O Benfica é o representante nacional que, teoricamente, tem o caminho mais facilitado, isto apesar de ter de enfrentar aquele que nos parece o mais poderoso Machester United desde os tempo de Sir Alex Ferguson. FC Basileia e CSKA de Moscovo tentarão intrometer-se na luta pelo apuramento e têm armas para o conseguir caso o Benfica não seja competente. A equipa do grupo A que hoje tem a análise da VAVEL é o Machester United. Nos próximos dias, esteja atento a análise VAVEL ao CSKA e FC Basel

Manchester United:

Fabulosa equipa de José Mourinho. O Special One já nos habituou a que as suas equipas estejam sempre mais próximas da perfeição no seu segundo ano e este United não parece fugir à regra. Com três jogos oficiais realizados até esta altura (uma derrota frente ao Real Madrid na Supertaça Europeia e duas vitórias a golear na Premier League), já nos parece ser possível avançar com um 11 tipo dos red devils. É mais ou menos evidente que Mourinho joga com três médios atrás de três avançados (o que, por incrível que pareça, não pressupõe um 4-3-3 puro dada a mobilidade dos médios do United em todos os momentos do jogo), a dúvida é perceber que caraterísticas terá o terceiro médio do United já que Matic e Pogba (grande arranque de época) têm lugar cativo.

Contra o Real Madrid, num jogo de um nível mais exigente, jogou com eles Ander Herrera, um jogador com bom toque de bola mas, sobretudo, transformado por Mourinho num médio com um excelente sentido posicional, fiável e que sabe gerir os ritmos de jogo. Contra o West Ham e Swansea jogou Mata, um jogador puramente tecnicista, mais ofensivo que Herrera. Do pé esquerdo de Mata pode sempre sair um último passe de morte, apesar da sua pouco intensidade de jogo. Sempre que joga, Mata tem sido o primeiro a sair precisamente por isso: numa altura em que está em vantagem Mourinho abdica de um médio que só sabe ocupar os espaços do último terço para pôr Herrera ou Fellaini (o opção tem recaído no belga). Fellaini é também um nome que Rui Vitória tem de considerar: é praticamente certo que Fellaini não jogue de início mas igualmente certo que entre no decorrer da partida, esteja a sua equipa a ganhar ou a perder: caso esteja a ganhar, Fellaini entrará para o lugar de Mata (ou Herrera, dependendo quem estiver a jogar) e posicionar-se-sá junto de Matic e Pogba, dando assim força ao meio campo. Por paradoxal que pareça, caso esteja a perder é possível que a substituição seja a mesma, mas nesse caso Fellaini posicionar-se-á junto do ponta-de-lança Lukaku, dando uma solução muito interessante aos red devils no jogo direto (viu-se como Fellaini mexeu com o jogo da Supertaça Europeia). A defesa do United deve ser composta por Valencia à direita, Blind à esquerda, Phil Jones e Bailly a centrais, protegidos por De Gea na baliza. Esta defesa tem-se mostrado intransponível na Premier League (Blind, Phil Jones e Bailly estiveram indisponíveis na Supertaça Europeia). Valencia está transformado num lateral moderno: portentoso fisicamente, aguenta 90 minutos a fazer o corredor a grande intensidade, mas do outro lado poderá estar o ouro para o Benfica: Blind, conhecedor das suas limitações técnicas, não se torna um jogador tão ofensivo como, por exemplo, Valencia e jogando ao lado de um central destro pode tornar um pouco vulnerável aquele espaço entre Phil Jones e Blind, espaço onde podem cair Salvio em diagonais por exemplo ou mesmo Jonas. O ataque é também ele portentoso: Rashford é o jogador mais criativo desiquilibrador, quando a bola chega a ele o estádio já se lentantou, é terrível no 1 para 1 e é muito provável que André Almeida sofra com ele sobretudo em Old Trafford, do outro lado Mkhitaryan, extremo adaptado à direita que no Shakhtar e no Dortmund jogava mais vezes a médio ofensivo, não sendo tão desiquilibrante no 1 para 1 como, por exemplo, Rashford, é mais eficiente. A bola sai sempre redonda dos pés do arménio e, também ele, é um jogador que não pode ter um milímetro de espaço. Sobra o ponta-de-lança Lukaku, um portento físico que os centrais do Benfica vão ter muita dificuldade em segurar e um jogador que cheira o golo, já mostrou esta época que não precisa de muitas oportunidades para marcar (marcou em todos os jogos). Em suma, este Manchester United é claramente favorita frente aos encarnados, como seia perante quase todas as equipas da Europa mas o futebol português já nos habituou a alguns momentos de superação que desafiam a lógica.

