O Estádio da Luz recebeu um derbi verdadeiramente extraordinário com o Benfica e o Sporting a procurarem o golo num ritmo alucinante. As águias marcaram por intermédio de Salvio e Jimenez mas o tento de Bas Dost não foi suficiente para impedir o desaire por 2-1. Volvidas 13 jornadas, o Benfica é líder com 32 pontos, o Porto é segundo com 28 e o Sporting desceu para terceiro com os mesmos 27.

Primeira parte: Salvio voa mais alto

O derbi dos derbies jogou-se no Estádio da Luz e o ambiente esteve ao rubro com mais de 60.000 adeptos. O técnico Rui Vitória apostou em Rafa e Jimenez e Jorge Jesus lançou o seu melhor 11 com Adrien e Gelson a recuperarem de uma gripe.  

O apito inicial trouxe desde logo intensidade com o Benfica a apostar num jogo de velozes contra ataques e o Sporting com um futebol mais apoiado e pensado a meio campo. Na primeira metade os focos individuais foram Gelson e Rafa e em sentido inverso Adrien e Fejsa não estiveram tão inspirados como costume. O primeiro lance de apuros para a defesa do Benfica saiu dos pés de Gelson Martins que driblou André Almeida e rematou para uma de muitas paradas do gigante Ederson. 

Pouco depois foi a Bryan a furar entre as águias mas Dost chegou tarde ao passe do número 20 leonino. Os encarnados acordaram e Rafa obrigou Patricio a sujar as luvas para evitar o tento do extremo. O leão Bryan voltou a tentar a sorte mas Ederson negou o festejo ao adversário. O leão rugiu mais na partida nos 20 minutos iniciais e foi depois de uma incursão excelente de Bruno César que Dost ficou a um palmo de inaugurar o score. A verdade é que foi o Benfica a fechar o leão numa jaula com um contra ataque fulminante iniciado com uma corrida incrível de Guedes.

A bola sobrou para Rafa, que serviu o golo a Salvio. O argentino finalizou com classe mas fica o relevo para uma transição ofensiva notável. O Benfica cresceu a partir daqui e Pizzi e Rafa pautaram o ritmo de jogo a seu belo prazer até ao intervalo. O Sporting sentiu muito o tento sofrido mas ficou por assinalar uma grande penalidade a favor dos leões por mão na bola do defesa benfiquista. Nos instantes finais da 1ª etapa, Jiménez ficou cara à cara com Patricio mas complicou o que parecia simples. 

Segunda parte: Ederson e Jiménez atenuam a garra do leão

O 1-0 ao intervalo retratou em parte o que se passou uma vez que as oportunidades mais claras de golo foram para as águias. O técnico Jorge Jesus deixou Bruno César no balneário e lançou o veloz Campbell na partida. O leão entrou forte e decidido e dominou a segunda parte quase por completo. 

A entrada incrível de Campbell e a subida de rendimento de Adrien contrastaram com a entrada infeliz de Danilo para o miolo e o jogo mudou por completo. O ritmo nas bancadas esteve arrepiante e nas 4 linhas as equipas mantiveram a intensidade da primeira parte. O tecnicista Campbell criou perigo pouco depois da sua entrada em jogo, retirando Nélson Semedo da jogada. O cruzamento chegou a Dost mas o poste acabaria por fazer o passe que resultaria no golo de Jimenez. O Benfica recolheu a bola, partiu para a resposta e Néson Semedo serviu o mexicano para fazer o 2-0 com a defesa do leão a ficar mal na fotografia. 

O Sporting não baixou o ritmo e partiu para cima do campeão. O trinco William ficou pertíssimo de reduzir mas Ederson levou a Luz ao delírio com uma parada soberba. O show Ederson não ficou por ali e Bas Dost e Marvin voltaram a enfrentar o muro que esteve entre os postes encarnados. Ao minuto 69 Campbell tirou da cartola um lance genial e Dost não vacilou e bateu Ederson pela primeira vez. Até final o Sporting tentou chegar ao empate mas a saída de Dost no Sporting  e a entrada de Cervi nas águias voltaram a trazer

Velocidade e técnica ao jogo encarnado. O argentino entrou a todo o gás e conduziu um contra ataque fulminante que Rafa não soube transformar em golo. O mesmo Rafa voltou a ter o golo nos pés mas isolado falhou a emenda. As águias venceram mas o jogo merecia talvez o empate pela forma apaixonante com que adeptos, jogadores e treinadores viveram o derbi. O nível da partida esteve num patamar elevadíssimo e é um exemplo europeu do melhor que o futebol tem tido.