O quarteto defensivo é um dos pontos mais cruciais numa equipa, ainda para mais quando falamos de uma Selecção. Podemos acrescentar ainda o facto de essa mesma Selecção ser a actual detentora do título de Campeão da Europa.

É importante pensar no passado porque foi ele que nos trouxe até aqui, é importante vermos o presente porque é ele que nos faz continuar a ser grandes, mas ainda mais importante é pensarmos no futuro.

José Fonte, Ricardo Carvalho, Pepe e Bruno Alves não duram para sempre são a chamada "secção dos 30 " e muitos deles já começam a pensar até no Adeus ao Mundo do Futebol. Hoje, revemos o percurso destes quatro homens e tentamos "adivinhar" quem os poderá substituir nos próximos anos.

José Fonte - o homem-solução

José Fonte é o "novato" nas andanças da Selecção Nacional. Chegado à equipa principal em 2014, o central do West Ham só conta com 20 jogos realizados. Apesar de não ter nenhum golo marcado, a verdade é que Fonte se tem vindo a tornar no homem-solução para Fernando Santos.

A concentração, a qualidade e a visão de jogo fazem dele uma peça essencial nas contas do seleccionador nacional e o facto de estar habituado a uma das ligas mais competitivas do mundo também ajuda.

Fonte tem 33 anos e poderá ficar por quanto mais tempo? Ninguém sabe. A verdade é que dos quatro centrais actuais da Selecção é o mais jovem (é um ano mais novo do que Pepe) e se tudo correr como o esperado, poderemos contar com ele por mais alguns anos. Substituto à altura vai ser difícil de encontrar, porque, como este, existem poucos.

Pepe - A solução de sempre

Pepe é o homem da experiência e apesar de ter nascido no Brasil, a naturalização só fez com que este "outsider" abraçasse ainda mais a camisola e todo o sentido de pátria portuguesa.

Esteve nas fases boas, nas fases menos boas e, tal como os colegas que agora o acompanham na defesa, garantiu-nos o título de Campeões Europeu.

Pepe tem um dom, o dom de estar sempre no lugar certo, mas o facto de se irritar com alguma facilidade com os adversários, por vezes pode deixar a equipa receosa. Ainda assim, a qualidade que traz ao jogo, o facto de poder ser polivalente e de conhecer muito bem a nossa frente de ataque fazem dele uma peça crucial.

Bruno Alves - O gladiador

Desde a sua entrada na Selecção A que Bruno Alves faz parte das escolhas principais de qualquer seleccionador. Dono de um estilo de jogo muito próprio e de uma segurança das suas capacidades fora do normal, este é o central que faz sempre falta a qualquer selecção. Mas a verdade é que já com 35 anos, toda a gente começa a acreditar que não são muitos mais os anos que ele irá permanecer na equipa.

Solução ao mesmo nível e com a mesma experiência que o homem do Cagliari (ainda) não há. Bruno Alves, com o seu estilo característico, é capaz de muito e quando tiver de abandonar os relvados com a camisola da Selecção Nacional vestida, a única coisa que lhe poderá ser pedida é que ensine os novos pupilos a brindar o onze com os mesmos cortes, cruzamentos e cabeceamentos para ele que ele aprendeu.

Ricardo Carvalho - O retornado

Ricardo Carvalho é o senhor, o dono e o equivalente a uma glória no que a defesas centrais diz respeito. Apesar de ter estado afastado durante algum tempo por incompatibilidades com Carlos Queiroz e Paulo Bento, Fernando Santos trouxe a velha guarda de volta e ainda bem que o fez.

Muito dificilmente a Selecção principal irá encontrar um central como ele. Seguro de si, seguro das suas capacidades e do seu jogo à frente da baliza e na frente de ataque, Ricardo Carvalho poderia jogar até aos 50 anos que iríamos sempre agradecer tê-lo por cá.

Infelizmente isso não será possível. Com 38 anos, o homem que mostra o que é qualidade em campo ao longo dos 90 minutos de jogo, já não consegue aguentar a partida toda ao mesmo nível e, mais do que isso, acaba por correr o risco de lesões graves com muito mais facilidade que qualquer outro colega.

Quando Ricardo Carvalho sair, fará muita falta, quer à defesa, quer à equipa, porque de facto, se há coisa que não se pode comprar é o amor há camisola e disso, Carvalho tem de sobra.

Então... e agora?

Chegamos agora ao cerne da questão problemática. E daqui para a frente? Quem é que vai tomar conta da defesa na equipa A?

A equipa das quinas sempre teve a sorte de estar bem servida no que diz respeito a defesas centrais, mas parece que actualmente eles deixaram de ser "fabricados".

Contudo existem quatro "miúdos" capazes de nos surpreender a todos os níveis e que poderão muito bem vir a ser soluções da equipa de Fernando Santos.

Falamos de Rúben Semedo, jogador do Sporting que tem representado os leões e faz parte da equipa de Sub-21 da Selecção. É uma solução a longo prazo, mas terá de ser estudada e trabalhada para que possa brilhar.

Também Ilori poderá vir a ser uma solução e se a isto juntarmos Tobias Figueiredo e Paulo Oliveira, o quarteto fica completo e com qualidade garantida, mas será que os adeptos vão acreditar nestes miúdos da mesma maneira que actualmente acreditam no quarteto fantástico.....?