Ambiente frenético em Istambul, como seria de esperar, para um jogo que fica na história do Besiktas: é a primeira vez que os turcos estão entre as 16 melhores equipas da Europa. Num jogo em que José Sá foi herói, o FC Porto esteve em vantagem mas, ainda antes do intervalo, o Besiktas chegou, justamente, à igualdade.

Relativamente ao épico jogo da Taça frente ao Portimonense, Sérgio Conceição operou quatro alterações: José Sá regressou à baliza, Brahimi foi, sem surpresa, para o lugar de Hernâni e duas "surpresas"... Maxi Pereira substituiu Jesús Corona, fazendo com que Ricardo Pereira subisse para extremo e Sérgio Oliveira entrou para o lugar de André André (está cada vez mais solidificada este recurso ao médio português formado nos dragões em jogos teoricamente mais difíceis). Eram sinais de respeito pelo adversário (respeito, esse, que se veria em campo) que Sérgio Conceição passava aos seus jogadores que enfrentavam aquele que, para o treinador, é "o melhor Besiktas dos últimos anos".

Do lado do Besiktas, também Senol Gunes revelou respeito pelo FC Porto deixando Ozyakup de fora (o influente médio ofensivo turco entrou já quase no fim do jogo) e lançando o combativo mas tecnicamente inferior Arslan. 

O respeito mútuo foi-se notando no arranque da partida. O Besiktas-FC Porto estava a ser bem disputado, mas nem sempre bem jogado... Ainda assim, podia dizer-se que eram os turcos quem tinha mais iniciativa de jogo... Terá sido, assim, contra a corrente, que o FC Porto chegou à vantagem? Nada disso. Até aí, podia dizer-se que a exibição do FC Porto é, sobretudo, de uma equipa madura: uma equipa com personalidade, que reconhece as suas fraquezas, mas que se defende bem delas e letal quando tem oportunidades. Mais uma vez, foi do laboratório do alquimista Sérgio Conceição que saiu a vantagem dos dragões. Livre a meio do meio campo do Besiktas, descaído para a esquerda, batido por Alex Telles à maneira curta para Danilo que, apanhando a defesa do Besiktas desprevenida, assiste Felipe que finaliza da marca de penalty à ponta de lança.

O mais difícil estava feito, aos 29 minutos.

O Besiktas acusou o toque, podia ter sofrido o 2-0 por Aboubakar, mas, no melhor (e único verdadeiramente bom) período do FC Porto empata a 5 minutos do intervalo. Boa jogada individual de Tosun que, na cara de José Sá, não é egoísta e assiste para Talisca festejar à boca da baliza.

O jogo estava bom e o empate (que não era mau para nenhuma equipa) era justo no fim da primeira parte mas a segunda quase não teve história para os dragões.

É verdade que a melhor oportunidade de todo o segundo tempo pertence ao FC Porto e a Ricardo Pereira que, completamente isolado, tentou a trivela e falhou; mas esse lance surge como uma exceção à regra que foi um sufoco dos turcos até aos 70/80 minutos (altura em que ambas as equipas, não tendo assinado um pacto de não-agressão, também não quiseram correr riscos desnecessários). José Sá (melhor exibição no FC Porto?) e a barra negaram o golo a Quaresma e a Ryan Babel e o FC Porto (que só mexeu na equipa aos 80 minutos) sai da Vodafone Arena com um ponto e a garantia de que depois do Natal continuará na Europa (seja na Champions ou na Liga Europa).

A ideia que fica deste FC Porto é que, apesar das limitações de plantel (ainda por cima com Soares, Marega e Otávio lesionados), a equipa consegue ser competitiva contra qualquer adversário apesar de nem sempre ser brilhante. É uma equipa de Liga dos Campeões e tem tudo para o provar, no Dragão, contra o Mónaco.

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