Na última terça feira (25), o assunto na Cidade do Galo foi a rescisão contratual do meia Guilherme. O jogador já havia manifestado desejo de jogar no exterior, tendo inclusive feito parte de uma transferência mal sucedida para o Cruz Azul, do México, no meio do ano. Nesta quarta-feira (26), o atleta divulgou uma nota de despedida e afirmou que sai do Atlético-MG pela porta da frente, com sensação de dever cumprido.

Hoje, vejo que a minha história se confunde com a do Atlético. Vivi momentos difíceis, mas, assim como o Galo, nunca deixei de acreditar que tudo valeria a pena e que as glórias viriam como recompensa depois de tanto esforço. Saio, hoje, com a certeza de dever cumprido. Conquistei, acima de tudo, o que considero mais importante: o respeito da torcida, a amizade dos companheiros, o reconhecimento da diretoria, e o companheirismo dos funcionários do clube [...] Vou embora, mas deixo o meu coração e a minha torcida para que, em dezembro, a massa atleticana comemore o bicampeonato brasileiro. Alguém duvida? Eu Acredito!” disse Guilherme, se colocando como mais um torcedor.

Guilherme viveu momentos de altos e baixos, marcados por muitas lesões, mas foi primordial nas conquistas mais importantes do Atlético durante sua passagem. O jogador conquistou Libertadores da AméricaRecopa Sulamericana, Copa do Brasil e três Campeonatos Mineiros (2012, 2013, 2015), sendo eternamente lembrado pela massa atleticana em momentos cruciais. Por exemplo, no gol que proporcionou a disputa de pênaltis contra o Newell's Old Boys, pela semifinal da Libertadores de 2013, e na ótima atuação na fantástica virada sobre o Corinthians, pela Copa do Brasil de 2014. Os momentos foram tão importantes para o torcedor quanto para Guilherme, que fez questão de ressaltá-los em sua nota.

"O dia 10 de julho de 2013 se tornou um momento único em minha carreira. Só posso agradecer a Deus aquele gol, essencial para que a conquista da Libertadores pudesse se concretizar. Ali, tive a certeza de que nada é impossível quando o time é uma extensão do que vem da arquibancada. Nada se compara à sensação de ter seu nome gritado por um estádio lotado, eufórico por ver um sonho cada vez mais próximo de se tornar realidade. Após a conquista épica da Libertadores, mais um título expressivo que veio com muita raça e uma dose de adrenalina, a Recopa. Sem falar no título da Copa do Brasil, mais uma vez, na base da emoção. Como esquecer daquele dia 15 de outubro de 2014, quando confirmamos que nenhum placar é irreversível? Se não for sofrido, não é Galo!", relembra o meia

Guilherme e a diretoria atleticana chegaram em um acordo sobre a rescisão de seu contrato visando facilitar a transferência do jogador, que deve fechar com o Antalyaspor, da Turquia. Durante o ano, o meia chegou a se manifestar publicamente sobre sua insatisfação com a reserva e a declarar que não sabia se terminaria o ano como jogador do Atlético.

Guilherme chegou ao Atlético em 2011 como a contratação mais cara da história do futebol mineiro: US$ 8,5 milhões (cerca de R$ 14 milhões à época). Além de ter de corresponder ao alto valor investido, o atleta ainda tinha de lidar com seu passado no maior rival do Galo, o Cruzeiro, clube pelo qual subiu ao futebol profissional.

Confira, na íntegra, a nota oficial de Guilherme:

“Encerro hoje um ciclo vitorioso no Atlético. Foram quatro anos e cinco meses de muitas conquistas, alegrias e, acima de tudo, de muita superação. Quando recebi a proposta de jogar no Galo, sabia do tamanho da responsabilidade de corresponder às expectativas de uma torcida tão fanática, que está sempre ao lado do time. Ao longo do tempo, pude mostrar, com muita dedicação e trabalho, que poderia escrever meu nome na história do Atlético e, graças a Deus, faço parte de uma era que vai ficar pra sempre marcada na memória da massa. 

O dia 10 de julho de 2013 se tornou um momento único em minha carreira. Só posso agradecer a Deus aquele gol, essencial para que a conquista da Libertadores pudesse se concretizar. Ali, tive a certeza de que nada é impossível quando o time é uma extensão do que vem da arquibancada. Nada se compara à sensação de ter seu nome gritado por um estádio lotado, eufórico por ver um sonho cada vez mais próximo de se tornar realidade. Após a conquista épica da Libertadores, mais um título expressivo que veio com muita raça e uma dose de adrenalina, a Recopa. Sem falar no título da Copa do Brasil, mais uma vez, na base da emoção. Como esquecer daquele dia 15 de outubro de 2014, quando confirmamos que nenhum placar é irreversível? Se não for sofrido, não é Galo!

Hoje, vejo que a minha história se confunde com a do Atlético. Vivi momentos difíceis, mas, assim como o Galo, nunca deixei de acreditar que tudo valeria a pena e que as glórias viriam como recompensa depois de tanto esforço. Saio, hoje, com a certeza de dever cumprido. Conquistei, acima de tudo, o que considero mais importante: o respeito da torcida, a amizade dos companheiros, o reconhecimento da diretoria, e o companheirismo dos funcionários do clube. 

Saio de cabeça erguida, pensando em uma nova etapa da minha vida, sem nunca me esquecer e deixar de ser grato pelo que vivi aqui. Obrigado, Massa, obrigado, Atlético, por acreditar em mim e permitir que eu pudesse fazer parte dessa história! Vou embora, mas deixo o meu coração e a minha torcida para que, em dezembro, a massa atleticana comemore o bicampeonato brasileiro. Alguém duvida? Eu Acredito!”