O Benfica saiu da Champions de cabeça levantada, depois de ter lutado arduamente por um lugar nas meias finais. As águias poderiam ter tido mais sorte, mas há um factor determinante vindo do Chile que ditou a eliminação dos encarnados: o médio Arturo Vidal. O jogador é neste momento um dos melhores centro campistas do mundo, e neste duelo a duas mãos com o Benfica mostrou que tem qualidade defensiva, rigor táctico e uma veia goleadora atípica para um atleta que alinha a médio pivot. Dos 3 golos dos Alemães, Vidal marcou 2, e ambos surgiram porque as águias não conseguiram prever as movimentações do polivalente médio chileno.

Arturo Vidal: a chave alemã para eliminar o guerreiro Benfica

O médio chileno de 28 anos, Arturo Vidal, brilhou na Juventus e é agora uma das estrelas mais reluzentes do plantel do Bayern. Na época passada, Vidal ajudou a sua selecção a vencer a Copa América, reduzindo a nação argentina de Messi e Di María a uma equipa banal. Na Juventus, o médio venceu a Liga italiana, e na Champions caiu apenas aos pés do Barcelona na final da prova. Em 2015/2016 o Bayern pagou a mísera quantia de 40 milhões de euros, e contratou um dos médios mais talentosos do futebol mundial.

Na eliminatória diante o Benfica o papel táctico e técnico do multifunções dos germânicos foi, sem dúvida, o segredo estratégico para demolir a incansável formação da Luz. Na Alemanha, Vidal compôs um dupla no centro do terreno com Thiago, e foi logo ao minuto 2 que se percebeu que as movimentações do chileno iriam causar dissabores aos encarnados. É verdade que estamos perante um médio forte, robusto, e que parece ter funções mais defensivas, no entanto, Vidal é um verdadeiro box to box e surge com facilidade nos diferentes sectores das 4 linhas, com movimentos imprevisíveis que tornam a tarefa de quem defende muito complicada.

A vitória alemã por uma bola a zero deve-se em grande parte à inteligência do médio Vidal, por ter surpreendido o Benfica ao aparecer solto na área para finalizar o tento que ditou a vantagem alemã, que permitiu ao Bayern entrar no inferno da Luz com maior tranquilidade. Tanto no Alianz Arena como na Luz, Vidal foi taticamente fundamental e ajudou a apagar, por exemplo, Renato Sanches. O médio participou activamente nas recuperações de bola, na pressão alta aos encarnados, aparecendo quase sempre num sector de jogo que ninguém esperaria. A astúcia de Guardiola percebeu claramente que um dos segredos para eliminar o Benfica seria dar uma liberdade aparente a Vidal. Ou seja, era livre de surpreender o Benfica ao surgir no ataque, mas tinha também a missão fixa de impedir que os médios encarnados tivessem espaço para transportar o esférico para lances ofensivos.

Na noite da passada, quarta-feira, na Luz, o Benfica inaugurou o marcador ao minuto 27 por Jiménez, igualando a eliminatória. 11 minutos depois, Vidal voltou a baralhar as marcações do último reduto da águia, e marcou provavelmente o tento que matou as ambições dos pupilos de Vitória. Marcar fora de casa em cima do intervalo na Champions é letal para passar uma eliminatória, e Vidal soube aparecer oportunamente na área, fintando as marcações benfiquistas que estavam direcionadas para os craques, deixando o chileno na cara de Ederson.

Na Bundesliga o médio já marcou 2 tentos e tem sido uma peça fundamental para a campanha sólida do Bayern nesta temporada. Em suma, é um luxo poder contar com um médio que oferece inúmeras soluções tácticas a um treinador, seja a solidificar defesivamente o miolo, ou noutra fase de jogo dinamizar o ataque. Vidal foi a estrela que mais brilhou diante o Benfica, mas não ofuscou a garra encarnada, que mesmo com menos recursos não deixou de assustar o poderoso Bayern.