O quinto lugar conquistado no Campeonato Brasileiro de 2013 trouxe ao torcedor do Vitória uma expectativa de um 2014 melhor, de títulos estaduais, regionais e longe da parte de baixo da tabela, mas não foi o que aconteceu, o clube perdeu seus principais jogadores e terminou o ano rebaixado para a segunda divisão. Confira aqui a retrospectiva sobre o rubro-negro baiano que a Vavel Brasil fez pra você

Sem planejamento, Vitória vende Biancucchi para o Bahia e cai nas quartas da Copa do Nordeste

Logo no início do ano de 2014, o torcedor do Vitória já foi surpreendido com uma baixa. O atacante argentino Maxi Biancucchi, principal jogador do clube em 2013, fora vendido ao seu arquirrival Bahia, fazendo com que o clube ficasse carente de referências ofensiva, deixando a responsabilidade com Dinei, artilheiro do clube na última temporada. Apesar da venda de Biancucchi, o Vitória não realizou nenhuma transferência à altura, contratando apenas jogadores para compor elenco e iniciou a Copa do Nordeste com um elenco totalmente desentrosado, buscando ainda a formação ideal.

Logo de cara, o rubro negro baiano foi surpreendido pelo América de Natal dentro do Barradão, sofrendo uma goleada de 3 a 0. O placar elástico abalou os jogadores e a comissão técnica, que fizeram questão de diminuir o caso. Entretanto, na partida seguinte, o clube mesmo jogando mal e ainda sem seu time titular, venceu o Confiança por 3 a 1, em uma partida onde o alto número de faltas roubou as atenções.

Vindo de uma vitória, o clube foi surpreendido pelo Sergipe, que em um excelente dia conseguiu impedir o Vitória de sair com os três pontos, empatando o jogo em 2 a 2, porém, três dias se passaram e em pleno Pituaçu o rubro negro goleou os sergipano por 5 a 1. Destaque para a atuação do lateral-esquerdo Juan, que marcou três gols, sendo assim o jogador da partida, enquanto Ayrton e Alan Pinheiro fizeram os outros dois. Vindo de uma goleada, o clube baiano partiu pra cima do Confiança e fez jus ao seu mando de campo, em uma partida de fraco nível técnico, a equipe conseguiu sair com os três pontos, encostando assim no América de Natal, até então líder.

A última rodada da fase de grupos contou com um duelo pela liderança do grupo entre Vitória e América, em Natal. Procurando atacar com cautela, as equipes mantiveram, assim, um nível técnico abaixo do que se esperava, sem sair do zero. O resultado manteve o América na liderança do grupo, já o Vitória passou em segundo para encarar o Ceará nas quartas.

A primeira partida contra o Ceará foi realizada novamente no estádio do Pituaçu, a partida foi equilibrada do início ao fim, ambas as equipes tocaram bastante a bola, porém sem muitas finalizações, Dinei e Magno Alves balançaram as redes, e o empate ficou no placar. A partida de volta foi realizada no estádio Presidente Vargas. E foi simplesmente um massacre por parte dos cearenses, que precisaram apenas de 30 minutos de partida para abrir dois gols de vantagem, com Bill, forçando o Vitória a sair para o jogo, o que aconteceu, Dinei ainda diminuiu o placar, mas não adiantou muito. Aos 26 do segundo tempo, o artilheiro do dia fez o terceiro dele, praticamente liquidando a fatura. Ainda cabia mais e Magno Alves ainda teve tempo de marcar mais dois gols, se isolando na artilharia da Copa e eliminando de vez o Vitória da Copa do Nordeste.

Jogando mal, Vitória perde o campeonato estadual para o Bahia

Após ser eliminado pelo Ceará, perdendo de 5 a 1 na Copa do Nordeste, o rubro-negro virou suas atenções para o campeonato baiano, para defender seu título. A equipe iniciou bem o campeonato, conquistando vitórias em cima do Serrano, Catuense e Juazeiro porém, apesar das vitórias, o time não teve boas atuações e entrou em campo nas três oportunidades com times diferentes, buscando ainda se adaptar às perdas.

Eis que, no dia 22 de fevereiro, ocorreu o primeiro Bavi do ano, realizado no estádio de Pituaçu. Como de costume em todo o clássico, a partida começou truncada, com muita disputa pela bola. O Vitória abriu o placar com Juan, que aproveitou a o rebote da zaga do Bahia para abrir o placar, mas a vantagem não durou muito, pouco tempo depois Fahel, sempre decisivo em clássicos empatou para o tricolor baiano. O resultado agradou Ney Franco que afirmou a essa altura estar chegando a um conceito de time.

