O treinador do Arsenal, Arsene Wenger, deu uma entrevista ao canal de televisão ‘bein sports’, onde falou da actual situação do clube que orienta, o estado de alguns jogadores, do seu futuro no clube e do actual descontentamento que os adeptos da equipa londrina têm demonstrado.

Ao longo de toda a entrevista, o técnico francês manteve um tom calmo e nunca se excedeu nas palavras, mesmo quando respondeu a perguntas mais susceptíveis de lhe causar algum desconforto. Quando questionado sobre o seu futuro no clube que orienta há 27 anos, Arsene não garantiu a sua permanência, mas a saída também não foi colocada como hipótese. As minhas notícias são que não tenho notícias para vocês! Não importa o tempo que fique no clube, sei que enquanto ficar vou estar focado e dedicado. Estamos a passar por um momento complicado no que toca aos resultados, por isso o mais importante é dar a volta à situação”.

O próprio o diz. O momento é “complicado”, e prova disso são as crescentes manifestações de desagrado dos adeptos do Arsenal. Nos últimos jogos têm sido mostrados diversos cartazes em modo de protesto e até aviões sobrevoaram o último jogo com o West Bromwich, um deles a pedir que não fosse realizado novo contrato para o técnico francês. Muitos adeptos pedem a saída do treinador, mas Wenger respeita as diferentes opiniões e lembra o trabalho que foi feito ao longo dos anos: “O meu trabalho é fazer 100% das pessoas felizes, e se olhar para como o clube estava quando cheguei e como está agora, penso que estou bastante orgulhoso do que fiz. Vivemos numa época em que as pessoas são bastante exigentes e consigo perceber isso, mas também sei que comandei o Arsenal durante períodos muito complicados com recursos muito, muito, muito limitados e sempre treinei para tirar o melhor da equipa e é isso que continuarei a fazer”, sublinhou.

A tensão não se tem vindo a verificar apenas nos resultados. Algumas negociações de renovação de contratos pararam. Exemplo disso são as conversações entre o clube londrino e as estrelas Mesut Özil e Alexis Sanchez, que foram adiadas.De momento não temos nenhum acordo. Decidimos colocar o nosso foco no final da temporada e falar sobre isso durante o verão. É a mesma situação para os dois jogadores. Se não encontrares um acordo que seja duradouro não é bom, por isso decidimos tratar disso com mais calma no verão”, respondeu Arsene Wenger.

Um clube como o Arsenal tem que ganhar títulos ou, pelo menos, lutar por eles. Certo é que o clube londrino não vence a Premier League há mais de 10 anos e nos últimos anos tem estado sempre afastado da luta pelo campeonato inglês. Questionado sobre o sucesso da presente época, o treinador de 67 anos foi peremptório ao afirmar que, se não se ganha o campeonato, a temporada não pode ser considerada um sucesso: “Basicamente podemos dizer que se não ganhamos o campeonato não é uma boa época. Mas não somos os únicos. De certeza que o campeonato vai ser ganho pelo Chelsea e clubes como o Liverpool, Manchester United, Manchester City ou o Tottenham, todos estes clubes terão que esperar. Em todas as temporadas é um de nós que ganha. Resta-nos jogar para terminar na melhor posição possível”.

Quanto ao futuro do clube, com ou sem Wenger, parece, segundo o técnico, estar assegurado, muito por causa dos jovens e da estrutura do clube. “Penso que o Arsenal conseguirá ter uma boa equipa na próxima temporada. Há bons jogadores e são jovens. O espírito é bom e a estrutura é absolutamente fantástica. Para mim, o Arsenal é o melhor clube do mundo e o que construímos é muito bom. Claro que um clube vive de vitórias, mas vive também de valores como a humildade, o respeito a união e nós temos isso. Isso deixa-me muito orgulhoso”, concluiu.