Em 2015, o futebol luso recebeu um dos médios mais criativos da última década. O Sporting de Jorge Jesus apresentou o capitão da Costa Rica, satisfazendo um velho desejo do técnico luso, que seguia Bryan desde o tempo em que orientava o SL Benfica. Nas entrevistas, Jorge Jesus não escondeu a sua admiração pelo craque, chegando a afirmar que Ruiz já conhecia tudo sobre o jogo e que não tinha nada a ensinar-lhe.

Os leões rugiram bem alto em 2015/2016 e Bryan Ruiz foi o mago que perfumou o jogo artístico de Jesus, com passes, experiência e golos. Em 46 duelos, o jogador marcou 13 tentos, mas colectivamente o Sporting não chegou ao título. A imagem do golo falhado por Bryan no derbie diante o Benfica dificilmente sairá da mente sportinguista, mas a classe e a técnica de Ruiz é inegável.

Na temporada seguinte, o rendimento do médio desceu drasticamente e a saída do jogador no mercado de verão parecia uma inevitabilidade. O experiente atleta recusou propostas e acabou por se arrastar até terminar à parte e fora das escolhas do treinador. Jesus deixou claro que não conta com o jogador e o Sporting não autorizou Ruiz sequer a treinar com a equipa B. Será assim tão difícil permitir a um profissional de excelência como Bryan, treinar para ter, no mínimo, índices físicos aceitáveis?

É legítimo que Jesus tenha delineado a temporada sem Bryan, mas é indiscutível que o percurso rico e o talento soberbo do jogador mereciam no mínimo mais consideração. É dificil encaixar Ruiz no 11 actual, mas ao analisar os recentes compromissos, diante o Barça e o Porto, Bryan poderia perfeitamente ser útil para gerir a condição física de Acuna ou Bruno Fernandes.

Em Janeiro, Ruiz deverá mesmo mudar de palco, sendo triste que a despedida do craque da Costa Rica seja pela porta pequena. Bryan Ruiz tem tarimba, técnica, respira futebol e revela algo raro no futebol moderno - honestidade. Mesmo com a situação que vive, Ruiz tem revelado respeito e profissioalismo, mas é hora de ver o eterno número 10 de volta aos relvados. Qualquer bola implora para que Ruiz regresse, só é pena que o desporto rei luso esteja prestes a dizer adeus a um craque que eleva o nível de qualquer Liga de prestígio.