11 Tipo:

De Gea, Valencia, Phil Jones, Bailly, Blind, Matic, Pogba, Mata, Mkhitaryan, Rashford e Lukaku

Barcelona

O gigante catalão está novamente no caminho de Jorge Jesus. É justo dizer-se que, com a companhia de Olympiakos, Juventus e Barcelona, os leões são, entre as equipas portuguesas, aquela que tem um caminho mais espinhoso mas também é justo dizer que para uma equipa que só por uma vez na história atingiu um lugar entre as 16 melhores equipas da Europa, uma "despromoção" à Liga Europa num grupo como este não pode ser considerada um total fracasso (de lembrar que no ano passado o Sporting não conseguiu, sequer, essa despromoção). A nossa análise de hoje recai sobre o Barceolna, nos pr´ximos dias a VAVEL dissecará Juventus e Olympiakos.

Ao contrário do que acontece com o United de José mourinho, não é fácil, neste momento, antever o que pode ser contra o Sporting este Barcelona de Valverde mas algo parece certo: se há ano para vencer o Barcelona é este. Este Barcelona já nada tem a ver com aquela máquina destruidora de Pep Guardiola que Jesus enfrentou nos tempos do Benfica. Parece-nos que, com uma exibição parecida à que o Sporting fez o ano passado no Barnabéu, a vitória é possível.

Na defesa, o guarda-redes Ter-Stegen tem muitas vezes um comportamento algo "bipolar", capaz do melhor e do pior como se viu recentemente na Taça das Confederações, não é aquele monstro que passa uma total confiança à sua defesa e com um jogo exterior forte e constantes cruzamentos, o Sporting pode explorar essa limitação. A dupla de centrais Umtiti-Piqué parece-nos um dos pontos fortes desta equipa, isto apesar de Piqué ter perdido o lugar na Liga depois da derrota frente ao Real madrid na Supertaça. São ambos jogadores experientes (principalmente o espanhol) que saem bem para o jogo, fortes no jogo aéreo e que, com a sua qualidade técnica transformam rapidamente um corte num primeiro passe de transição ofensiva de grande qualidade. Nas laterais há ainda alguma indefinição. Jordi Alba já não consegue apresentar o rendimento de outros tempo mas, ainda assim, deve ser titular e do outro lado, apesar de Vidal ter arrancado a época a titular frente ao Real Madrid, o português Nélson Semedo apareceu com um rendimento razoável no campeonato e acreditamos que com mais entrosamento e confiança acabe por ganhar o lugar. Do meio campo para a frente a indefinição é total, ainda mais agora com as chegadas de Dembelé (presumivelmente titular) e Paulinho. Sergi Roberto é um jogador que tem assumido algum protagonismo depois de uma boa exibição frente ao Bétis a jogar na sua posição natural (médio centro) mas não é certo que ganhe o lugar a o eterno Iniesta. André Gomes perde espaço com a chegada de Paulinho (apesar de, para a VAVEL, o português ser superior). A estrela Lionel Messi continua a não merecer palavras, há pouco que possa explicar a magia de alguém que sozinho desmonta completamente quaisquer antecipações que um treinador possa fazer. Cada vez mais sem posição, Messi faz o que quer em campo. Aparece no meio campo a construir, aparece no último terço a desiquilibrar e aparece na área a finzalizar. A completar a frente de ataque está o temível Luís Suárez (sem dúvida, um dos melhores e mais completos pontas-de-lança do mundo), municiado também por Deulufeu (ou Dembelé?).

Este é apenas um esboço de uma equipa do Barcelona que ainda tem muitas dúvidas sobre si prórpia neste momento e que não nos parece estar à altura, por exemplo, do Real Madrid nesta altura. Ainda assim é claramente favorita

11 Tipo:

Ter-Stegen, N. Semedo, Piqué, Umtiti, Alba, Busquets, Rakitic, Sergi Roberto, Messi, Dembelé e Suárez

Besiktas

Uma das curiosidades que ficaram do sorteio no Fórum Grimaldi é o regresso de dois ídolos azuis e brancos ao Dragão: Pepe e Quaresma, agora vestindo as cores da melhor equipa turca da atualidade, lideram uma equipa que, para a VAVEL, tem o nível dos três grandes e porá imensas dificuldades aos dragões (de recordar que na época passada o Besiktas não perdeu nenhum dos dois jogos frente ao Benfica). Não perca també, nos próximos dias, a análise ao Mónaco e RB Leipzig.

