A missão era quase impossível: após a derrota na primeira-mão das meias-finais (3-0), no Santiago Bernabéu, fruto do hat-trick de Cristiano Ronaldo, o Atlético tinha que recuperar de uma desvantagem abissal na eliminatória, que muitos já davam como resolvida. Isto significava, essencialmente, duas coisas: por um lado, tinha que marcar (pelo menos) três golos para igualar a contenda, sendo que também lhe competia impedir que o Real Madrid, um dos conjuntos mais fortes do futebol europeu a nível individual, não marcasse qualquer golo. 

No entanto, os primeiros 15 minutos trataram de mostrar aquilo ao que o Atlético vinha: num ritmo extremamente frenético, que resultava de uma intensidade impressionante em cada disputa de bola e na enorme reação à sua perda, os “colchoneros” faturaram por duas vezes, através de Saúl Ñíguez (12´) e Antoine Griezmann (16´, de grande penalidade), reavivando por completo a eliminatória e tornando o Vicente Calderón num autêntico vulcão. Durante esses minutos, o máximo que o Real conseguiu fazer foi reagir através de um cabeceamento perigoso de Casemiro, que Oblak defendeu (5´). 

Após uma entrada demolidora, o conjunto de Diego Simeone desceu linhas, deixou de pressionar e adotou uma postura mais expectante, o que serviu os interesses do Real Madrid que, mesmo sem criar muito perigo, foi assumindo o controlo do jogo, o que, já se sabe, normalmente resulta em golo: foi o caso do que aconteceu num lance inesperado de Benzema que, cercado por três jogadores adversários na linha lateral, desembaraça-se das suas presenças, fazendo o passe para Toni Kroos, que remata para uma defesa fantástica de Oblak. Na recarga, Isco (um dos melhores em campo) marcou (41’) e praticamente sentenciou a eliminatória. Mais uma vez, a qualidade individual do Real a sobressair.

No segundo tempo, os homens de Zinédine Zidane foram gerindo a vantagem, através de uma exímia circulação de bola, o que deu azo a que Cristiano Ronaldo surgisse mais em jogo, com bons lances aos 47’ e aos 57’. Ainda assim, foram os anfitriões que criaram mais perigo: Keylor Navas evitou, com duas defesas consecutivas soberbas (65´), que o Atlético aspirasse a algo mais na partida.  O Real respondeu pelo intermédio de Benzema (73’), mas com o passar do tempo ambos os conjuntos foram perdendo o discernimento até ao apito final do árbitro.

Com este resultado, o Real Madrid carimbou o acesso à sua 15ª final da Taça/ Liga dos Campeões, na qual vai defrontar a Juventus, a 3 de junho, em Cardiff (País de Gales). Já ao Atlético, serve de consolação o facto de ter derrotado o seu arquirrival no último jogo internacional realizado no Vicente Calderón.