Fechando a vigésima quinta rodada da Premier League, o Manchester United recebeu o Fulham no Old Trafford e protagonizou um jogo completamente maluco. Os comandados de David Moyes, ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas partidas, aplicaram grande pressão no adversário, mas levaram a pior no último minuto. Steve Sidwell abriu o marcador ainda na primeira etapa, van Persie e Michael Carrick viraram para os donos da casa e Darren Bent decretou o empate em 2 a 2.

O resultado - mesmo se fosse positivo - não fez com que os Red Devils avançassem na tabela - a equipe segue na sétima colocação, agora com 41 pontos, quatro a menos que o Everton, sexto, e a nove do Liverpool, primeiro time na zona de classificação para a Uefa Champions League. O clube londrino, por sua vez, teve resoluções contrastantes - ao mesmo tempo em que conquistou um memorável empate no Teatro dos Sonhos, permaneceu na lanterna, com apenas 20 pontos ganhos, a quatro do Sunderland, décimo sétimo e que vai se salvando da zona da degola. 

Ambas as equipes voltam aos gramados ainda nessa semana; na quarta-feira, o United vai até Londres para protagonizar um clássico do futebol inglês frente ao Arsenal, enquanto o Fulham recebe o poderoso Liverpool no Craven Cottage, também na capital do país. 

Anfitriões dominam completamente, mas saem atrás no placar

Após um minuto de silêncio ser respeitado em homenagem aos mortos na tragédia de Munique - em fevereiro de 1958 - a bola rolou e quem dominou os primeiros minutos foi o time da casa, que trocava passes no campo ofensivo e assustava a defesa adversária, obrigando a zaga e o goleiro Stekelenburg trabalharem bastante. Juan Mata e Ashley Young, caindo pelos flancos e combinando jogadas com Rooney e van Persie, eram os mais acionados e contribuíram para o bom início de jogo do United. Na principal oportunidade, o atacante holandês recebeu na área e teve seu chute bloqueado por Sascha Riether. 

Na sequência, Evra se arriscou pela intermediária e bateu forte, por cima do gol. Em bom cruzamento de Rafael, van Persie levou a melhor na dividida com o arqueiro, mas se desequilibrou e perdeu a posse. A partir dessa tentativa, o lateral francês se encorajou e começou a participar com mais frequência dos lances ofensivos, e um bom passe dele quase teve bons resultados, mas quando Rooney dominou a marcação já o cercava para fazer o desarme

Poucos minutos depois, um jogada que resume o cenário da temporada do United até então. O Fulham, com uma tática totalmente defensiva, encontrou certo espaço e resolveu partir pra cima pela primeira vez; Lewis Holtby levantou com categoria, Steve Sidwell pintou como elemento surpresa por trás da mal posicionada zaga e escorou pro fundo das redes. Mesmo com um panorama totalmente ao seu favor, os atuais campeões levaram um gol 'bobo' mais uma vez. 

A pressão dos diabos vemelhos já era grande, a tendência era crescer ainda mais e foi isso que aconteceu. Rafael novamente cruzou com precisão mas van Persie, livre, exagerou na força mandou a bola pela linha de fundo. Michael Carrick, após Heitinga afastar erroneamente, pegou de primeira e atribuiu perigo à meta defendida por Stelekenburg. A estratégia dos visitantes era clara, e por pouco não rendeu frutos mais uma vez; Tankovic dominou no seu campo de defesa e teve um corredor vazio para percorrer, até ajeitar para Kieran Richardson, de frente com De Gea, bater por cima. 

O United se dedicou totalmente ao ataque, mas constantemente parava no bloqueio muito bem montado por Rene Meulensteen. Van Persie e Mata pararam nos pés de Burn e Riise, enquanto Nemanja Vidic teve seu forte cabeceio defendido por Stekelenburg - que tinha mais dois defensores ao seu lado na linha da trave. Em outro contra-ataque dos visitantes, Richardson partiu com velocidade pelo flanco esquerdo mas Rooney apareceu para afastar. 

United alcança virada relâmpago mas leva o empate no último minuto

As equipes voltaram do intervalo e apenas o Fulham mexeu; Darren Bent, centroavante, entrou no lugar de Muamer Tankovic. Com a bola rolando, a etapa final começou como a inicial terminou, com cruzamento errado do Manchester United - foram 46 nos primeiros quarenta e cinco minutos. Trocando passes pelo chão, os donos da casa tiveram mais facilidade e, recebendo de Young, van Persie chutou cruzado, pelo lado do gol. Os Cottagers responderam e, em jogada individual de Tunnicliffe, Sidwell bateu por cima. Do outro lado, Wayne Rooney fez praticamente o mesmo. 

Com 9 minutos marcados no relógio, era hora de um verdadeiro milagre; van Persie recebeu na pequena área, ajeitou e Rooney soltou uma pancada no alto, mas Maarten Stekelenburg se esticou todo e espalmou para escanteio. Na sequência, Rafael recebeu de Young e testou para mais uma defesa do holandês, mas o impedimento já havia sido marcado - corretamente. David Moyes atendeu os pedidos da torcida e efetuou a primeira alteração, introduzindo o jovem Adnan Januzaj no lugar de Darren Fletcher. Antes de o jogador participar de forma efetiva, Rooney perdeu mais uma oportunidade. 

Januzaj imediatamente se tornou um dos mais acionados, e seu ótimo cruzamento por pouco não resultou em bola na rede - Young preferiu direcionar seu cabeceio pra trás e não teve sucesso. Situação contrária de Rafael, que frequentemente errava suas tentativas de encontrar alguém na grande área. Panorama que o rendeu uma substituição; o brasileiro deu lugar para Antonio Valencia, enquanto Javier Hernández entrou na vaga de Ashley Young. 

Chegou o momento do desespero e, em apenas três minutos, o United alcançou a virada. O gol de empate também foi sofrido; Juan Mata bateu, Riether se jogou para fazer o bloqueio, mas a bola voltou para o espanhol ajeitar e van Persie balançar as redes. A atmosfera no estádio cresceu junto com o ânimo dos jogadores e a virada parecia questão de tempo - e foi. Após rebatida da zaga, Michael Carrick pegou a sobra, bateu com categoria e contou com o desvio de William Kvist antes de comemorar a reviravolta no placar. 

Antes do apito final, Januzaj, Mata e van Persie ainda passaram muito perto de sacramentar o triunfo. O que poucos podiam imaginar é que tais oportunidades perdidas seriam cruciais para o resultado final. Faltando apenas trinta segundos para o apito soar, Sidwell, autor do primeiro tento, recuperou a posse no meio e lançou para Kieran Richardson bater forte; De Gea salvou da forma que pode, mas a bola caiu exatamente na cabeça de Darren Bent, que só teve o trabalho de completar e selar o empate.