Como é natural, nunca é de esperar uma veia goleadora proeminente num defesa central. Com efeito, é na solidez defensiva que reside a grande qualidade de um defesa, especialmente a jogar no eixo da mesma. Todavia, e de vez em quando, é de esperar que os melhores centrais façam golos com relativa frequência, tendo em conta a sua posição.
O brasileiro Felipe chegou este defeso ao FC Porto, oriundo do Corinthians, para colmatar o défice de quantidade e qualidade dos defesas centrais dos azuis-e-brancos. Ao longo do seu percurso no "Timão", Felipe somou oito golos ao longo de cinco temporadas, números razoáveis.
Ao chegar ao Dragão, as primeiras impressões mostraram um jogador ansioso e a cometer alguns erros. Com o avançar do tempo e dos jogos, o brasileiro ia tendo dificuldades em sacudir o sentimento de insegurança que se ia assolando os adeptos portistas. Tal sentimento agudizou-se no jogo da primeira-mão do playoff da Liga dos Campeões, quando o central canarinho fez (mais um) auto-golo.
Todavia, Felipe soube remediar a mão, fazendo um bom resto de jogo. Mas a verdadeira redenção chegou no jogo da segunda-mão em Roma; aos sete minutos, o brasileiro inaugurou o marcador, lançando os dragões para uma vitória histórica e a respectiva qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Cinco dias depois, o defesa voltou a repetir o feito; em Alvalade diante do Sporting, Felipe inaugurou o marcador também aos sete minutos. Ao contrário da partida de Roma, o FC Porto não conseguiu segurar a vantagem, saindo derrotado por 2-1.
Independentemente disso, é claro verificar a curva ascendente da confiança de Felipe. Veremos se a veia goleadora do brasileiro se mantém viva.