Outubro foi um mês para esquecer em Alvalade. O mês começou, não só com um inacreditável empate a três golos em Guimarães - isto depois da equipa se ver a ganhar por 3-0 -, mas também pela lesão de Adrien Silva, capitão do Sporting.

O médio esteve ausente durante o resto do mês, e o Sporting como que perdeu o norte. Com efeito, nos cinco jogos realizados em Outubro, os leões somaram apenas um triunfo (em Famalicão, para a Taça de Portugal), ao qual se juntaram dois empates (Tondela e Nacional da Madeira), e as duas derrotas europeias com o Borussia Dortmund, isto apesar de Adrien ter regressado aos relvados precisamente no desafio jogado na Alemanha.

Foto: Dn.pt
Foto: Dn.pt

Durante a sua ausência, Jorge Jesus tentou colmatar da melhor maneira possível a falta do seu capitão. Para o seu lugar, o técnico leonino experimentou Elias e até Bruno César. O primeiro seria o "sucessor" natural de Adrien, contudo, o ex-Corinthians esteve sempre longe da intensidade e capacidade de liderança do capitão leonino. Assim, Jesus foi obrigado a recorrer a uma opção de recurso, neste caso Bruno César, jogador polivalente, e que já esta época tinha demonstrado qualidade para jogar no miolo. Apesar de não comprometer de sobremaneira, o "Chuta-chuta" também não conseguiu emprestar à equipa do Sporting a organização e estabilidade necessárias.

É costume dizer-se no futebol (e noutros círculos da vida) que não há insubstituíveis, e que a individualidade não faz um colectivo. Mas a a verdade é que o impacto de Adrien Silva no jogo do Sporting é imediato e provoca alterações profundas no seu funcionamento. E nem é preciso ao 23 leonino ser titular; em Dortmund, a entrada do médio em campo elevou de imediato o jogo da equipa.

O regresso do médio à titularidade este fim-de-semana diante do Arouca foi sinónimo com o regresso aos triunfos dos leões, num jogo tranquilo para a equipa de Alvalade...certamente bem mais tranquilo do que seria caso Adrien não estivesse presente. Com efeito, foi perceptível (e audível, por vezes) a voz impositiva do internacional português, a corrigir posicionamentos e outras chamadas de atenção.

Com o capitão ao leme, a nau sportinguista navega por águas mais calmas, os colegas de equipa sentem-se mais tranquilos e confiantes pois sabem que têm ao seu lado a sua âncora, um capitão que dá o seu máximo em cada jogo, liderando assim por exemplo.

Nos últimos dias (e horas) do defeso, e já depois de ver partir João Mário e Slimani, o Sporting esteve prestes a perder também Adrien Silva. Este início de época, e principalmente o último mês de Outubro, são prova real de quão acertada foi a decisão da direcção leonina de não prescindir de Adrien. É que nesta altura, o capitão leonino é insubstituível.

VAVEL Logo