Poderia parecer que o FC Porto se preparava para dar mais uma desilusão aos adeptos do Dragão numa partida da Liga dos Campeões, mas, ao contrário dos duelos ante o FC Copenhaga e o Leicester, a turma de Nuno Espírito Santo soube reagir e trocar as voltas a um destino que não se podia repetir caso a formação azul-e-branca quisesse continuar a sonhar com a passagem aos oitavos-de-final da prova. Ao golo de Jelle Vossen, aos 12 minutos, o Porto respondeu - já na segunda parte - com os tentos de Layún (aos 68) e André Silva, este último a surgir em cima do minuto 90.

Falso arranque portista punido por Vossen

Não foi por falta de aviso que o Porto entrou a perder: o avançado belga Jelle Vossen testou Iker Casillas por duas vezes, e, de seguida, Van Rhijn obrigou Casillas a uma excelente defesa. Aos 12 minutos, as ameaças concretizaram-se em golo caseiro: Vossen inagurou o marcador, após passe de Limbombe e primeira intercepção de Marcano. O Porto tentou quebrar o domínio belga (Otávio e André Silva foram os mais irrequietos) mas foi a turma de Michel Preud'homme a estar perto de festejar de novo, com Tomás Pina a desperdiçar uma chance evidente.

O Porto cheirou o golo, verdadeiramente, aos 39 minutos, quando, oportuno, o mexicano Herrera rematou contra o corpo de Simons e quase via o ressalto trair o guarda-redes Butelle. Depois dos titubeantes primeiros quinze minutos, a formação do Dragão foi, progressivamente, ganhando tranquilidade, acabando a segunda a parte com prenúncios de melhoras no tempo complementar. E, de facto, o Porto viria a mostrar outra face, mas não sem antes voltar a sofrer às mãos (e pés) de Vossen: o avançado do Club Brugge voltou a perigar as redes lusas, após passe de Claudemir.

Mudam-se o extremos, muda-se a acutilância

Aos 60 minutos, Nuno Espírito Santo mexeu na equipa e lançou o extremos Brahimi e Corona, retirando de campo um apagado Diogo Jota e um Herrera sem o fulgor necessária para acutilar o ataque. Os resultados foram imediatos: o argelino testou a atenção de Butelle na sua primeira intervenção, e o golo portista viria a surgir 8 minutos depois, logo a seguir a uma excelente jogada de André Silva, desperdiçada por Otávio; Layún disparou uma bomba que abanou as redes caseiras e o Porto ganhou ímpeto para o sprint final - já sem Otávio mas com André André, o Porto acabaria por celebrar a primeira vitória nesta edição da prova.

O golo decisivo chegaria nos descontos, cortesia de uma boa incursão ofensiva de Corona que redundou numa grande penalidade fatídica, que a calma do jovem avançado André Silva transformaria no golo da vitória. Claudemir derrubou o extremo mexicano (que, de facto, agitou o jogo) e o avançado portista não tremeu, enganando Butelle e confirmando o imperativo triunfo que permite ao Porto continuar na luta pela passagem aos oitavos-de-final. Destaque para a influência dos extremos lançados pelo técnico português e para a marca história fixada por Casillas: o guardião disputou o seu 1021º jogo, ultrapassando Andoni Zubizarreta e assim se tornando o «portero» espanhol com mais partidas oficiais jogadas.