Em jogo a contar para a 1ª mão da meia final da UEFA Champions League, o Atlético recebeu o colosso Bayern de Munique, e o Vicente Cálderon respondeu à chamada da Champions revestindo as bancadas de madrilistas. O Atlético de Madrid mostrou o porquê de ser uma das equipas mais talentosas do mundo e bateu o Bayern por uma bola a zero, valendo o tento magnifico de Saúl para colocar os colchoneros na rota da final de Milão.

No início de jogo, as estratégias de Simeone e Guardiola perfumaram as 4 linhas com toda a estética inerente à táctica de 2 dos treinadores mais inteligentes do mundo do futebol. O jogo compacto e pragmático de Simeone - o futebol apaixonante e técnico de Guardiola. Foram 10 minutos equilibrados, com o Bayern a conduzir as rédias do esférico, sendo no entanto, difícil penetrar o sólido muro dos colchoneros. Ao minuto 11 registou-se o lance do duelo, sendo um momento que merece ser visto e revisto um pouco por todo o planeta. O talentoso Saúl pegou no esférico estrelado e partiu para um lance absolutamente genial. O jogador humilhou Xabi Alonso, fintou Alaba e finalizou com toda a calma, apontado o 1º e único tento do jogo, perente um Neuer incrédulo que nada podia fazer para evitar o golo.

Na resposta, Douglas Costa progrediu na ala e cruzou para Lewandoski, que ficou perto do empate. Os alemães reagiram bem ao tento sofrido e foi novamente do samba de Douglas que o Bayern criou perigo, faltando, todavia, o toque final para igualar o duelo ao minuto 25. O caudal ofensivo dos germânicos acentuava-se e Simeone pediu maior agressividade no miolo e objectividade no contra golpe. À meia hora, Griezmann surgiu solto na área, valendo o gigante Neuer a negar o 2-0 para os madrilistas. Com este lance o Bayern percebeu que não podia atacar sem ter precauções defensivas, tendo em conta que se trata de uma eliminatória que se decidirá na Alemanha.

Na 2ª parte, Alaba foi o primeiro a criar calafrios à defesa colchonera, falhando somente na finalização. Ao minuto 73, relevo para Vidal, que lançou um míssil que Oblak teve a felicidade de parar, denotando uns reflexos incríveis. Instantes depois o Atlético partiu para cima do Bayern em busca da tranquilidade, mas na cara do golo Fernando Torres viu a barra suster o seu remate. O jogo foi estrategicamente apaixonante e digno de uma meia final da UEFA Champions League.

Fernando Torres tentou ampliar a vantagem, mas sem sucesso // Foto: Francisco Seco/Associated Press
Fernando Torres tentou ampliar a vantagem, mas sem sucesso // Foto: Francisco Seco/Associated Press

O xadrez de Simeone foi mais eficaz que o de Guardiola, e nesta 1ª mão o segredo esteve em dar a iniciativa estratégica ao Bayern, sabendo sempre como e quando contra-atacar. A forma como o Atlético geriu o tiro certeiro marcado cedo foi notável, mas 1-0 é curto para quem tem de enfrentar a loucura do recinto do Bayern. Os alemães têm toda a qualidade gara anular a desvantagem e é com expectativa que, dentro de uma semana, alemães e espanhóis voltarão a medir forças naquela prova que só as estrelas merecem jogar.