O Athetic Bilbao jogará neste sábado (30), às 16h30, no Camp Nou, a sua 37ª final da Copa do Rei. Enfrentará o Barcelona pela oitava fez em uma final em sua história, a terceira desde 2009. O Bilbao perdeu as duas, por 4 a 1, em 2009, e por 3 a 0, em 2012.

Apesar de ter perdido as duas últimas, o Athletic tem uma vantagem sobre o Barça, pois venceu quatro das sete finais disputadas até hoje. A última, em 1984, quando jogando no Santiago Bernabéu venceu por 1 a 0, gol de Endika. Esta, foi o último dos 23 títulos da Copa.

A campanha até agora contou com oito jogos, dez gols marcados, seis sofridos, 21 cartões amarelos, nenhum vermelho, quatro vitórias, três empates e apenas uma derrota. Aduriz é o artilheiro com 5 gols, brigando pela artilharia da Copa.

Início complicado na competição

Mas o caminho para chegar até a grande final não foi tão fácil. O Bilbao esteve próximo de ser eliminado algumas vezes durante a competição. Na estreia já era perceptível a dificuldade que o clube iria encontrar. Um empate por 1 a 1 diante do Alcoyano, clube da divisão, no dia 2 de dezembro de 2014, indicava isso.

Não só pelo resultado, mas pela questionável atuação. O gol de empate, anotado por Borja Viguera aos 46 minutos do segundo, não escondeu a decepção, apesar de ter poupado alguns titulares. O jogo da volta, uma semana depois não foi diferente. Mais uma fraca atuação e o gol único de Borja Viguera classificou o time basco para as oitavas de final.

Após a virada, os comandados de Ernesto Valverde deram sua primeira demonstração de força na competição. O 4 a 2 fora contra o Celta, em Vigo, praticamente garantia a equipe nas quartas de final. Jogando com a equipe praticamente titular, San José, Susaeta e duas vezes Aduriz deram a vantagem basca.

Mas a volta não foi como prometia. Sufoco no final e os gols marcados fora de casa deram a classificação. Etxeita contra e Orellana de pênalti marcaram no 2 a 0 do Celta em pleno San Mamés. Como havia feito quatro gols fora de casa, a equipe de Bilbao avançou

Defesa começa a funcionar e Athletic segue avançando

Já nas quartas de final, um jogo bastante esperado. O Málaga, que fazia campanha parecida na La Liga, foi um adversário muito parelho. O primeiro jogo, em 21 de janeiro, disputado em La Rosaleda, terminou empatado sem gols.

Na volta, Iago Herrerín terminou mais uma partida sem sofrer gol e o marcado por Aduriz, no início da segunda etapa, deu a classificação aos bascos, que avançavam à semifinal da Copa.

Neste momento, somente os catalães do Espanyol separavam o Bilbao da final. Mais um confronto equilibrado, contra um time sonhando fazer o clássico catalão na final. Era o último desafio, o que levaria Ernesto Valverde e seus comandados a tão esperada final de sábado.

Como esperado, o jogo de ida, disputado em San Mamés, foi muito equilibrado. O 1 a 1 do placar refletiu bem a partida. Aduriz, por volta dos 10 minutos, abriu o placar, porém os bascos levaram a virada com Victor Sánchez, ainda no primeiro tempo. Ficaria tudo para o jogo da volta, fora de casa e o adversário já sabendo que o rival Barça estava na final.

O Bilbao entregou aquilo que toda a torcida estava esperando desde o começo da competição: uma boa atuação e domínio completo do jogo, o adversário não fez nada. Aduriz, mais uma vez por volta dos 10 minutos, abriu o placar e o zagueiro Etxeita, no final do primeiro tempo, decretaram o 2 a 0 e a vaga na final.

Pronto. A final com os dois times mais dominantes na história da Copa do Rei estava definida. Bilbao diante do poderoso Barça, país Basco e Catalunha, os dois territórios considerados mais "rebeldes" na Espanha.

A final tão esperada

Cerca de 50 mil torcedores bascos são esperados na cidade de Barcelona durante a final. 500 ônibus, 11 aviões, 2 trens e cerca de 8 mil veículos particulares levarão toda essa gente a Barcelona, calcula-se.

Dentro de campo, quase tudo resolvido. Valverde faz mistério, mas a escalação não deve fugir de Iago Herrerín; Iraola, Etxeita, Gurpegui, Laporte e Balenziaga; San José, Beñat e Rico; Aduriz y Williams. Iturraspe pode aparecer no onze inicial também. Com esses jogadores, Valverde pode varia o esquema, do tradicional 4-3-3 para o 4-5-1, com Gurpegi compondo a linha de 5 defensores, como foi treinado durante a semana.

A ausência fica por conta de Iker Muniain, o melhor jogador de time e que rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo no início de março. Foi justamente quando Iñaki Williams passou a ter mais espaço no time, se tornando o primeiro negro a marcar um gol pelo clube, em fevereiro, diante do Torino na UEFA Europa League. Ele é uma das principais apostas da torcida basca para o jogo.

O jogo será especial para o vice capitão do time, Andoni Iraola. Será sua última partida com a camisa rojiblanca. Jogará na MLS assim que acabar a temporada. O jogador foi homenageado depois da vitória diante do Villarreal na última rodada da Liga, na última semana. Após os 12 anos no elenco principal da equipe basca e 16 de clube, sábado completará sua 510ª partida, o quarto jogador com mais partidas na história do clube.

Durante a semana, o Bilbao anunciou a renovação do contrato de Ernesto Valverde até o final da próxima temporada. Outros que renovaram contratos durante a semana foram o goleiro Iago Herrerín, titular nos jogos da Copa do Rey, que ampliou seu vínculo até 2017 e Etxeita, até 2018.

O time e a torcida agora só estão a espera que a final chegue. Ganhar a final no Camp Nou, diante do Barcelona seria o maior feito do clube neste século, que não vence um título desde a temporada 83-84, quando ganhou a Liga e Copa do Rei, contra o próprio Barça.