À entrada para a última jornada, o Sporting tinha ainda aspirações de qualificação no grupo D. Para tal os leões tinham de vencer em Camp Nou, contando que a Juventus não triunfasse diante do Olympiakos.

Perante este cenário, Jorge Jesus surpreendeu tudo e todos ao apresentar um onze e um sistema longe das previsões. Deixando Bas Dost, Coentrão e Gelson Martins no banco, o técnico colcou um esquema com três centrais, um meio-campo povoado e Alan Ruiz como homem mais adiantado; Jesus queria assim contrariar o fortíssimo jogo interior dos catalães, apostando em saídas rápidas para explorar o espaço nas costas da defesa blaugrana.

A verdade é que nos primeiros minutos os leões andaram perdidos no relvado, com pouca articulação no que à ocupação dos espaços dizia respeito. Com o avançar do relógios, os verde-e-brancos foram ficando mais confortáveis na partida, conseguindo ter mais bola e avançar no terreno em busca de oportunidades, nunca descurando a solidez defensiva.

Perante um Barcelona em gestão de esforço e com muitas mudanças, a partida pendeu quase sempre para junto da baliza de Rui Patrício, sem que isso significasse abundância de ocasiões de golo. Com efeito, apenas Luís Suárez, numa única ocasião, teve oportunidade de inaugurar o marcador, valeu aí a excelente mancha do guardião leonino.

Com o nulo ao intervalo, e apesar das notícias vindas de Atenas não serem as melhores, Jorge Jesus decidiu lançar Bas Dost e Gelson no início da segunda parte; os leões procuravam assim de forma mais efectiva um inédito triunfo em terras espanholas. Com uma verdadeira referência ofensiva e maior explosão na saída para o ataque, os leões apresentavam agora mais atrevimento, esticando-se mais no relvado para tentar surpreender o adversário.

Todavia a chegada da última meia-hora de jogo trouxe mudanças profundas; com efeito, e quando Messi se preparava para entrar, Paco Alcácer antecipou-se ao seu marcador e, através de um canto na esquerda, cabeceou para o primeiro do jogo.

Apesar do golo sofrido, e da entrada de Messi, o leão soube reagir e esteve muito perto do empate poucos minutos depois; cruzamento da direita para Bas Dost que, com a baliza à mercê fez o que não costuma fazer: falhou. Daí para a frente, e com a entrada de Coentrão, o Sporting voltou ao seu sistema habitual, em busca de, pelo menos, evitar a derrota.

Contudo, os catalães iam controlando as operações, acelerando o ritmo ao seu gosto. Assim, e já em período de compensação, uma rápida jogada iniciada por Messi permite um cruzamento da direita, cruzamento este interceptado por Mathieu que acabou por fazer auto-golo.

Perante um adversário mais poderoso, o Sporting soube ser pragmático em busca dos seus objectivos, tendo apenas falhado na eficácia ofensiva. Tendo em conta a conjuntura do grupo, os leões saem da Champions de cabeça erguida, tendo mostrado à Europa do futebol a capacidade de se bater com os melhores do velho continente.