Ainda que certamente confiante de que poderia ter em Tiquinho Soares um importante reforço para a nova época – de outra forma, não teria desembolsado o que poderá ter sido um acordo de 7 milhões de euros pelo seu concurso – talvez nunca o FC Porto tinha esperado que numa questão de dias tinha alcançado a contratação de um jogador com importância dupla para o plantel: a de novo goleador e a de inesperado caça-leões.

Um trabalho que, assinale-se, acarreta sempre grande dificuldade pelo facto de o brasileiro ter apontado dois golos em apenas uma parte logo na partida de estreia e logo num desafio em que poderia ter sentido alguma pressão inerente à falta de hábito em grandes jogos. Não foi certamente o caso: Soares enfrentou o Sporting como se qualquer outro adversário se tratasse, uma tarefa difícil para qualquer atacante mesmo que perante uma defensiva verde-e-branca que nos últimos tempos, mais concretamente meses, não tem estado ao nível do que certamente lhe seria exigível.


Compra com recibo

Apesar de se encontrar alguns furos abaixo do expectável, a defesa do Sporting não seria, sob circunstância alguma, ‘pêra doce’ para Francisco ‘Tiquinho’ Soares já que ainda na época passada se apresentou como uma das mais eficazes a nível europeu e mesmo com boas performances em competições de altíssimo nível como a Liga Europa, dando por absolutamente justificada esta corrente que parece ter sido criada a partir do Presidente, Pinto da Costa, que optou por entregar a equipa a um ‘homem da casa’, Nuno Espírito Santo, que em Janeiro optou por escolher o seu goleador de eleição.

A interligação directa entre a aposta do Presidente no ‘seu’ treinador que por sua via vai apostando nos atletas ao seu estilo parece para já fluir e Soares deixa água na boca aos adeptos azuis-e-brancos especialmente numa fase em que outro ponta-de-lança ainda contratualmente ligado ao FC Porto, Vincent Aboubakar, vem dando que falar ao ter apontado o golo que garantiu a conquista da Taça das Nações Africanas aos Camarões e é ainda visto por muitos como um futebolista mal aproveitado pelos dragões e que deveria ter sido merecedor de uma aposta bem mais concreta.


Metade da culpa

Quanto ao Sporting, bem pode lamentar o surgimento de um novo profissional na arte de caçar o leão, já que antes de brilhar a grande altura na noite de Clássico no Dragão já havia apontado um outro golo decisivo no D. Afonso Henriques que valeu também uma derrota aos verde-e-brancos, tornando-se assim Soares no responsável directo pela perda de 4 dos 9 pontos que os separam da vice-liderança ocupada pelo FC Porto ou e dos 10 que os separam da liderança ocupada pelo Benfica.

Em suma: sendo ainda precoce prever se Tiquinho Soares será um nome a figurar na História dos azuis-e-brancos, pelo menos no que respeita aos Clássicos este nome certamente não será esquecido, especialmente em Alvalade onde grande parte das frustrações leoninas se baseiam num mero jogador que parece ter-se especializado a marcar a leões…

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