Alemanha e Argentina fazem a grande final neste domingo (13), às 16h, no Maracanã, no Rio de Janeiro. A Alemanha chega na final após a goleada arrebatadora em cima do Brasil, no Mineirão. Já a Argentina passou das semifinais após empatar com a Holanda e derrotar a Laranja Mecânica na disputa de pênaltis.

Brasil e Holanda fizeram a disputa do terceiro lugar no sábado (12), às 17h, no estádio Nacional, em Brasília. Os holandeses venceram sem dificuldades a seleção brasileira por 3 a 0, em novo "apagão".

Pela terceira vez na história, Alemanha e Argentina vão decidir uma Copa do Mundo. Depois do título argentino em 1986, em uma vitória por 3 a 2, e da conquista alemã em 1990, quando venceram por 1 a 0, as duas seleções terão um tira-teima neste domingo. Os alemães tentam interromper um jejum de 24 anos, enquanto os argentinos tentam encerrar 28 anos de espera.

No histórico de confrontos, a Argentina leva vantagem. Ao todo, foram nove vitórias da Argentina, seis da Alemanha e cinco empates. Na última vez que jogaram, a Argentina ganhou por 3 a 1, em 2012.

Em Mundiais, os times já se enfrentaram por seis ocasiões. A vantagem é da Alemanha, que venceu três vezes, contra uma vitória da Argentina e dois empates. O último confronto foi em 2010. Na Copa da África do Sul, os alemães ganharam por 4 a 0.

As duas seleções chegam à final do Mundial invictas e com a mesma campanha. Cinco vitórias e um empate. A Alemanha tem o melhor ataque, com 17 gols marcados, e um time com um conjunto muito forte. A vantagem dos argentinos está na sua defesa, a segunda melhor da Copa, com apenas três gols sofridos, e em Lionel Messi, o craque do time. Todos os gols argentinos no Mundial passaram pelos pés do craque do Barcelona.

A Alemanha está do lado esquerdo da chave e é a mandante da final da Copa do Mundo, no estádio do Maracanã. Por isso, a equipe teve a chance de escolher seu uniforme para a partida e optou por usar o modelo número 1, com camisa, calção e meiões brancos.

Neste Mundial, os alemães usaram a combinação em quatro oportunidades: Portugal (4 a 0), Gana (2 a 2), Argélia (2 a 1) e França (1 a 0). A camisa rubro-negra foi utilizada apenas duas vezes, nas vitórias contra os EUA (1 a 0) e Brasil (7 a 1).

Com a escolha da Alemanha, a Argentina terá que jogar pela primeira vez nesta edição da Copa do Mundo com a sua camisa azul-escura. Em todos os outros seis jogos da competição, os sul-americanos atuaram com o seu uniforme tradicional.

Boateng treina normalmente e está quase confirmado para a final

Hoje, o time alemão baseia seu jogo na troca de passes no campo de ataque e na intensa movimentação de seus homens de frente. Mas os homens de Joachim Löw têm um plano B, aquele recurso guardado no bolso para quando as coisas estiverem difíceis: as jogadas de bola parada. A equipe alemã sabe muito bem como ferir seus adversários pelo alto e já fez isso algumas vezes nesta Copa do Mundo.

Após cobranças de escanteio, Hummels marcou contra os portugueses, Klose contra os ganeses e Müller contra os brasileiros. Aproveitando uma cobrança de falta nas proximidades da área, Hummels fez o tento da vitória sobre os franceses.

"Acredito que nós recuperamos nossa força nas bolas paradas", comentou Klose, um dos principais alvos dos cobradores de faltas e escanteios da Alemanha.

Ao que indica o rápido aquecimento da Alemanha, Jérôme Boateng jogará a decisão da Copa do Mundo. Depois de deixar o treino fechado da última sexta-feira (11) com dores na virilha, o zagueiro participou normalmente da rápida atividade liberada para a imprensa, na tarde deste sábado, em São Januário. Boateng deu leves piques com os companheiros e não deu sinais de algum incômodo enquanto os jornalistas puderam estar presentes. Se ele não conseguir jogar, Mertesacker entra em seu lugar.

Quatro nomes que estão na Alemanha disputam o prêmio de melhor jogador da Copa do Mundo. São eles: Hummels, Lahm, Müller e Toni Kroos. O último da lista fez uma bela atuação contra o Brasil e lidera o ranking de melhores jogadores da Copa do Mundo. Qualquer um deles pode ser decisivo no jogo contra a Argentina.

Que Messi é o principal jogador da Argentina, não há muito o que se discutir, mas, para o técnico da Alemanha, Joachim Löw, o time dos hermanos é organizado, perigoso e não depende exclusivamente de seu camisa 10. Em entrevista coletiva concedida na tarde deste sábado, o comandante alemão disse não temer o rival, mas mostrou que a equipe germânica vai entrar em campo precavida.

