A Copa do Mundo de 2014 vem surpreendendo. Não são apenas bons jogos, mas seleções pequenas vem conquistando seus espaço e buscando por mais. Enquanto isso, também vemos grandes potências ficando pelo caminho e não avançando às oitavas de final. Em seu lugar, seleções menores apoderam-se da vaga e mostram que merecem respeito.

Logo de cara temos as maiores surpresas se enfrentando. Uma pelo desempenho no ‘grupo da morte’, e a outra por possuir uma seleção fraca, comparada ao seu grupo, e mesmo assim avançar ao mata-mata. Costa Rica e Grécia farão um duelo equilibrado, mas com claro favoritismo dos costarriquenhos.

Enquanto os gregos apenas venceram a Costa do Marfim nos minutos finais com um gol de pênalti, os centro-americanos foram a sensação da Copa do Mundo na fase de grupos. A equipe treinada por Jorge Luis Pinto enfrentou três seleções campeãs mundiais, não perdeu nenhuma partida e sofreu apenas um gol.

Ambas as seleções possuem suas singularidades, mas também pluralidades. A Costa Rica mostra bom desempenho na defesa, enquanto os gregos possuem o meio-campo mais sólido. O termo comum é o ataque. Apesar da Grécia marcar poucos gols, o setor ofensivo está bem representado. Pelo lado costarriquenho, com nomes de menor expressão, os gols saem ao natural.

Navas x Karnezis

Keylor Navas: de ídolo do Saprissa ao futebol espanhol. Navas chegou ao Albacete em 2010 e após dois anos no clube foi ao Levante, onde aos 27 anos vive o melhor momento de sua carreira. Desde 2008 atua pela seleção da Costa Rica e é um dos destaques da atual geração costarriquenha e figura constante nas convocações.

Na última temporada Navas foi importantíssimo ao Levante. Em uma liga que possui excelentes goleiros, o costarriquenho foi eleito o melhor jogador de sua posição, ajudando seu clube a terminar na décima posição em La Liga. Já pelo seu país, El Hacón vem sendo essencial na campanha surpreendente da Costa Rica e tem tudo para ser um dos nomes do jogo contra a Grécia.

Orestis Karnezis: com 28 anos, Karnezis entrou no mercado internacional recentemente. O grego começou a jogar no clube de sua cidade, o Panathinaikos, onde permaneceu até 2013, quando se transferiu para a Udinese, da Itália. No entanto, sem espaço, ele foi emprestado ao Granada na última temporada.

O ano do arqueiro grego não é dos melhores. Sua equipe quase foi rebaixada no Campeonato Espanhol e escapou apenas nas últimas rodadas. Já no Mundial de 2014, Karnezis comete algumas falhas cruciais e com certeza é uma das peças mais inconstantes do sistema defensivo.

Umaña x Torosidis

Michael Umaña: prestes a se tornar o costarriquenho com mais minutos jogados em Copas do Mundo, o lateral-direito é um verdadeiro andarliho. Em 14 anos de carreira, Umanã trocou de clube nove vezes. Atualmente, defende o Deportivo Saprissa, da Costa Rica.

Convocado desde 2004, Umaña não é unanimidade no time titular. No onze inicial nos dois primeiros confrontos do Mundial, contra a Inglaterra o lateral esquentou o banco de reservas pois o treinador optou por outras opções, com o intuito de reforçar o sistema defensivo. Michael, com 32 anos, não tem o mesmo vigor de sempre e pode decepcionar na marcação.

Vasilis Torosidis: o lateral grego é totalmente o oposto de seu adversário. Apesar de ter construído quase toda sua carreira na Grécia, Torosidis está acostumado aos títulos. Em 11 anos, levantou seis campeonatos nacionais e quatro copas. Em 2013, teve sua melhor temporada e se transferiu para a Roma.

Na equipe italiana, o lateral grego ainda não conquistou seu espaço e pouco atuou, mas na Seleção Grega é cada vez mais importante. Bom na marcação, Vasilis Torosidis também pode se tornar uma arma ofensiva nos contra-ataques gregos e levar muito perigo aos costarriquenhos.

Gonzáles x Sokratis

Giancarlo Gonzáles: o costarriquenho Gonzáles seguiu o mesmo caminho na carreira que muitos de seus companheiros. Após cinco temporadas em um clube de seu país e uma rápida passagem no Valerenga, o defensor assinou com o Columbus Crew, que disputa a MLS, liga dos Estados Unidos, neste ano e vem sendo figurinha carimbada no time titular.

O bom desempenho também vem na seleção. Com 1,91m, o zagueiro é essencial para o ótimo sistema defensivo costarriquenho que sofreu apenas um gol no 'grupo da morte' da Copa do Mundo. Presente entre os selecionáveis desde 2010, Gonzáles deve dificultar muito a vida da dupla de ataque da Grécia.

