A estreia lusa no Euro 2016 ditou uma igualdade inesperada a uma bola diante a Islândia. Na equipa das quinas Nani inaugurou o marcador na 1ª parte, mas os islandeses acabaram por empatar o encontro contra a corrente do jogo, logo no início da 2ª etapa. Os lusitanos partilham assim o 2º lugar do grupo F do Euro com a Islândia, sendo incrível registar que é a improvável Hungria que ocupa a primeira posição. A alma dos portugueses mantém-se bem viva e a ambição de vencer o Euro terá novo capitulo diante a Aústria no próximo sábado.

Primeira parte: Nani acendeu a chama lusa

O Estádio Geoffroy Guichard, em Saint-Etiene, recebeu o empolgante duelo entre Portugal e Islândia. O ambiente nas bancadas foi entusiasmante e era com expectativa que a Europa do futebol se preparava para ver a estreia de CR7 e companhia no Euro. Neste jogo, Fernando Santos lançou no 11 inicial Vieirinha e Nani, duas unidades que não eram apontandas como apostas iniciais.

A bola começou a rolar a toda a velocidade e foram os islandeses a dar o primeiro sinal de relativo perigo. Num ataque rápido, Sigursen surgiu solto na área, mas as luvas de Patrício negaram o golo do nórdico. Depois do susto, a equipa lusitana acordou e ganhou o controlo do jogo, perante uma Islândia que optou por alinhar numa postura cautelosa, esperando de forma estratégica por um deslize lusitano. A pouco e pouco Portugal conseguiu circular a bola com maior intensidade perto da área contrária, incluindo também Guerreiro e Vieirinha nas incursões ofensivas.

O primeiro lance de verdadeiro perigo português saiu dos pés de Vieirinha ao minuto 18. O lateral esteve desastroso a defender, mas nesta jogada ficou perto do golo ao subir no flanco rapidamente, encontrando o espaço que lhe permitiu rematar forte, valendo o guardião adversário a parar o tiro do luso. O ritmo luso subiu exponencialmente e pouco depois Cristiano cruzou o esférico direitinho até à cabeça de Nani, mas a direcção não foi a desejada. O capitão das quinas acordou os heróis do mar, mas os canhões de CR7 insistiram em não bombardear as redes islandesas em dois lances seguidos antes da meia hora.

Ao minuto 28 relevo para um corte incrível do veterano Ricardo Carvalho, que aos 38 anos mostrou uma rapidez de reacção notável que impediu o golo dos nórdicos. Ao minuto 31 nasceu a jogada que resultou no mítico primeiro tento lusitano no Euro. Pepe conduziu a bola na primeira fase de construção, serviu André Gomes, sendo soberbo o lance do jogador do Valência que ganhou espaço para cruzar até encontrar o oportuno Nani. O extremo apareceu como um relâmpago e inaugurou o marcador com um remate à ponta de lança. Antes do intervalo, relevo ainda para um tiro de Moutinho do meio da rua, ficando perto do alvo.

Segunda parte: quem não marca... sofre

Os comandados de Fernando Santos reentraram nas 4 linhas em vantagem, mas o resultado estava longe de ser tranquilizador. Ao minuto 46 Cristiano procurou o golo da tranquilidade, mas a bomba do craque saiu ligeiramente ao lado do poste. Pouco depois assistiu-se a um lance digno de uma equipa fria e cautelosa. Numa incursão veloz, os islandeses subiram no terreno e Bjarnason aproveitou a infantilidade de Pepe e Vieirinha para surpreender. A Islândia, contra a corrente de jogo, chegou ao golo do empate, servindo uma lição bem gelada a uma equipa lusa que já tem tarimba suficiente para enfrentar equipas que se limitam a defender na maioria dos jogos, mas que atacam no momento certo.

O empate deu alento aos islandeses, que baixaram ainda mais as linhas por forma a retirar espaços ao portugueses. Foram precisos 10 minutos para que Portugal criasse perigo, mas André Gomes viu o guardião adversário negar-lhe o festejo. No instante a seguir Nani ficou a um palmo de fazer o gosto ao pé, depois de um lance bem desenhado pelo miolo lusitano. À entrada para os 20 minutos finais Guerreiro e Cristiano ficaram perto do segundo golo, mas fica o registo para uma Islândia organizada, cínica e com jogadores muito fortes fisicamente, que impediram o habitual jogo técnico e artístico dos portugueses.

A poucos instantes do fim, foco ainda para um tiro do recuperado de lesão Quaresma, que obrigou o guarda redes islândes a aplicar-se. O desespero chegou e os lusos terminaram o jogo à procura do golo, mas CR7 mostrou que não estava inspirado para marcar livres. O empate a uma bola foi o resultado final, ficando visíveis as péssimas exibições de Danilo e Vieirinha. O médio do Porto não ganhou qualquer lance na luta feroz no miolo e o lateral esteve mediocre nas tarefas defensivas. Nani e André Gomes foram, sem dúvida, os jogadores mais inspirados das quinas.

André Gomes foi um dos jogadores em maior destaque // Foto: Facebook Seleções de Portugal
André Gomes foi um dos jogadores em maior destaque // Foto: Facebook Seleções de Portugal

O Grupo F do Euro dita que a Hungria é líder com 3 pontos, seguindo-se Portugal e Islândia com 1, e em último está a Aústria com 0 pontos. A caminhada lusa rumo ao título não será fácil, mas este empate não irá beliscar a ambição portuguesa. Para dar a volta a esta igualdade Portugal defrontará a Aústria no próximo Sábado em busca de 3 pontos.