente do adversário. Neste sentido, importa realçar aquela que poderá ser uma verdade universal no mundo do futebol, dada a frequência com que a confirmamos: o favoritismo tem de ser confirmado em campo. 

Histórico de confrontos pouco adianta

Quando antevemos uma partida de futebol, revela-se sempre interessante analisar o histórico de confrontos entre as duas equipas, na tentativa de encontrar uma tendência geral nos resultados dos jogos passados entre si. No entanto, neste caso específico, há apenas um jogo registado entre as duas - o da primeira volta, disputado a 28 de novembro de 2015. 

Na altura, o FC Porto venceu por 0-1 graças a Brahimi, que resolveu o jogo ainda relativamente cedo, aos 28 minutos da primeira parte, num rasgo de génio. O escasso resultado retrata, aliás, um jogo onde a formação então às ordens de Lopetegui se apresentou sem ideias, tendo estado perto de deixar pontos em Aveiro (casa emprestada ao Tondela), perante um grupo adversário que estava, como agora, em último, mas foi audaz e esteve perto de faturar: não tivesse Casillas defendido um penalty aos 84 minutos de jogo e a má prestação portista poderia ter sido severamente punida. 

Agora, na segunda partida entre os dois conjuntos, cabe aos da Invicta responder de forma clara, assegurando que o sofrimento do outro encontro foi um erro de percurso, como, aliás, a circustância exige. 

Petit promete luta, Murillo espreita contra-ataques

Na antevisão da partida, Petit mostrou-se ponderado, mas igualmente confiante de que os seus pupilos poderão dar um ar da sua graça e trazer pontos do Estádio do Dragão. 

«Estamos todos vivos! Como tenho dito, temos de honrar a camisola que vestimos, o clube que representamos e, até à última 'gota de sangue' que tiver, vou lutar e os meus jogadores vão lutar por tudo, sabendo que faltam poucos jogos, mas que matematicamente ainda é possível.», referiu o técnico, reconhecendo, ainda, o favoritismo dos azuis e brancos.

Ainda do lado dos forasteiros, Murillo (emprestado pelo Benfica) foi a voz da ambição do grupo e ditou a receita para um bom resultado. 

«O FC Porto é uma equipa que chega muito bem ao ataque, mas custa-lhes um pouco a recuperar. Nós somos rápidos nessas transições e temos que aproveitar esses momentos», afirmou.

Peseiro reafirma perseguição ao segundo lugar

Ciente de que a sua equipa não pode voltar a falhar, José Peseiro não admite um cenário de desmotivação entre os seus jogadores.

«Não devem, não podem, nem admitimos que percam motivação. Mesmo que não existisse nada a ganhar porque ganhamos para fazer espetáculo. Há pessoas que nos seguem, o profissionalismo de cada um, a vontade de sermos melhores todos os dias. Mesmo que não tivéssemos nada para ganhar. Não é o caso. Estamos na luta, faltam sete jogos, temos ainda a Taça de Portugal mas isso vai longe e o que nos interessa é o Tondela. Estamos na luta e vamos manter-nos.», disse, confiante.

Quando questionado acerca da reduzida eficácia da sua formação, o treinador não se mostrou preocupado: «Preocupava-me mais se não criássemos as oportunidades. Criamos oportunidades, mas não temos tido eficácia. O mais importante é conseguirmos continuar essa criação de oportunidades de golo e a eficácia vai melhorar com o tempo.».

Por fim, o técnico fez questão de redireccionar as atenções para o próximo jogo, numa perseguição pelo primeiro lugar que, antes, passa, naturalmente, por ameaçar a posição do Sporting.

«Neste momento o nosso desafio é vencer o Tondela para conseguirmos para já o segundo lugar, que é o lugar que está mais próximo de nós. Queremos focar-nos em ganhar o nosso jogo para não ficarmos de fora desta luta [do título] por nossa responsabilidade.», rematou.

Acompanhe o direto e a crónica do jogo entre FC Porto e CD Tondela aqui, em Vavel Portugal. 

 

 

 

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