Sokratis Papastathopoulos: Sokratis não possui apenas um nome difícil, mas também é um adversário complicado. Com experiência em grandes ligas, como Itália e Alemanha, o zagueiro já rodou por Genoa, Milan e Werder Bremen até chegar em 2013 ao forte Borussia Dortmund.

Desde então, Sokratis vem sendo peça fundamental para a equipe alemã, mas ainda mais no escrete grego. É o principal responsável pela forte retranca da Grécia e será a peça mais difícil de ultrapassar do setor, causando bastante dificuldade aos avançados costarriquenhos.

Duarte x Manolas

Óscar Duarte: o costarriquenho de 25 anos é o principal destaque da seleção centro-americana na Copa do Mundo. Atuando no Brugge, da Bélgica , desde 2013 e frequentemente visto no time titular, Duarte tem potencial para alçar voos ainda maiores e se transformar em um dos melhores jogadores da história de seu país.

Não é acaso que a Costa Rica sofreu apenas um tento em três confrontos contra campeãs mundiais. Duarte é parte essencial disso e comanda o setor defensivo montado por Jorge Luis Pinto. A barreira formada por ele é um verdadeiro presente de grego.

Kostas Manolas: com apenas 23 anos, Manolas faz parte da nova geração de jogadores gregos. É um dos destaques de seu país e também da equipe, o Olympiacos. Desde 2012 no principal clube da Grécia, Kostas Manolas é figurinha certa nas convocações gregas desde 2013.

Evoluindo gradualmente seu futebol, o atleta de 1,79m sabe atacar e também defender. Fecha bem os flancos e dificilmente deixa aquela avenida típica de muitos laterais. No ataque, também é boa opção, embora pouco usado. Em 50 jogos pela sua equipe, Manolas já anotou quatro tentos, mas ainda busca o primeiro gol pela Grécia.

Gamboa x Holebas

Cristian Gamboa: o lateral-direito, que também atua no meio-campo, é um dos mais jovens jogadores da seleção costarriquenha. Atuano em países nórdicos desde 2010, Gamboa tem boa experiência europeia. Atualmente, é titular incontestável no maior time da Noruega, o Rosenborg.

Pela seleção, Gamboa é convocado desde 2010 e já soma quase trinta aparições. No Mundial de 2014, vem atuando no setor de meio-campo, como ligação entre a defesa e o ataque. Tem bons momentos na partida e pode ser uma boa arma para Jorge Luis Pinto.

José Holebas: nascido na Alemanha, mas atuando pela seleção grega, Holebas é um dos mais experientes do grupo. Com 30 anos e com passagem pelo Munique 1860, atualmente atual no Olympiacos, da Grécia.

Holebas nunca foi unanimidade, nem mesmo nos clubes. Só foi convocado pela primeira vez em 2011, e desde então já acumula mais de 20 internacionalizações. É um jogador mediano, mas que cumpre bem seu papel tático e que deve ser levado em consideração. No entanto, é mais defensivo e sobe poucas vezes ao ataque.

Tejeda x Maniatis

Yeltsin Tejeda: o volante de 22 anos é um dos mais novos e mais inexperientes jogadores da seleção da Costa Rica. Profissional desde 2011, Tejeda atuou apenas no Saprissa, da Costa Rica, desde então. Em três anos, já soma 110 aparições pelo clube e é um dos atuais ídolos.

Pela Costa Rica, Tejeda foi convocado logo de cara no primeiro ano como profissional. Na Copa do Mundo de 2014, vem desempenhando um bom papel no esquema tático formado por Pinto, mas não é unanimidade entre a imprensa. Com algumas falhas, é um jogador bastante instável.

Giannis Maniatis: apesar de ter 27 anos, Maniatis tem pouca experiência internacional. Nunca jogou em uma equipe fora de Grécia e atuou poucas vezes pela seleção desde 2010. No entanto, isso não significa que o defensor não é importante para o selecionado de seu país.

Maniatis é um atleta regular. Na Copa do Mundo, não prejudicou sua equipe em lances chaves e também ajudou a montar a forte retranca nas duas últimas partidas, inclusive na que confirmou a classificação, contra a Costa do Marfim. Para o confronto contra os costarriquenhos, é esperado que ele novamente mostre todo seu potencial defensivo.

Borges x Karagounis

Celso Borges: Celsinho é um dos principais jogadores da Costa Rica. Filho do brasileiro naturalizado costarriquenho Alexandre Guimarãs, Celso Borges tem boa bagagem internacional em países nórdicos, e acaba enfrentando equipes de boa marcação na Europa.

Na Costa Rica, é convocado desde 2008 e mistura muito o estilo brasileiro de jogo com o restante da América do Sul. Soma 63 aparições e 14 gols. No entanto, no Mundial de 2014, Borges está um pouco apagado e ainda não desencantou, mas contra uma equipe mais fraca, como a Grécia, tudo pode acontecer.

Giorgos Karagounis: sem dúvidas o jogador mais importante da história do futebol grego. Com 37 anos, Karagounis é o único remanescente da Grécia que fez história ao vencer Portugal na final da Eurocopa de 2004, conquistando o título. Também passou por grandes equipes da Europa, como Benfica e Internazionale.

