Com um gol aos 40 minutos do segundo tempo, a Seleção Brasileira conseguiu vencer a forte marcação uruguaia e garantir a passagem à decisão da Copa das Confederações. Em um jogo de meio de campo, os comandados do técnico Luiz Felipe Scolari contaram com gols de Fred e Paulinho para derrotar o Uruguai por 2 a 1, na primeira semifinal do torneio, disputado nesta quarta-feira, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Melhor em campo - não para a Fifa que elegeu Julio César -, Cavani anotou o outro gol da partida.
 
Classificado para a final, o Brasil espera o vencedor da outra semifinal que será disputada entre Espanha e Itália, quinta-feira, no Castelão, em Fortaleza, para conhecer o adversário que enfrentará no próximo domingo, no Maracanã, pelo título da competição. Maior ganhadora da Copa das Confederações, a Seleção pode conquistar o seu quarto título, o segundo seguido.
 
Um dos candidatos a herói para a classificação surgiu aos 14 minutos. Julio César defendeu pênalti cobrado por Forlán, após falta cometida por David Luiz em Lugano. O primeiro gol brasileiro aconteceu no final do primeiro tempo. Aos 40 minutos, Paulinho fez lançamento magistral para Neymar, que dominou no peito e finalizou para defesa de Muslera. Bem posicionado, Fred desviou de canela e colocou a equipe em vantagem.
 
O placar favorável durou até o início do segundo tempo. Aos 2 minutos, Cavani aproveitou passe errado de Thiago Silva dentro da área e finalizou cruzado para igualar o marcador, premiando a sua grande atuação. O jogo continuava indefinido até os 40 minutos, quando Paulinho subiu sozinho após cobrança de escanteio e cabeceou para garantir a vitória brasileira. O lance se assemelhou muito ao gol marcado pelo próprio volante nas quartas de final da Copa Libertadores do ano passado, quando garantiu a vitória do Corinthians sobre o Vasco e a classificação à semifinal daquela competição.
 
Seleção encontra dificuldade para sair da marcação uruguaia
 
Parado pela forte marcação desenhada pelo técnico Óscar Tabárez, a Seleção Brasileira se viu atada na primeira metade da etapa inicial. O trio ofensivo uruguaio formado por Forlán, Suárez e Cavani, principalmente o último, se aplicou muito na marcação e os defensores brasileiros não tiveram espaço para sair com a bola, assim com os volantes Luiz Gustavo e Paulinho.
 
Preso no meio de campo, o Brasil caiu na catimba uruguaia e David Luiz cometeu um pênalti bobo em Diego Lugano aos 12 minutos. O zagueiro do Málaga, que provocou a Seleção na entrevista coletiva um dia antes da partida, foi agarrado e quase agredido pelo defensor do Chelsea. Bem posicionado, o árbitro chileno Enrique Osses apontou para a marca da cal na disputa fora do lance de bola. Forlán bateu no canto, mas Julio César caiu bem em seu esquerdo e espalmou para escanteio.
 
Os gritos de insatisfação da torcida aumentavam quando Hulk criou a primeira chance mais aguda da equipe nacional na partida. Aos 27 minutos, o contestado atacante recebeu pela direita, arrancou, tabelou com o Oscar e finalizou colocado. A bola subiu muito e saiu por cima da meta defendida por Muslera. A resposta aconteceu dois minutos depois. Cebolla Rodríguez avançou pela ponta esquerda e cruzou para a entrada da área. Forlán dominou, girou e arrematou por cima do gol, com muito perigo para Julio César que apenas assistiu.
 
Sem encontrar espaço, os brasileiros se movimentavam mais para ultrapassar a ferrenha marcação adversária. Fred teve a primeira chance aos 36 minutos, quando Godín salvou o leve desvio após cruzamento rasteiro de Marcelo. Porém, em casa, o centroavante não desperdiçou e abriu o marcador no Mineirão. Para superar a marcação dupla, Neymar voltou até o meio, tocou para Paulinho e partiu em velocidade. O volante levantou a cabeça, esperou o momento certo e fez um lançamento esplendoroso para o atacante, que dominou no peito e finalizou para defesa de Muslera. Fred aproveitou o rebote e desviou de canela para colocar a Seleção em vantagem.
 
Cavani é premiado com o gol de empate
 
Jogador mais aplicado taticamente durante os quarenta e cinco minutos iniciais, Cavani foi presenteado pelo capitão Thiago Silva logo aos 2 minutos do segundo tempo e igualou o marcador em Belo Horizonte. Com a defesa brasileira em marcha lenta, Cebolla Rodríguez partiu para cima e tentou a tabela com Suárez. Não obteve sucesso na infiltração, mas os jogadores da Seleção exitaram em tentar tirar a bola. Até que Thiago Silva tentou um passe, fraco, para Marcelo. Cavani foi mais esperto, dominou e finalizou rasteiro no canto de Julio César para deixar o placar mais uma vez empatado. Foi o primeiro gol do centroavante do Napoli na Copa das Confederações.
 
O Uruguai já não conseguia impôr a mesma marcação fechada e o que aconteceu foi que as duas seleções tiveram espaço para atacar. Os dois times finalizaram ao gol e o lance de mais perigo aconteceu em um lance de bola parada. Aos 11 minutos, Hulk arriscou de fora da área e Muslera não conseguiu defender a forte cobrança de falta do atleta. Um dos atletas que mais se movimentaram na etapa final, o atacante foi substituído com uma forte vaia para a entrada de Bernard, para o delírio dos mineiros no estádio, principalmente dos atleticanos, que pediam a entrada do atleta desde o primeiro tempo.
 
Com Bernard, o técnico Luiz Felipe Scolari pretendia mexer com o ânimo da equipe e conseguiu. Mas antes, o que viu foi Suárez subir livre entre os defensores brasileiros e cabecear por cima do gol após cobrança de falta batida por Forlán, aos 20 minutos. Na sequência, o meia atleticano fez boa jogada e cruzou para Fred finalizar por cima do gol. Aos 23 minutos, em outra jogada que contou com a participação de todo o ataque da Seleção, Neymar finalizou cruzado no lado esquerdo da área para defesa do bem posicionado Muslera.
 
Paulinho voa para colocar o Brasil na decisão
 
Apagado na partida, Oscar saiu de campo para a entrada de Hernanes. Com o atleta da Lazio voltando para armar a jogada, Paulinho ganhou mais liberdade. E da mesma maneira, os atacante do Uruguai tiveram mais espaço para tentar o contra-ataque. E um novo Maracanazo esteve muito próximo de acontecer aos 33 minutos. Cavani, que apresentou uma aplicação tática impressionante durante toda a partida - atuando praticamente como um lateral na marcação de Marcelo -, recebeu passe de Suárez, fintou Hernanes com muito facilidade e arrematou para o gol. A bola desviou em Luiz Gustavo e saiu com curva pela linha de fundo com muito perigo.
 
A Seleção Brasileira partiu para o ataque, ainda que de forma desornada e com pouco perigo ao gol adversário. E um gol no final da partida seria um castigo para o excelente jogo tático praticado pelos uruguaios. E foi o que aconteceu. Apagado durante toda a partida, Neymar apareceu justamente nas horas decisivas. Aos 40 minutos, o novo atleta do Barcelona cobrou escanteio e Paulinho subiu livre na segunda trave para cabecear e garantir o triunfo que coloca a equipe canarinho na decisão da Copa das Confederações.