Com a pré-época terminada e as emoções de uma nova temporada a chegar, eis que a VAVEL Portugal volta a pôr em campo a opinião de um ex-craque do futebol português. Nesta 2ª parte, o ex-futebolista falou do clube onde tantos anos jogou e do tri-campeonato recém-conquistado. “Foi o campeonato mais saboroso, porque morrer na praia é um bocado chato”, confessou. Na ótica de Veloso, não há qualquer dúvida que para este título foi decisiva a vitória em Alvalade, por 1 bola a 0,porque estávamos a 7 pontos de diferença, fomos lá, ganhámos, ficámos com 2 a mais e foi assim até ao final. Foi o carrinho”. 

Não é novidade de que, para esta conquista, os jogadores das águias foram essenciais. Apesar de considerar todos importantes, o ex-craque não hesitou em realçar alguns nomes, “que tiveram mais influência que os outros”. Nomes como Jonas, Mitroglou e Jiménez constam nesta lista: “Jonas, um jogador inteligente na forma como joga e aborda o jogo, e na forma como marca os golos. O Mitroglou foi também, foi repartido por eles. O Jiménez, apesar de ser um suplente, foi sempre um jogador que entrou e deu o máximo como se estivesse a jogar de início, o que não é fácil. Apesar de ele estar de fora mostrou de facto que tem caráter e que quando é chamado está ali, e isso também ajudou o Benfica a ganhar muitos jogos”. 

O Benfica sagrou-se tricampeão na época passada // Foto: Facebook do SL Benfica
O Benfica sagrou-se tricampeão na época passada // Foto: Facebook do SL Benfica

Falar do Benfica e não falar de recentes temas relacionados com o clube é quase um contra-senso. Recorde-se toda a conversa em volta da aposta na formação das águias, enquanto mudança de paradigma com o novo treinador, mas que continua a dar que falar. Para Veloso esta conversa é desnecessária: “Quando se diz apostar na formação, toda a gente sabe que não é pegar em 11 jogadores da formação e metê-los lá. Mas aqueles que estão na formação, e praticamente todos eles estão na seleção, são jogadores de qualidade”, rematou, acrescentando que concorda com a política de aposta no que “vem de dentro”. “Claro que em vez de estar em investir em jogadores que vêm de fora, que são sempre muito mais caros, se temos em casa porque não apostar neles? O Benfica acabou por ganhar ali mais jogadores e naturalmente que na próxima época vai trazer mais um ou dois jogadores da formação”, recordando que era assim mesmo que acontecia quando o internacional português jogava.

“Benfica favorito, claro, sempre”

Defendendo que é lógico que o treinador dê espaço a jogadores que provam o seu valor quando um dos colegas é lesionado, o ex-craque enfatizou a águia André Almeida, por quem demonstrou admiração. “Com a lesão do Nélson Semedo, o André Almeida aproveitou. Ele sempre nos habituou ao mais alto nível, e aproveitou o que aconteceu ao Nélson Semedo, que até estava a fazer um grande campeonato”. Veloso revelou ainda que é mesmo com este jogador que, atualmente, se identifica:Ele quer é jogar também, e joga sempre bem porque quando um jogador quer jogar e gosta daquilo que está a fazer, direita ou esquerda não interessa, e eu era assim”. 

André Almeida mereceu o destaque de Veloso // Foto: Facebook do SL Benfica
André Almeida mereceu o destaque de Veloso // Foto: Facebook do SL Benfica

Falando no panorama atual, o antigo jogador das águias falou também do FC Porto, que anda tão à quem do desejado, mas que parece ter uma esperança ressuscitada com o novo treinador. “Pode ser que à terceira seja de vez. Naturalmente é um novo ciclo e espera-se um Porto melhor, naturalmente, até por todas as razões e mais alguma. Até pela estrutura, pelos adeptos, tudo isso, tem de haver uma melhoria. Agora se ela vai ser ideal ou não… espero que não”, brincou, concluindo que a luta é sempre a três” e que para si o Benfica é “favorito, claro, sempre”. 

Polémicas e confusões: “O futebol não precisa disto”

Quanto ao estado do futebol atualmente, António Veloso mostrou-se descontente com a forma como as coisas se processam: “É bom que defendam os seus interesses, com lealdade, que se achem os melhores. Agora estar sempre a pôr em questão os adversários, os árbitros, isso não abona nada em favor”. 

Recordando situações que se verificam noutras Ligas, o ex-internacional português defendeu uma atitude da Liga de Futebol “muito mais pesadado que aquilo que tem sido feito. “Têm que ser medidas drásticas para que isso nunca mais aconteça. Porque se há alguém que tem de dar o exemplo são os dirigentes dos clubes, e o que eu tenho visto é que alguns dirigentes dos clubes não podem fazer isso, só estão a denegrir o futebol. Eu acho que toda a gente tem direito de se defender, mas sem estar a atacar os outros. Não é assim que se fazem as coisas”.