O Estádio da Luz e o Marquês de Pombal uniram forças e gritam a uma só voz: ''Benfica Campeão''. As águias alcançaram este domingo o Tri-Campeonato, somando já 35 títulos da Liga Lusa em toda a história do futebol do país de Luís Vaz de Camões. Os encarnados voltam a vencer 3 campeonatos seguidos 39 anos depois, recolocando o emblema da Luz de regresso à glória do antigamente.

A época começou mal com o desaire na Super Taça, mas 9 meses depois e eis que o futebol demonstrou uma vez mais que move multidões e surpreende a cada golo marcado. As águias de Rui Vitória começaram num voo tímido, mas com o passar do tempo o técnico construiu uma equipa unida, compacta e com espírito de vitória. O futebol praticado esteve longe de deslumbrar, mas no final venceu o pragmatismo que resultou em 88 pontos conquistados e também 88 tentos marcados.

Benfica dançou o bailinho da Madeira por 4-1

O Estádio da Luz encheu as cadeiras de 65 000 gargantas prontas para gritar pelos campeões. As águias entraram um pouco nervosas e foram os madeirenses a criar alguns embaraços à defensiva da Luz. Ao minuto 10, Salvador Agra vacilou na cara do golo, levando os milhares de benfiquistas à beira de um ataque cardíaco. Instantes depois, relevo para o lance mais polémico do jogo, onde ficou por assinalar uma grande penalidade a favor do Nacional por mão na bola de Talisca.

A partir do minuto 20 os pupilos de Rui Vitória comandaram as operações, e Pizzi deu o 1º sinal de perigo e o golo adivinhava-se. Ao minuto 23 o mesmo Pizzi voltou à carga, ficando pertíssimo do 1º golo. Na sobra, o Picasso da 2ª circular, Gaitán, empurrou a bola para os festejos, pintando a Liga NOS de vermelho. Os encarnados respiraram de alívio instantes depois de Teo ter marcado em Braga.

A vantagem no marcador galvanizou os homens da casa, e foi novamente Gaitán a pintar o quadro do título com tinta de marca Jonas. O argentino assistiu o brasileiro com toda a classe, tendo o avançado apenas de encostar para o inevitável 2-0 à beira do intervalo. Foco para Gaitán, que foi incrível na forma como serviu Jonas para o 32º golo na Liga.

No segundo tempo gerir foi a palavra de ordem, e falhanços foram os inimigos de Mitroglou. O grego bem tentou entrar na festa, mas a barra negou-lhe o tento. Na recarga, Gaitán teve cabeça para o 3-0, levando a Luz ao êxtase total. Os encarnados baixaram a intensidade e Ederson teve de se aplicar para evitar o 3-1. À entrada para os 10 minutos finais, Paulo Lopes entrou e foi já nas 4 linhas que ainda foi a tempo de vibrar com o 4-0 ao minuto 84. O luso Pizzi não quis deixar de furar a rede, entrando também ele no coro de festa que inundou a Luz. O Nacional ainda fez o gosto ao pé perto do fim, com Salvador Agra a marcar o último golo da Liga NOS 2015/2016.

A justiça no futebol é quase tão relativa como a imprevisibilidade do jogo, mas uma coisa é certa: tanto Benfica como Sporting protagonizaram um show digno do que é o verdadeiro desporto rei. Apenas 2 pontos separaram águias e leões, mas no topo gritou e voou mais alto a chama imensa que escreveu um Benfica campeão numa das ligas mais apaixonantes de sempre!