A época desportiva em Portugal, no que ao futebol diz respeito, chegou ao fim na tarde deste domingo, com a vitória, por 2-1, do Desportivo das Aves sobre o Sporting, em plena final da Taça.

No Jamor, foi a turma de José Mota a fazer a festa, depois do triunfo sobre uma uma equipa fragilizada pelos acontecimentos que tiveram lugar a meio da semana, e que acabaram em agressões de adeptos a jogadores e equipa técnica do clube lisboeta.

Ainda assim, foi o conjunto verde e branco que entrou melhor na partida. O Sporting tentou, desde o primeiro minuto, chegar a um golo que lhe desse a vantagem, mas, na hora de finalizar, vacilou.

Gelson Martins foi quem esteve mais perto do golo, com dois remates perigosos, só que exemplarmente defendidos por Quim, o homem que viria a levantar a taça no final.

Apesar da entrada de leão dos verde e brancos, foram os avenses que acabaram por inaugurar o marcador. Na sequência de um contra-ataque rápido, à passagem do minuto 16Alexandre Guedes finalizou de cabeça para colocar a sua equipa na frente, e mais perto de alcançar a glória.

O golo fez bem ao Aves, que ganhou confiança com o tento marcado a Rui Patrício. A equipa cresceu e, graças a um bom trabalho defensivo, foi capaz de anular qualquer tipo de reação leonina.

Nem mesmo depois do intervalo a equipa de Jorge Jesus conseguiu mudar o paradigma do encontro. O Sporting continuava a jogar mais próximo da baliza do Aves, e a criar boas ocasiões, mas não fez o suficiente para chegar ao empate.

Além disso, os homens de Santo Tirso também mostraram boa capacidade de construção de jogo e facilidade nas transições defesa-ataque, criando diversas ocasiões, várias delas defendidas por Patrício, na sequência de jogadas rápidas pelos flancos.

E foi assim que nasceu o segundo golo, à semelhança do anterior. Desta vez, Guedes entrou com a bola controlada na área verde e branca, deixou Coates pelo caminho e chutou em jeito para o fundo das redes do Sporting; estava feito o 2-0, quando se jogava o minuto 72 do desafio.

A recação leonina, contudo, foi algo tímida. A equipa não estava a criar as ocasiões que deveria, tendo em conta a sua situação no jogo, e a esperança começava a diminuir.

Aos 85', Fredy Montero ainda reduziu, com um bom remate acrobático que apanhou Quim desprevenido, e já fora da linha de baliza. O golo do colombiano, no entanto, foi insuficiente para as aspirações de Jorge Jesus e companhia, que saiu do Jamor de mãos a abanar.

Após uma semana, no mínimo, complicada para os lados de Alvalade, ficou a sensação de que os futebolistas do clube pouco mais poderiam fazer para mudar o rumo dos acontecimentos. Afinal, passaram vários dias sem treinar, o que se revelou, como já seria de esperar ao mais alto nível, fatal. E isto, sem falar nas condições psicológicas (e inclusive físicas) de todo o plantel.

O Aves, por seu lado, sucedeu ao Benfica, como vencedor da Taça de Portugal, e conquistou o primeiro troféu na história do seu futebol profissional. O clube também garantiu o apuramento para a fase de grupos da próxima Liga Europa. Um momento histórico, merecido, e que vai ser festejado e recordado por muito tempo na Vila das Aves.