Em Vila do Conde os problemas cardíacos estiveram bem concentrados no duelo Rio Ave x Benfica. Num jogo equilibrado e intenso, valeu a sorte de Jimenez no quarto de hora final a oferecer 3 valiosos pontos aos encarnados. As águias estão novamente com 2 pontos de vantagem sobre o Sporting e a 3 jornadas do final da Liga NOS a luta permanece empolgante.

Primeira parte: empate técnico inteiramente justo

O recinto da Vila dos Arcos revestiu-se de vermelho para o empolgante duelo entre Rio Ave e Benfica. Em causa estava a luta pelo titulo e a Liga Europa num encontro que era aguardado como um dos destaques da jornada 32 da Liga NOS. Em relação à vitória diante ao Setúbal, Rui Vitória apostou em André Almeida deixando Nélson Semedo fora dos convocados. Às 20:30 o esférico rolou pela 1ª vez e foi o Rio Ave a dar o pontapé de saída no embate. As águias entraram a todo o gás, com Gaitán a bater um canto muito perigoso. Na luta pela bola, Jardel ficou muito perto de inaugurar o marcador, valendo Pedrinho a salvar o Rio Ave em cima da linha de golo. Os homens de Vila do Conde responderam, mas Edimar e Heldon foram displicentes na hora de cruzar para a área. O jogo começou frenético e foi incrível a intensidade que as 2 equipas aplicaram nos 15 minutos iniciais. O Benfica assumiu como se esperava o comando da posse de bola, mas o Rio Ave tinha a lição bem estudada e partiu para contra-ataques venenosos. A oportunidade de Jardel no minuto inicial foi a única nesta fase faltando iniciativa de remate aos 2 conjuntos. Num livre em zona subida, Gaitán partiu com confiança e com um tiro forte viu a barreira cortar para canto. O Benfica desperdiçou a ocasião perdendo uma chance clara para inaugurar o marcador. O cabo-verdiano, Heldon foi a unidade mais em foco do Rio Ave faltando no entanto espaços para rematar. O duelo táctico entre Pedro Martins e Rui Vitória foi soberbo e o 0-0 à meia hora justificava-se perfeitamente. Numa jogada supersónica, Heldon partiu para cima de Eliseu e o lateral encarnado foi obrigado a cometer falta. Na sequência do lance, o Rio Ave foi incapaz de criar perigo. O ritmo mantinha-se elevado e num livre de Pizzi o desfecho foi o mesmo, a bola acabou nas mãos de Cássio. O mágico Gaitán lutou contra a monotonia e rematou com potência e colocação com a bola a passar perto do poste. A caminho do intervalo, o Rio Ave criou perigo com Edimar a servir Vilas Boas que rematou sem direcção depois de fugir à marcação da defesa encarnada. Em tempo de intervalo, o 0-0 justifica-se inteiramente com um duelo notável muito equilibrado a meio campo. No Benfica, Fejsa e Renato estiveram em bom plano e no Rio Ave foram Edimar e Heldon a dar nas vistas. O Rio Ave surgiu nas 4 linhas com uma postura incrível de entre-ajuda com os extremos a formarem um muro firme juntamente com os médios. As águias tiveram no entanto as únicas 2 chances para marcar, com relevo para tiros de Jardel e Gaitán.

Segunda parte: tiro mexicano acabou com o sofrimento 

As águias deram o toque inicial da 2ª etapa e foi sem alterações que os 2 emblemas recomeçaram a partida. A intensidade agressiva no jogo continuava alta e Artur Soares Dias teve dificuldades em acalmar os ânimos. Os encarnados entraram determinados em tentar o golo e Gaitán visou a baliza, mas a bola passou ao lado depois de um cabeceamento inofensivo. O Rio Ave ao seu estilo respondeu em contra golpe valendo Ederson a antecipar-se a Heldon à entrada da área. Ainda no quarto de hora inicial, o Benfica por intermédio do suspeito do costume Gaitán falhou apenas o tiro do argentino que foi à figura de Cássio. Na marcação de um canto, as águias criaram calafrios ao Rio Ave, mas Mitroglou não atinou com as redes. O Rio Ave desceu as linhas e o Benfica ganhou maior protagonismo no duelo. Na luta de treinadores, Rui Vitória lançou Salvio e Pedro Martins apostou em Postiga, alterações ambiciosas dos técnicos que protagonizaram um duelo particular na arte estratégica de bem desenhar o xadrez de jogo. A caminhar para o final do encontro, as equipas demonstraram nervosismo e começava a faltar critério na busca pelo golo. Com Jimenez nas 4 linhas, o Benfica apostou tudo para não perder a liderança mas retirar Mitroglou do jogo provocou alguma estranheza. Os homens da Luz procuraram loucamente o golo, mas o Rio Ave revelou um espirito de sacrifício extraordinário resolvendo as investidas constantes de Gaitán. A 15 minutos do final, o recém-entrado Jimenez foi talismã e depois da bola ter embatido na barra o mexicano cabeceou para o fundo das redes de Cássio. O Benfica voltou a marcar em sofrimento e a sorte parece estar do lado das águias. O Rio Ave lançou Ukra e deu tudo por tudo para chegar ao empate. A instantes do fim, Samaris entrou para segurar o resultado e foram minutos finais com muita emotividade. Os vila condenses bem tentaram mas o tento de Jimenez bastou para devolver a liderança isolada aos encarnados. Os pupilos de Rui Vitória tiveram uma vez mais a estrelinha do jogo e continua intensa  a disputa entre águias e leões para alcançarem o 1º lugar. Em vésperas do clássico Porto x Sporting, o Benfica ganhou um embalo importante em Vila do Conde e as 3 jornadas que faltam serão imperdíveis. O Rio Ave atrasa-se na disputa por um lugar europeu e vê já o Arouca a 3 pontos de distância.