O Manchester City recebeu no Ethiad o Liverpool, para disputar o acesso às meias-finais da competição mais prestigiada da Europa. Os cityzens trouxeram do terreno dos reds uma desvantagem de três golos e só uma noite histórica permitiria à turma de Manchester apurar-se para a fase seguinte da competição. 

  Pep Guardiola apostou numa tática diferente da primeira mão e colocou a sua formação num 3-4-3, lançando para a titularidade o português Bernardo Silva ficando assim com uma equipa voltada para o ataque em busca de marcar o maior número de golos possível para relançar a eliminatória. 

  Do lado do treinador alemão, Jürgen Klopp fez apenas uma alteração à equipa que apresentou em Liverpool a semana passada e colocou Wijnaldum no lugar de Henderson, indisponível por acumulação de amarelos. Salah, que saiu lesionado no último encontro entre as duas equipas, foi titular e o poderoso trio atacante do Liverpool permaneceu intacto.

  O árbitro escolhido para dirigir o jogo foi o espanhol Antonio Mateu.

  Se os adeptos do Manchester City acreditavam na reviravolta, com mais confiança ficaram quando aos 2 minutos as redes de Karius  já balançavam! Numa saída de bola falhada do Liverpool, Van Djik sofre uma carga de Sterling que o árbitro espanhol não entendeu como falta. A bola foi ter aos pés de De Bruyne que isolou o extremo inglês dentro de área e este fez um passe para Gabriel Jesus que na cara de Karius não desperdiçou e abriu o marcador no Etihad. Melhor arranque era impossível para a equipa de Guardiola. 

  Os cityzens, motivados pelo golo madrugador iam fazendo uma pressão verdadeiramente asfixiante sobre a equipa do Liverpool, recuperando assim várias bolas e impedindo a formação de Anfield ter a posse de bola. A formação que equipava de vermelho tentava pressionar a saída do City com os três homens da frente mas sem efeito, e assim que a bola chegava aos pés de De Bruyne ou de David Silva, estes tentavam passes de rutura para os extremos que procuravam entrar nas costas dos laterais do Liverpool. 

  Foi precisamente depois de um grande passe de rutura do médio belga que surgiu uma boa oportunidade para a equipa da casa aumentar a vantagem. De Bruyne encontrou Sterling que fez o mesmo que no primeiro golo e cruzou atrasado para o avançado brasileiro. Desta vez, Gabriel Jesus não conseguiu encostar para a baliza de Karius. 

  As perdas de bola dos homens de Klopp sucediam-se e o City era dono e senhor do jogo, controlando-o a seu belo prazer mesmo sem criar oportunidades flagrantes de golo. Do outro lado, a estratégia dos reds baseava-se em passes longos para tentar explorar a velocidade de Mané ou Salah

  Aos 26 minutos, Bernardo Silva recebeu no peito um passe longo de Otamendi e "colou" a bola ao seu pé esquerdo atrasando para um remate de De Bruyne à entrada da área. Karius agarrou com segurança. 

  Sané ia fazendo as habituais arrancadas desconcertantes pelo corredor esquerdo e à passagem do minuto 29, o internacional alemão tirou dois adversários do caminho e cruzou para uma saída apertada do guardião do Liverpool. A bola sobrou para Bernardo Silva que rematou contra as pernas de Van Djik. O português viu amarelo na sequência desse lance por protestos, por entender que o esférico tinha sido cortado pelo braço do defesa central holandês. 

  Ao minuto 38, novamente o extremo português em evidência, desta vez a receber a bola do peito com classe dentro de área e a puxar para o remate com o pé esquerdo com a bola a passar perto do poste direito de Karius. 

  O Liverpool criou perigo pela primeira vez ao minuto 40 com um remate de fora de área de Oxlade-Chamberlain para uma defesa fácil de Ederson. Imediatamente a seguir a esse remate do inglês, Bernardo Silva quase levantou o estádio com um verdadeiro míssil à entrada de área. A bola que saiu do pé esquerdo do português, esbarrou com estrondo no poste

  Aos 42 minutos, o melhor lance dos reds na primeira parte. Depois uma boa combinação entre Chamberlain e Salah dentro da área do City ao primeiro toque fez com que o inglês aparecesse na cara de Ederson. O médio conseguiu desviar a bola do guarda redes brasileiro mas com o ângulo apertado rematou por cima da baliza. 

  A primeira parte chegou ao fim com o City a ir para os balneários em vantagem na partida mas ainda com uma desvantagem de dois golos na eliminatória. Apesar do domínio total do jogo na primeira metade da partida, a equipa de Manchester não conseguiu materializar a superioridade em mais golos

  As equipas voltaram para a segunda parte sem qualquer alteração nos onzes, sendo que o treinador do Manchester City foi expulso no final da primeira metade e viu o resto do jogo a partir da bancada. Apesar de não existirem mudanças nos onzes, Guardiola fez alinhar uma defesa a 4 para a segunda parte, o que levou a que Bernardo Silva fosse desaparecendo do jogo e que os reds fossem tomando conta da posse de bola, superiorizando-se assim no meio-campo. 

  Esta alteração fez com que na segunda parte o Liverpool surgisse melhor no jogo e com que o Manchester City se mostrasse mais "adormecido", e a prova disso era que nos dez minutos iniciais da segunda metade foi-se jogando no meio campo dos cityzens, com a formação da casa a ser incapaz de permitir as boas trocas de bola dos reds

  E com este domínio do Liverpool, eis que ao minuto 55 surge o golo que praticamente arrumava a eliminatória. Salah, quem mais poderia ser? O egípcio passou para Mané que "rasgou" para a entrada da área levando consigo dois defesas do City e Ederson. O guardião brasileiro lançou-se à bola e não a conseguiu agarrar sobrando esta assim para Salah. O extremo, com classe, picou a bola sobre Otamendi levando à loucura os adpetos dos reds presentes no Ethiad. 

  O golo da equipa visitante gelou por completo o Etihad e foi um verdadeiro "soco no estômago" para o City que não voltou a ser a equipa dominadora que tinha sido na primeira parte e precisava agora de marcar 4 golos para passar para a frente da eliminatória. Aos 60 minutos, surgiu uma tentativa de resposta por parte dos cityzens, mas muito fraca, com um remate sem perigo de De Bruyne

  O jogo foi decorrendo a um ritmo muito mais lento e com intensidade muito mais baixa, com o City consciente que estava praticamente fora da Liga dos Campeões. 

  Os cityzens continuavam uma equipa amorfa e com a moral visivelmente em baixo, a acusar o golo sofrido. Aos 77 minutos, a turma de Guardiola voltou mesmo a sofrer e o Liverpool consumou assim a reviravolta no marcador, levando o conjunto da eliminatória para 5-1. Otamendi "entregou o ouro ao bandido" e colocou a bola nos pés de Firmino que se isolou na cara de Ederson e com classe finalizou para o poste mais afastado do guarda-redes brasileiro. 

  Depois de se apanharem em vantagem, os comandados de Klopp mantiveram a organização defensiva e foram controlando o jogo, limitando-se apenas a gerir a vantagem. Com a eliminatória decidida, o Manchester City não foi mais capaz de levar perigo à baliza de Karius e o Liverpool consumou assim a passagem às meias-finais da Liga dos Campeões, devolvendo assim as grandes prestações europeias aos seus adeptos que fizeram a festa em Manchester.