Além do bom futebol, mesmo com 37 anos, Karagounis é fundamental para a Grécia pela experiência que passa. Meio-campista destro, ainda é capaz de jogar bastante tempo e criar várias oportunidades de gols. É o jogador mais perigoso dos gregos no setor.

Díaz x Kone

Junior Díaz: com 30 anos, o meio-campista costarriquenho é um dos mais experientes do grupo que disputa a Copa do Mundo. Atuando no Mainz, da Alemanha, o jogador atua pela seleção há dez anos e já tem mais de 60 aparições.

Na Copa do Mundo, é uma das maiores armas ofensivas. Foi dele o passe para Bryan Ruiz marcar o gol contra a Itália, que classificou a Costa Rica para as oitavas de final da Copa do Mundo. Contra a retranca grega, Díaz deve ter pouco espaço, mas caso o tenha, não desperdiçará.

Panagiotis Kone: o albaniano naturalizado grego de 26 anos é uma grande arma ofensiva, mas é dúvida para o duelo. Atuano no futebol italiano desde 2010, Kone tem grande experiência em confrontos difíceis.

O meia de 1,84m tem facilidade no jogo aéreo, mas marca poucos gols quando veste a camisa da Grécia. Inclusive, tem poucas aparições pelo selecionado grego, até mesmo sendo surpresa a sua convocação para o Mundial, onde ainda não empolgou, mas que é sempre uma das cabeças mais pensantes da Grécia.

Ruiz x Salpingidis

Bryan Ruiz: é o grande nome costarriquenho do momento e cotado pra assumir o papel de Wanchope como um dos maiores da história da Costa Rica. Aos 28 anos, Ruiz atua pelo PSV, já tendo rodado pelo Fulham e pelo Twente.

Atuando pela seleção costarriquenha desde 2005, Ruiz é o cara que se espera a decisão, o show e principalmente gols. Com mais de 10 gols marcados vestindo a camisa de seu país, foi dele o gol decisivo contra a Itália, um dos mais importantes de sua carreira.

Dimitris Salpingidis: o nome estranho não afeta o futebol de um dos maiores atacantes que já vestiu a camisa da Grécia. Apesar de nunca atuar fora de seu país, Salpingidis é bastante experiente e deve ajudar seu país na difícil missão de chegar às quartas de final da Copa do Mundo.

Mas no atual Mundial as boas exibições ainda não apareceram. Para piorar, levou um cartão amarelo na primeira partida contra a Colômbia e está pendurado para o restante do torneio, e espera que os cartões sejam zerados.

Campbell x Samaras

Joel Campbell: com 22 anos, Joel Campbell é a maior revelação do futebol costarriquenho e já mostrou que merece o posto. Contratado pelo Arsenal, mas sem poder atuar no futebol inglês por questões burocráticas, o jogador vaga pelo futebol europeu enquanto busca a liberação para jogar pelo clube londrino.

Na Copa do Mundo, é o principal atacante, junto com Ruiz. Na estreia, contra o Uruguai, fez o gol da virada e ainda deu uma das assistências na vitória por 3 a 1. Nas partidas seguintes pouco participou, mas ainda assim foi perigoso. Se os gregos não o marcarem de forma correta, poderão cavar a eliminação.

Georgios Samaras: o grande astro da Grécia. O atual Deus Grego. No auge de seu futebol, Samaras é ídolo tanto na seleção quanto no Celtic. É a principal fonte de gols por onde atua e não costuma decepcionar.

A classificação grega para as oitavas de final passa diretamente pelos pés de Samaras. Na partida contra a Costa do Marfim, o atacante deu o passe para o primeiro gol e anotou o segundo, de pênalti, já nos acréstimos. Samaras tem tudo para ser um dos nomes da partida contra a Costa Rica.

Bolaños x Christodoulopoulos

Christian Bolaños: o ponta-direita de 30 anos é um dos atuais craques costarriquenhos. Bolaños vem pra sua segunda Copa do Mundo, mas agora mais consolidado e com a experiência da boa passagem pelo Copenhague, da Dinamarca, nos últimos quatro anos.

Veloz, o costarriquenho deve ser uma das principais armas pra furar o forte bloqueio grego e a retranca de costume. Uma das características de Bolaños é a aptidão pra assistência. Aproveitando o bom momento de Ruiz e Campbell, Bolaños deve levar muito perigo aos adversários.

Lazaros Christodoulopoulos: o nome quase impronunciável do jogador grego assusta mais que seu futebol. Aos 27 anos, 'O construtor', é um bom meia, mas que vem criando poucas chances. Vem de boa temporada no Bologna, mas ainda não engrenou na Copa do Mundo.

Neste Mundial, também não é unanimidade no time titular da Grécia. Inconstante, Christodoulopoulos não deve ser uma das maiores ameaças aos costarriquenhos.