Luisão foi preponderante na vitória por 2-1 frente ao 1º de Dezembro, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal, marcando no último minuto de descontos quando já se pensava no prolongamento. “O que faço há quase 14 anos é trabalhar todos os dias e tenho o apoio do Benfica. O Benfica está acima de qualquer jogador. O Benfica esteve sempre na minha cabeça”, afirmou Luisão, em declarações à Sport TV. O capitão é um histórico da equipa e é o décimo futebolista com mais jogos na I Liga na história do Benfica, depois de ter alinhado de início no desafio diante do Feirense. O central brasileiro disputou assim o jogo 474 com a camisola dos encarnados, entrando agora num top-10 liderado por Nené, que somou 576 partidas de águia ao peito.

Recorde-se que Luisão chegou ao Benfica na época 2003/04, clube onde conquistou cinco campeonatos, duas Taças de Portugal, três Supertaças e sete Taças da Liga. André Horta, um dos jogadores em destaque do Benfica, fala sobre o brasileiro. “É um símbolo do clube. Lembro-me de vê-lo a jogar, em casa e no estádio, e já era uma figura do clube. Já era capitão e representava a mística do clube para os mais novos. Agora, chegar e poder receber os conselhos dele e trocar ideias é sempre muito importante para um jogador jovem como eu. É uma figura do clube e temos de respeitá-lo ao máximo.”

No final do último jogo com o Besiktas, Luisão saltou para o relvado do Estádio da Luz para correr sozinho. E fê-lo assim, sem companhia de mais nenhum companheiro ou sequer elemento da equipa técnica, porque estas horas de trabalho extras são uma determinação sua. Aos 35 anos, o capitão está convicto de que a ausência de ritmo nas quatro linhas o castiga mais do que nunca em termos físicos, algo que procura colmatar com mais tempo de treino e maior afinco ainda do que os companheiros.

Para além disso, o camisola 4 não desarma e segue nesta fase com extremo cuidado na alimentação, parte essencial na sua forma física. Com apenas dois jogos realizados (na Liga), em Tondela, apenas durante 26 minutos, Luisão vive o seu pior arranque de época desde 2007. Na altura, uma lesão muscular afastou-o logo no decorrer do primeiro encontro oficial de 2007/08 (Copenhaga, 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões), tendo falhado os sete embates seguintes. O regresso deu-se mês e meio depois. Após o jogo e derrota com o Nápoles (2-4) o capitão, embora não tenha entrado em campo foi o primeiro a apoiar a equipa. “Perdemos uma batalha, mas no domingo (jogo no Estádio da Luz contra o Feirense) espero o estádio lotado e apoiando o tempo todo, como todos os benfiquistas têm estado sempre! Juntos somos mais fortes.”

Salvio, que durante algum tempo foi capitão, também elogia o brasileiro. “É um orgulho ser capitão. Sempre que entro em campo com a braçadeira é uma sensação única. Olho para o Luisão como um exemplo. Para mim e para todos os outros ele é o máximo. Jogar com a braçadeira, que é dele, é o máximo. Procuro desfrutar, cumprir o meu papel e ser também um exemplo para os colegas.”

Também o antigo jogador do Benfica, Garay, que durante três anos fez dupla com Luisão numa parceria que valeu uma Liga (2013/14) e duas presenças em finais da Liga Europa (2012/13 e 13/14) elogia o capitão. “Na minha passagem pelo Benfica fiz dupla com o Luisão, combinávamos muito bem juntos e com o tempo ficámos ainda melhor. Recordo a final ante o Chelsea, fomos escolhidos como uma das melhores duplas de centrais da Europa e no ano seguinte voltámos a repetir ante o Sevilha. Aprendi muitíssimo, tanto dentro como fora de campo, com um magnífico profissional como o Luisão”, destacou o defesa, de 29 anos, em declarações ao jornal espanhol 'El Desmarque'.