A aposta de Jorge Jesus em Coates para patrão da defesa leonina é uma constante mas tudo se complica na hora de lançar o parceiro do uruguaio. Rúben Semedo ou Paulo Oliveira? Irreverência ou estabilidade?

Rúben Semedo: selvagem com potencial 

Aos 23 anos Rúben Semedo é um dos centrais mais promissores do futebol luso. Com Jorge Jesus no comando técnico o jovem tem sido um dos pilares da estratégia do Sporting mas na segunda volta do campeonato o técnico tem vindo a deixar Semedo fora do 11 durante alguns jogos. Até agora o jogador formado em Alvalade já alinhou em 29 partidas mas não actualmente um titular indiscutível. 

Enquanto central, Semedo é rápido a reagir à perda de bola, é robusto fisicamente e tem um excelente jogo aéreo.  O bom jogo técnico do defesa felino  permite, em em determinados duelos diante a equipas fechadas, desenvolver desde trás uma condução de bola que abra espaços aos médios e extremos. O jovem é realmente dotado tecnicamente mas por vezes deslumbra-se em demasia e perde a bola em zonas proibidas. No futebol o risco é importante mas falta ainda ao irreverente Semedo a maturidade necessária para saber quando pode ou não participar na primeira fase de construção e quando pode ou não fazer um passe. 

A dúvida de Jesus não é relativa à qualidade do atleta mas é sim quanto à infantilidade que provoca perdas de bola que obrigam o próprio Rúben a faltas escusadas que resultam em cartões amarelos ou vermelhos e por vezes em golos dos adversários. No derby de Lisboa Semedo ficou no banco e é certo que o Sporting perdeu alguma rebeldia táctica mas ganhou maturidade e segurança com Paulo Oliveira. O crescimento de Rúben Semedo e o seu potencial são inegáveis mas talvez ainda não seja o momento do central ser um claro titular ao lado de Coates. 

Paulo Oliveira: maturidade e tranquilidade

Com 25 anos Paulo Oliveira chegou ao Sporting depois de ter sido um líder na defesa do Vitória SC. Com Jesus a treinador o jogador já conheceu diversos momentos. Começou como titular ao lado de Naldo na época passada mas passou para o banco quando Coates e Rúben Semedo rugiram para o 11. 

A verdade é que Paulo Oliveira tem sido uma espécie de bombeiro de Alvalade sempre apto a apagar o fogo da intranquilidade do eixo central. Na segunda volta da presente  Liga as irregulares exibições de Rúben Semedo levaram Jesus a apostar no maduro Paulo Oliveira, que soma já 17 jogos esta época. Com o nortenho defesa o Sporting ganha um género de Ricardo Carvalho. É um central fino e discreto nos cortes, maduro e prudente na entrega de bola, competente no jogo aéreo e extremamente astuto na antecipação aos adversários. 

Não é fenomenal tecnicamente, mas tal como demonstrou no derby oferece segurança e estabilidade, algo que faltou ao Sporting na primeira metade da temporada. No actual panorama leonino Paulo Oliveira é o porto seguro de Jesus e tem estado à altura de dividir o eixo central com o patrão Coates.

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