Desde a chegada do experiente treinador Senol Günes que o Besiktas se fixou no topo do futebol na Turquia e este ano parte mais uma vez à frente no que à corrida pelo título de um campeonato que, para nós, tem o nível do português diz respeito. 

Se olharmos para os jogadores que normalmente jogam a titulares no meio campo do Besiktas idenficamos rapidamente aquele que se assume como o tampão a frente da defesa dos turcos: Atiba Hutchinson. O canadiano, não sendo um jogador tecnicamente evoluído, faz falta à equipa e isso viu-se no último jogo em casa frente ao Konyaspor. O Besiktas, jogando em casa, abdicou no seu médio mais defensivo para lançar o médio Arslan (uma espécie de joker desta equipa que arrancou a titular mas que perdeu espaço com a chegada de Talisca) e a equipa ressentiu-se, tendo mesmo sofrido dois golos e perdido dois pontos. 

Com Hutchinson na equipa (e na Liga dos Campeões Hutchinson vai jogar), o 4-3-3 puro do Beskitas com um trinco e dois médios interiores fica mais bem vincado. À frente de Hutchinso jogam dois craques, um deles bem conhecido dos nossos relvados: Ozyakup e Talisca. Ozyakup é um dos interessantes talentos turcos da atualidade, é o pensador de futebol desta equipa, um médio criativo que gere bem os momentos e os ritmos de jogo e tem um último passe de grande qualidade, mas jogando ao lado de Talisca (grande época que o brasileiro fez no ano passado), um jogador também muito ofensivo, que remata de qualquer lado faz com que a primeira linha de pressão dos turcos não seja assim tão forte (apesar da boa capacidade de trabalho do ponta-de-lança Tosun ou Negredo). Esta é uma debilidade que os dragões podem explorar. Óliver e Danilo, mas principalmente o espanhol tem de saber onde aparecer e aproveitar os recuos de Aboubakar (que trará preocupações acrescidas de Hutchinson) para pegar no jogo nas zonas de Ozyakup e Talisca.

A defesa do Besiktas no ano passado era muito competente, mas esta ano há um claro upgrade com a chegada de Pepe. O português assumiu-se rapidamente como o patrão da defesa dos turcos e cria, com Tosic uma dupla forte e consistente, mas que pode sofrer com bolas nas costas porque já não é muito rápida (bom jogo para lançar Marega?). Quanto aos laterais, até esta altura o mais conhecido: Adriano, ex-Barcelona tem perdido (e bem) o lugar para Erkin, experiente lateral esquerdo turco que conta com passagens por Inter e CSKA de Moscovo. Erkin é um lateral ofensivo, que faz o corredor com facilidade que cruza bem, mas acreditamos que Corona, se estiver num dia sim, pode provocar muitos problemas ao lateral. Do outro lado Beck é a antítese de Erkin: um lateral que cumpre defensivamente e que não desiquilibra a equipa.

No último terço moram Quaresma, Babel e Tosun. Esta frente, não tendo a irreverência da juventude está mais que habituada a grandes palcos. O nosso bem conhecido Ricardo Quaresma é o ídolo dos adeptos e a referência ofensiva desta equipa. Mais desiquilibrador que Babel mas com menos golo que o holandês, Quaresma será uma ameaça constante à defesa do FC Porto. Por fim, Tosun, o ponta-de-lança é o "ilustre desconhecido" que, na época passada relegou Aboubakar para o banco em muitos momentos, foi o melhor marcador do campeonato e esta época tem relegado Negredo também para o banco de suplentes. Trata-se de um ponta-de-lança completo, muito trabalhador e com capacidade para em poucas oportunidades fazer golo. É verdade que, municiado por Quaresma, qualquer ponta-de-lança se arrisca a marcar muitos golos mas os centrais do FC Porto terão de estar sempre muito atentos às movimentações de Tosun.

O Besiktas é uma equipa ao alcance do FC Porto mas, para a VAVEL, mais forte do que muita gente pensa. Aboubakar será fulcral la luta do meio campo e se o FC Porto criar superioridade numérica numa zona em que Ozyakup e Talisca não conseguem ser assim tão intensos sem bola pode ser feliz.

11 Tipo:

Fabri, Beck, Tosic, Pepe, Erkin, Hutchinson, Ozyakup, Talisca, Quaresma, Babel e Tosun