Há dois anos consecutivos que assistimos ao mesmo cenário no universo da Formula 1 (F1). O desfecho em 2014 e 2015 foi o mesmo: a Mercedes justifica a sua supremacia e vence os dois prémios em disputa, o dos pilotos, com Lewis Hamilton a sagrar-se bi campeão e o dos construtores, sendo a equipa a coletar o maior número de pontos.

Após dois anos a assistirmos a uma ‘dobradinha’ por parte da equipa alemã, poderíamos dizer que o ano de 2016 seria sinónimo de mudança, podendo este ter um final diferente. Certo é que poucas equipas terão, à partida, condições para fazer frente a este autêntico ‘Frankenstein’ da Mercedes que tem dominado maior parte das corridas e estado sempre um passo à frente dos restantes competidores.

2016: O regresso da Ferrari?

A Ferrari é, quase inegavelmente, a equipa mais mediática da F1. Porém, não vence qualquer campeonato desde 2007 (ano em que Kimi Raikkonen venceu contra todas as expectativas), e este ano seria uma boa oportunidade para o regresso da equipa vermelha.

Os italianos podem contar com, o já 4 vezes campeão mundial, Sebastian Vettel, porém o ano passado já contavam com a ajuda do alemão, mas este não foi além do terceiro lugar no campeonato. No entanto, Vettel foi o único piloto, que não um da mercedes, a vencer algumas corridas o ano passado (3). Poderá esse ser um indicativo de sucesso para este ano? Os fãs da produtora italiana esperam que sim, uma vez que também olham para o piloto alemão como o sucessor de Michael Schumacher (5 vezes campeão pela Ferrari).

Apesar de indicativos algo positivos, os dirigentes da marca agem com algum ‘receio’ daquilo que os seus rivais possam mostrar na nova época que se avizinha, e não é para menos, pois depois de dois anos a ver ‘fugir’ a Mercedes seria algo rude admitir que seria este ano aquele em que a reviravolta se iria dar. Prova disso é o que nos diz Maurizio Arrivabene, diretor da equipa italiana que expõe as suas expectativas humildemente.

«Não estamos relaxados, estamos a trabalhar muito e com medo daquilo que os nossos rivais possam trazer para a nova época» Maurizio dá, ainda uma antevisão àqueles que poderão ser as principais ameaças para a sua formação, «Fomos segundos o ano passado e por isso temos que nos perguntar o que podemos fazer para bater a Mercedes, Williams, Red Bull e até a  McLaren que poderá vir a ser um candidato”

Mercedes quer a terceira ‘dobradinha’ consecutiva

Depois de dois anos consecutivos no topo, a Mercedes quer continuar a dominar aquele que é o desporto motorizado mais visto em todo o mundo. Porém, toda a equipa sabe que será necessário continuar a desenvolver o carro para que o sucesso continue a ser uma possibilidade.

Já se sabe, que os carros alemães, na próxima temporada, irão ser significativamente mais ‘barulhentos’ devido aos ajustes feitos na zona de contenção de saída de gases pelo tubo de escape, para ir ao encontro dos novos regulamentos propostos para a nova época. Paddy Lowe, chefe técnico da equipa alemã explica-nos o porquê de um carro mais ‘barulhento’

«A razão pela qual o carro irá fazer mais barulho, é simples: a zona de contenção de saída de gases causava um silenciamento no tubo de escape principal, logo, ao mexermos na zona de contenção, o silenciamento é menor» acrescentando ainda que «como iremos passar a ter dois tubos de escape, temos que dividir os gases pelos dois, fazendo com que o barulho seja maior. Irá resultar!»

Contando com Lewis Hamilton e Nico Rosberg, a equipa alemã irá tentar, com os novos desenvolvimentos chegar, mais uma vez ao topo.

McLaren Honda: o ano da reviravolta?

A McLaren, em 2014, contratava, para a temporada de 2015, o galardoado piloto espanhol Fernando Alonso, com um dos maiores contratos na história da Formula 1. Alonso iria juntar-se a jenson Button, outro piloto já campeão do mundo. Pareciam estar reunidas todas as condições para um ano de sucesso.

Porém, rapidamente, a esperança transformou-se em deceção, quando foi notório que o carro apresentado pela equipa inglesa não iria ter quaisquer condições de competir frente aos ‘tubarões’ que se apresentavam na grelha. A McLaren conseguiu apenas um total de 27 pontos em toda a época, tendo ficado, na tabela dos construtores, em penúltimo lugar.

Ver Alonso e Button em posições tão afastadas dos primeiros lugares era uma surpresa. Porém, os pilotos já mostraram que o ano que se aproxima poderá dar novas alegrias à sua equipa.

A fraqueza apresentada em 2015 na força lateral do carro, na falta de velocidade em retas poderá finalmente ser reparado, dando assim uma sensação de novo começo para pilotos e dirigentes.

2016 será um ano a acompanhar. A Red Bull anseia para voltar aos tempos gloriosos do início da década, a Williams quererá continuar a intrometer-se por entre as equipas de topo e teremos a estreia da Hass, equipa americana que irá dar cor ao desporto.

Os desafios são muitos e as cartas estão lançadas. O trabalho e desenvolvimentos mecânicos são fundamentais. Será 2016 diferente de 2014 e 2015? Teremos novo campeão mundial? O melhor remédio para obter estas respostas será, mesmo, acompanhar uma época que se espera mais emocionante.