A base da equipe foi mantida para as próximas partidas, novamente contra Serrano, Catuense e Juazeiro, e mais três vitórias. No dia 23 de março, tivemos o segundo clássico do ano, desta vez realizado na Arena Fonte Nova. A partida começou truncada, com vantagem de posse por parte do clube rubro-negro, mas quem abriu o placar foi o Bahia. Lincoln levantou na área e Rhayner completou para o gol logo aos 10 do primeiro tempo, mas não demorou muito para que o Bahia ampliasse, aos 24, quando Diego Macedo rolou para Lincoln finalizar forte da entrada da área. Após o gol, o Vitória se lançou ao ataque, porém não obteve sucesso, esbarrando no bom momento de Marcelo Lomba. Apesar da derrota, Ney Franco declarou logo após o jogo que foi a melhor atuação da equipe.

Mesmo com o revés, o Vitória passou tranquilamente em primeiro às semifinais. Seu adversário seria o Vitória da Conquista e a primeira partida foi de baixo nível técnico, devido às condições do gramado, mas não impediu que o Vitória saísse vencedor, com gols de Ayrton e William Henrique. O jogo de volta foi realizado em Pituaçu e era a estreia de dois novos reforços do rubro negro baiano: o experiente meia Hugo e o atacante Souza, conhecido pelos torcedores como "Caveirão". O primeiro não poderia ter sido melhor, com gols de Souza, Hugo, Juan, William Henrique e Ayrton, por duas vezes, o Leão da Barra passou fácil pelo Vitória da Conquista, garantindo sua vaga na final contra o maior rival.

Pela campanha que fez ao longo do campeonato, o Vitória só precisava de um empate nas duas partidas para se sagrar campeão, mas logo na primeira partida o Bahia já demonstrou superioridade em uma partida polêmica, com um gol anulado pra cada lado. Aos 37 minutos, o zagueiro Rodrigo Defendi falhou e Biancucchi tocou para Talisca, que finalizou na saída de Wilson, abrindo o placar o Bahia. O tricolor continuou sendo superior na segunda etapa e ampliou aos 34 do segundo tempo, novamente em uma falha do zagueiro, mas desta vez Fahel estava lá para aproveitar e praticamente liquidar o jogo.

Para a segunda partida, Ney Franco colocou seu time pra frente, já que precisava de uma vitória de no mínimo dois gols de diferença para levar a partida para a prorrogação, mas não foi o que aconteceu. Logo aos 24 minutos, Talisca levantou a bola na área e Fahel completou de cabeça para o fundo das redes, sem dar chances a Wilson. O Bahia voltou a marcar vinte minutos depois, desta vez com Lincoln que recebeu sozinho na área e teve a frieza de tirar de Wilson, deixando o Bahia cada vez mais perto da taça. Ayrton e Juan ainda diminuíram para o rubro-negro, mas não foi o suficiente para impedir que o Bahia fosse campeão.

Após início de ano ruim, Vitória contrata, mas é eliminado na segunda fase da Copa do Brasil

Com a eliminação nas quartas da Copa do Nordeste e a perda do Campeonato Baiano, a diretoria do Vitória, pressionada pela torcida, foi ao mercado e contratou dois jogadores. Os atacantes Caio, vindo do Internacional, e Vinicius, do Palmeiras, chegavam para reforçar o elenco para a Copa do Brasil.

A primeira partida do clube pela Copa do Brasil foi contra o J Malucelli, válida pela segunda fase. O primeiro encontro foi realizado em Curitiba e, logo no minuto inicial, Bruno Batata já havia aberto o placar para os paranaenses. O clube mandante se fechou na defesa, porém, aos 34 do segundo tempo, Alan Pinheiro fez o gol de empate para o Vitória, salvando o time baiano. O jogo de volta foi realizado no dia 24 de abril, no estádio de Pituaçu. O duelo teve amplo domínio do Vitória, mesmo sem conseguir converter as chances em gol, pois parou na forte defesa do time visitante.

O Jotinha, no entanto, aproveitou a chance que teve e abriu o placar, para desespero do clube baiano. Perdendo a partida, Ney Franco colocou seu time para frente e Juan salvou o time baiano, empatando o jogo e levando a partida aos pênaltis. Getterson, Leandro Silva e Dedone converteram suas e classificaram o clube do interior do Paraná, eliminando o Vitória.

Início ruim no Brasileirão e Ney Franco pede demissão

Após duas eliminações, o Vitória chegou ao Brasileirão mostrando um futebol bem diferente do ano anterior, ainda sem seus principais jogadores e sem um substituto à altura para o goleador Maxi Biancucchi. A expectativa por parte dos torcedores era de um acerto, para quem sabe ocupar novamente uma posição de destaque no campeonato, o que não ocorreu.

O rubro-negro iniciou o campeonato com uma derrota para o Internacional e um empate com o Atlético-PR, começando os questionamentos e Ney Franco começou a ser pressionado pela diretoria e pela torcida. O treinador precisava de um triunfo para convencer. Mesmo sem jogar um bom futebol, o rubro-negro venceu o Fluminense, por 2 a 1, em um Maracanã com casa cheia, o que deu um ânimo maior aos jogadores.