"Não temo nada. Porque eu sei que vai ser um jogo entre duas seleções que já tiveram duelos fascinantes no passado. Durante torneios ou em amistosos, nós já vimos isso. A Argentina nessa competição mostrou rendimentos excelentes. Eles foram organizados, bem compactos e apresentaram defesa mais forte que em 2010. Esse time não é só Messi. Se você acredita que é só Messi está cometendo um erro grave. Há outros atacantes maravilhosos, Higuaín, Di María, Agüero... Esse time não depende apenas do Messi. Claro que ele é um jogador que consegue determinar o andamento de uma partida, mas esse time está muito mais organizado e foi isso que mostrou na Copa até agora", afirmou o técnico.

O meio-campo é o setor mais forte do time alemão. Foi através do setor comandado por Schweinsteiger, Khedira e Toni Kroos que a Alemanha massacrou o Brasil na goleada de 7 a 1 no Mineirão. Schweinsteiger não começou a Copa como titular, pois ainda se recuperava de uma lesão no joelho, mas vem evoluindo aos poucos e hoje é um jogador fundamental no time de Joachim Löw. O volante reforçou, em entrevista coletiva após reconhecimento do gramado do Maracanã, que Javier Mascherano é um dos regentes da equipe hermana.

"Acho que temos que ficar tranquilos, ser pacientes. E a Argentina para mim é um time excelente, que merece estar na final. Eles têm jogadores como Messi, Di María, Agüero, Mascherano, que foi o líder dessa matilha. Eu lembro de ver o jogo contra a Holanda quando ele segurou o ataque e a disputa com Robben. Conseguiu naquela dividida evitar o gol. Isso mostra a atitude que eles têm pelo seu país. Certamente não vai ser mole para nós, não. Mas estou convencido de que se nós conseguirmos empregar no campo nossas capacidades, que são astúcia, inteligência, acho que vamos conseguir ganhar esse título", disse o jogador.

Di María deve voltar à equipe titular da Argentina

A Argentina deve contar com o reforço do meio-campo Di María, que se machucou contra a Bélgica nas quartas de final. Fora isso, o time deve ser o mesmo que passou pela Holanda nas semifinais.

Depois de ser dado como cortado da Copa pela imprensa argentina, Di María treinou normalmente com o restante do elenco neste sábado, em São Januário, e iniciou as atividades no time titular de Alejandro Sabella. É grande a expectativa dos argentinos sobre a presença do meia do Real Madrid em campo diante da Alemanha, neste domingo. No lugar das lágrimas de uma semana atrás, após a vitória sobre a Bélgica, o craque distribuiu sorrisos no Rio de Janeiro.

A atividade foi aberta para imprensa somente nos 15 primeiros minutos, como de costume. Neste período, Di María entrou em campo ao lado de Sabella e se posicionou para aquecimento juntamente a Lavezzi e Messi. Enquanto corria sem demonstrar desconforto de um lado para o outro, Ángel se divertiu bastante com as brincadeiras do Pocho. A lesão na coxa direita não incomoda mais, mas resta saber se há condição de jogar 90 ou até 120 minutos.

A dúvida de Sabella é se aposta em seu segundo jogador mais importante desde o início da final ou se o guarda para um momento de maior dificuldade. O meia do Real Madrid vinha sendo o segundo melhor jogador do time até sofrer a lesão. Na sua ausência, jogará Enzo Perez, que tem uma característica de jogo diferente do titular, mas torna o meio-campo albiceleste mais marcador.

A grande arma argentina é Lionel Messi. Um dos melhores jogadores do mundo, o craque do Barcelona vem sendo o jogador decisivo que os argentinos esperavam neste Mundial. Todos os oito gols da seleção nesta Copa passaram de alguma forma pelos seus pés. Metade deles foi marcado pelo próprio Messi.

Erro zero. Essa é a missão da Argentina para deixar o Maracanã como campeã do mundo na noite deste domingo. Ciente da força do rival, Alejandro Sabella deseja que sua equipe apresente níveis máximos técnica, tática e psicologicamente para voltar para casa com o tão sonhado tricampeonato do mundo. Qualquer vacilo contra um time que fez 7 a 1 nos brasileiros pode ser fatal.

Depois de chegar no Brasil como refém da genialidade de Lionel Messi, a Argentina se transformou em um time forte coletivamente, principalmente a partir do mata-mata. Sabella fortaleceu o sistema defensivo, trocou peças e viu um time bem postado não dar muitas chances para Suíça, Bélgica e Holanda. Contra os alemães, a estratégia é a mesma, mas com ainda mais qualidade.

"Temos que fazer uma grande partida, com muita concentração, ocupar os espaços rápidos. Não podemos deixar a bola para a Alemanha. É um time muito forte, o que mais chega em decisões, junto com Brasil e Itália. Um time que usa muito bem os espaços na defesa, os avanços dos laterais, principalmente o Lahm. Teremos que fazer uma partida perfeita", comentou o treinador.

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