O estádio do Zenit, em São Petersburgo recebeu um jogo verdadeiramente decisivo para a Argentina e para a Nigéria. O encontro, arbitrado pelo turco Cüneyt Çakır, decidia quem se apurava para os oitavos de final do Campeonato do Mundo e a Argentina levou a melhor, garantindo assim passagem à próxima fase da competição. 

  Pressionada pelas fracas exibições e pelo último jogo desastroso frente à Croácia, a Argentina de Sampaoli apresentou várias alterações, não só no seu elenco titular mas também no seu esquema tático. As mudanças começaram logo na baliza, onde Caballero, depois de ter cometido um erro clamoroso no úlitmo encontro, foi substituído por Franco Armani. Rojo voltou a entrar para o onze titular e Enzo Pérez foi a principal novidade na formação argentina. Com a inclusão do médio do River Plate, o meio-campo argentino ficou assim constituído por 3 elementos, com Banega, Mascherano e Enzo. Na frente de ataque, destaque para a entrada de Higuaín para o lugar de Sergio Agüero. 

  Do lado da Nigéria, que vinha de uma vitória convincente frente à Islândia, o treinador Gernot Rohr não mexeu no onze titular e a seleção do continente africano voltou a apresentar-se no habitual 3-5-2, com Musa e Iheanacho como homens mais adiantados. 

  Com o jogo a tratar-se de uma verdadeira final, onde só a vitória interessava aos argentinos, a seleção sul-americana entrou determinada a vencer e aos 14 minutos da partida já Lionel Messi tinha levado à loucura os adeptos da formação alviceleste. Banega enviou um preciso cruzamento em profundidade para dentro da área que o astro do Barcelona recebeu com classe. A partir daí, não havia dúvidas. Messi atirou para o fundo da baliza de Uzoho e colocou os argentinos em vantagem. 

  Motivada pelo golo, a Argentina continuou a dominar o jogo e a pressionar os nigerianos, que se mostravam incapazes de contrariar e suster este domínio argentino. Aos 26 minutos, Messi fez um excelente passe de rutura para a área da Nigéria ao qual Higuaín, na cara do guarda-redes, não foi capaz de finalizar, permitindo a Uzoho uma boa intervenção. 

  Sem "tirar o pé do acelerador", a Argentina voltou a estar perto de ampliar a vantagem. Novamente Messi, desta vez de bola parada. O camisola 10 dos argentinos encarregou-se de marcar um livre à entrada da área da Nigéria e a bola esbarrou com estrondo no poste esquerdo do gurdião nigeriano. 

  A Argentina foi dominando o jogo a seu belo prazer e era a turma do continente americano que pautava os ritmos de jogo, restando à Nigéria tentar lançar contra-ataques, que foram sempre desfeitos sem grandes aflições por parte da defesa da Argentina. A primeira parte chegou ao fim depois de um cabeceamento fraco de Balogun que Armani defendeu com tranquilidade. O encontro chegava ao intervalo com a Argentina completamente por cima do jogo e com um domínio claro em todos os capítulos da partida

  No regresso dos balneários, o treinador da Nigéria decidiu retirar Iheanacho e lançar para a partida Ighalo, avançado de 29 anos. A segunda parte não podia ter começado da melhor forma para os nigerianos, que aos 48 minutos viram o árbitro assinalar grande penalidade a seu favor. No entender do juíz da partida, Mascherano agarrou Balogun dentro de área, impedindo o defesa da Nigéria de saltar na sequência de um canto. Da marca dos 11 metros, Moses não desperdiçou e empatou a partida. Com este resultado, a Nigéria era quem seguia para os oitavos de final. 

  A Argentina sentiu em demasia o golo sofrido e isso fez com que perdesse o critério e o domínio apresentado na primeira parte. Por várias vezes, as combinações argentinas saiam mal e foram vários os passes falhados dos jogadores argentinos após o golo sofrido. A Nigéria, por oposição, mostrou-se uma seleção cada vez mais concentrada e ia impedindo qualquer lance de perigo junto da sua baliza. 

  À passagem do minuto 70, os nigerianos voltaram a estar perto de marcar depois de um remate "do meio da rua" de Ndidi. O forte disparo do médio do Leicester saiu a rasar a barra de Armani

  A seleção argentina, já com mais coração do que cabeça, só voltou a criar verdadeiro perigo ao minuto 79, com Higuaín a desperdiçar de forma clamorosa uma espécie de penalty em andamento, depois uma excelente combinação com Rojo, pelo lado esquerdo do ataque. 

  Com o jogo cada vez mais partido, a Nigéria esteve por duas ocasiões muito perto de se colocar em vantagem na partida. Primeiro, aos 82 minutos, Ighalo não desviou a bola o suficiente de Armani e acabou por rematar contra o corpo do guarda-redes argentino em posição flagrante para marcar. Depois, no minuto 84 do encontro, Etebo marcou um livre muito perigoso para a baliza argentina, com a bola a embater nas malhas laterais da baliza de Armani. 

  Mas o tão aguardado momento para os argentinos chegou mesmo. Aos 86 minutos, e depois de um belo cruzamento de Mercado para a área nigeriana, Rojo apareceu livre de marcação e disparou de primeira, sem deixar a bola cair, para o fundo das redes de Uzoho. O golo levou à loucura os adeptos e jogadores argentinos que festejaram de forma efusiva o golo que colocou a Argentina nos oitavos de final do Mundial. 

  Com pouco tempo no marcador e devastados pelo golo sofrido nos últimos instantes do jogo, os nigerianos não voltaram a criar perigo junto da baliza da Argentina, que consumou assim a passagem aos oitavos de final da prova, levando ao delírio Maradona, que mais uma vez voltou a marcar presença na bancada. 

  A Argentina irá agora defrontar a França, vice-campeã europeia, nos oitavos de final da competição.