Após a vitória, a expectativa era de que as coisas melhorassem e o clássico com o Bahia seria o teste de fogo para Ney Franco. Apesar de ter feito uma boa partida, o Vitória ficou somente no empate contra o Tricolor de Aço e, após o término da partida, Ney Franco anunciou sua demissão, com destino ao Flamengo. Para o seu lugar, foi colocado interinamente Carlos Amadeu.

Amadeu comandou a equipe por dois jogos, mas acumulou duas derrotas até a diretoria anunciar a contratação de Jorginho, treinador que chegou para trazer de volta o futebol demonstrado em 2013. Não aconteceu, porém, conforme esperado, e o comandante não conseguiu manter uma regularidade, com o Vitória perdendo jogos e apenas três meses foram necessários para que ocorresse uma nova troca no comando.

Ney Franco volta ao Vitória, mas os resultados ainda não aparecem

A diretoria do rubro-negro baiano então decidiu recontratar Ney Franco, na 17ª rodada, e as intenções que eram de alcançar resultados mais altos. Agora, no entanto, a luta era de se manter na primeira divisão, devido ao início desfavorável. A estreia de Ney não foi a esperada e o clube foi derrotado pelo Figueirense, em pleno Barradão.

Conforme os jogos iam passando, o time ia descendo na tabela, sem conseguir se acertar no Brasileirão. Com muitas derrotas dentro de casa, a equipe chegou para a reta final do nacional dependendo de duas derrotas do Palmeiras e duas vitórias para sair da zona de rebaixamento. O Verdão foi derrotado pelo Internacional, mas os baianos também não conseguiram vencer e foram goleados pelo Flamengo, deixando tudo para a última rodada.

Na última rodada, o clube paulista recebeu o Atlético-PR precisando vencer. Apesar disso, o Furacão saiu na frente, mas não demorou muito para que Henrique empatasse para o alviverde, resultado que permaneceu até o fim do jogo. Com esse resultado, o Leão da Barra dependia de um simples triunfo para permanecer na primeira divisão, em partida foi realizada no Barradão com um bom público. O Santos, adversário da tarde, até permaneceu com a posse de bola, mas não levava perigo ao gol de Wilson e no fim da partida, quando o Vitória era melhor, Thiago Ribeiro fez o gol que rebaixou o rubro-negro baiano.

Melhor jogo: Vitória 5x1 Vitória da Conquista,  partida de volta da semifinal do Campeonato Baiano

Facilmente a melhor partida do time no ano. Apesar do baixo nível técnico do adversário, o Vitória apresentou um bom futebol, com participação ativa de seus atacantes e meias, facilitando assim a construção de um placar elástico. O rubro-negro não fez muitas partidas boas no ano, mesmo com um elenco de qualidade.

Pior jogo: Vitória (3) 1x1 (5) J Malucelli, partida de volta da segunda fase da Copa do Brasil

Esta certamente foi a pior partida do Leão da Barra no ano. Apesar de ter sido uma derrota nos pênaltis, o que mais marcou a partida foi o baixo nível técnico apresentado pela equipe, que teoricamente era bem superior ao seu oponente. O rubro-negro já havia sido dominado na primeira partida e foi novamente dominado na segunda. Destaque também para a péssima cobrança de pênalti de Dinei, eliminando o time da Copa do Brasil.

Melhores de 2014

Ayrton: Apesar de contestado por ser fraco defensivamente, o lateral-direito foi muito importante para o Vitória no início da temporada, salvando o clube em muitos momentos, principalmente com seus belos gols de falta e suas fortes chegadas ao ataque surpreendendo o adversário.

Juan: Assim como Ayrton, o lateral-esquerdo se destacou pelo número de gols realizados no ano. Só no Campeonato Baiano, foram 5. Juan foi juntamente com Ayrton a válvula de escape do Vitória na temporada, sendo um dos artilheiros do time.

Piores de 2014

Rodrigo Defendi: Apesar de não ter atuado com tanta frequência, foi um dos principais responsáveis pela derrota contra o Bahia, na final do Campeonato Baiano, falhando nos dois gols que deram o título para o tricolor. O jogador foi dispensando no meio da temporada e parou no futebol de Portugal.

Souza: Vindo do Bahia, o Caveirão era, juntamente com, Dinei a principal esperança de gols do Vitória, mas não foi o que aconteceu. Com dificuldades de relacionamento, o jogador fez somente dois gols com a camisa do rubro-negro baiano e rompeu seu contrato logo após o fim do estadual.

Análise final

Um ano terrível para o torcedor do Vitória, sem planejamento nenhum o time iniciou o ano perdendo jogadores importantes como Biancucchi e depois Marquinhos acarretando assim na perda de todas as competições do ano, com destaque para a eliminação precoce e vergonhosa para o J Malucelli, ainda pela segunda rodada da Copa do Brasil. Para 2015, espera-se que o clube faça uma campanha para voltar a elite do futebol nacional.