
Desde que voltou à La Liga após vencer os playoffs de acesso na temporada 2010-11, o Granada sempre lutou arduamente contra o rebaixamento, mas conseguiu se manter na elite. Nas cinco temporadas que disputou em sequência, terminou em 17º, 15º, 15º, 17º e 16º lugar, salvando-se da degola por pouco.
Para a temporada 2016-17, muito mudará nos andaluzes. O clube foi vendido para o chinês Jiang Lizhang, que também tem parte do Minnesota Timberwolves, na NBA. Antes gerido pela família Pozzo, o Granada tinha uma parceria com Watford e Udinese, que faziam um trânsito constante de jogadores, já que pertenciam ao mesmo grupo. Ainda sem investimentos pesados, o novo dono do time ao menos aposta em um técnico revolucionário: Paco Jémez, ex-Rayo Vallecano.

Temporada 2015-16
Como está acostumado, o torcedor do Granada sofreu na luta do time contra o rebaixamento. A equipe, comandada por José Ramon Sandoval fechou o primeiro turno no 17º lugar, uma posição acima da zona de rebaixamento. Mas, um começo ruim de segundo turno, decretou a demissão do treinador na 24ª rodada, quando o time ocupava o último lugar na tabela.
Para seu lugar foi contratado José González, que conseguiu reorganizar o time para se manter na primeira divisão, com apenas um ponto de vantagem para o rebaixado Rayo Vallecano: 39 a 38 pontos. O principal problema do time foi a defesa, que sofreu 69 gols e foi a quarta pior do campeonato.
O grande artilheiro do Granada em La Liga foi o marroquino El-Arabi, com 16 gols, em sua quarta temporada no clube e maior artilheiro da história do time em Campeonato Espanhol. Depois dele, ficaram Isaac Success (6), Rochina (6) e Peñaranda (5). Na sequência da artilharia, apareceu o zagueiro Babin, com três. Nenhum dos cinco jogadores, responsáveis por 36 dos 49 gols do time em 2015-16, continua no elenco dessa temporada, o que transforma a campanha do time em 16-17 numa grande incógnita.

Elenco
A venda do clube ao dono chinês provocou uma revolução no elenco nazarí, por conta do número de empréstimos de jogadores que aconteciam entre Granada, Udinese e Watford, que pertenciam ao mesmo grupo. Desse modo, Isaac Success foi para o Watford por €15 mi e Peñaranda para a Udinese. Além deles, o artilheiro El-Arabi se transferiu para o Lekhiwya, do Catar, por valor não revelado, Rochina acertou com o Rubin Kazan por €10 mi e os zagueiros Babin e Ricardo Costa saíram por fim de contrato.
A contratação mais cara do clube foi o equatoriano José Angulo, que custou €4 mi pagos ao Independiente del Valle, vice-campeão da Libertadores. Além dele, chegaram por empréstimo o goleiro Ochoa, do Málaga, o zagueiro Gastón Silva, do Torino, os meias Jon Toral, do Arsenal e Angban e Boga, do Chelsea e o atacante argentino Ponce, da Roma. De graça, chegaram o lateral Tito, ex-Rayo e o zagueiro Saunier, ex-Troyes.

Time-base: Ochoa; Tito, Lombán, Gastón Silva, Gabriel Silva; Fran Rico, Javi Márquez, Cuenca, Toral, Angulo; Barral (Ponce).
Técnico
Diferente das posturas conservadoras de seus técnicos anteriores, agora o Granada aposta em Paco Jémez para demonstrar um novo estilo de jogo. O prestigiado espanhol de 46 anos é conhecido pela postura ofensivo e pela tentativa de controle de jogo que apresentou em quatro temporadas no Rayo Vallecano, onde chegou à 8ª colocação em 12-13, até ser rebaixado em 2015-16 e se transferir para um novo desafio na Andaluzia. Curiosamente, Sandoval, ex-técnico do Granada substituiu Jémez no time de Vallecas.
O choque de filosofias se prova em alguns números que o Rayo, de Jémez, e o Granada tiveram em 15-16. Separados por um ponto na tabela, o time de Vallecas, rebaixado, foi o quinto em posse de bola em La Liga, com média de 53,8%, enquanto o Granada foi apenas o 18º nesse ranking, com 46,3%. Além disso, o Rayo teve o quinto melhor ataque, com 52 gols marcados, enquanto o Granada foi o nono em número de gols, com 46. Na defesa, ambos não tiveram consistência: o Rayo teve a segunda pior defesa, com 73 gols sofridos, quatro a mais que o Granada, quarta pior defesa.

Expectativas
A temporada do Granada começa com a expectativa de uma nova filosofia com Paco Jémez, mas com o medo de um time desmontado da temporada passada. Baseado numa proposta conservadora, o time conseguiu se manter às duras penas na elite espanhola, mas sempre podendo apelar aos seus ex-coirmãos Watford e Udinese, o que não terá a partir desta temporada. É possível que o grupo chinês que comprou o time ainda invista até o fim da janela, mas esta deve ser mais uma temporada de luta contra a degola dos nazarí, ao menos que Jémez tire da cartola uma equipe encantadora e eficiente.
