O clima inicial não era dos melhores no estádio Hernando Siles. Com goleadas sofridas no meio de semana, Bolívia e Paraguai subiram ao gramado com a esperança de reverter a imagem deixada na última rodada. Para piorar a situação boliviana, o jogo marcou a despedida do meia Walter Flores.

Ainda assim, as seleções fizeram um jogo animado que terminou com vitória dos donos da casa por 1x0, mesmo jogando boa parte do segundo tempo com um jogador a menos. A vitória tirou a Bolívia da lanterna da competição, saltando para o novo lugar. Já os paraguaios estacionam nos 15 pontos e se complicam com o sonho de ir para a Copa do Mundo de 2018.

Bolívia pressiona

O fator altitude sempre foi um grande aliado dos bolivianos. Acostumados ao ar rarefeito, os visitantes costumam sofrer e optam pela defesa e escapadas rápidas em contra-ataques. Não seria estranha uma posição semelhante dos paraguaios que, independente de altitude, preferem jogar de maneira defensiva.

Antes da partida, uma bonita homenagem para Walter Flores, despedindo-se da seleção nacional, pareceu animar os bolivianos que exerceram boa pressão. Logo no primeiro minuto de jogo, Marcelo Moreno – que era dúvida antes da partida – bateu falta perigosa. Pouco depois, Arce teve boa chance, mas também desperdiçou.

O seleção Guarani respondeu rápido. Em jogada aérea, a bola sobrou para Gustavo Gómez que estava completamente livre dentro da área. O jogador paraguaio demorou para definir a jogada e acabou travado, desperdiçando a melhor chance de um jogo que começou animado. Foi praticamente a única chance dos visitantes na primeira etapa.

Depois de minutos animados, o jogo perdeu emoção e ficou truncado. Melhor na partida, a Bolívia dominava a posse de bola e as finalizações (foi para o intervalo com vantagem no quesito: 10x3). Aproveitando-se da altitude, foram muitos os chutes de fora da área, tentando pegar de surpresa o goleiro Tony Silva.

O Paraguai só voltou a assustar no final da etapa inicial: Iturbe saiu na cara do gol e perdeu uma chance incrível para abrir o placar. Na sequência veio a resposta boliviana: Castro bateu de fora da área e Tony Silva fez boa defesa, segurando o 0x0 no placar.

Marcelo Moreno salva seleção boliviana

Era de se esperar uma postura mais ofensiva do time treinado por Francisco Arce no segundo tempo. Brigando por vaga no G4, perder pontos diante da Bolívia não teria como ser aceitável após a goleada sofrida diante do Peru. E foi o que aconteceu.

Apesar de a primeira chance ter sido boliviana, com Marcelo Moreno de novo assustando Silva, o Paraguai teve mais chances nos primeiros quinze minutos do que em toda primeira etapa. Iturbe saiu bem e mandou por cima. Gustavo Gómez apareceu bem no ataque e também assustou.

Melhor que a postura, foi a expulsão de Gabriel Valverde, logo aos quinze minutos do segundo tempo. Com um a mais, a vitória tornava-se quase uma obrigação para os paraguaios. Contudo, se o que se esperava seria uma pressão paraguaia, não foi o que aconteceu.

Comedido nas alterações, Arce não quis expor a equipe, trocando o experiente Valdez por Romero. Iturbe seguiu sendo o jogador mais agudo dos Guaranis. E, por incrível que pareça, quem mais assustava era a Bolívia.

A superioridade dos donos da casa foi premiada na reta final do jogo. Mesmo em inferioridade numérica, Marcelo Moreno apareceu livre, driblou Tony Silva e, mesmo sem ângulo, tocou para o gol. A bola desviou na zaga paraguaia e entrou. O atacante emocionou-se na comemoração.

Nem o gol sofrido fez a seleção visitante acordar na partida. Com muita dificuldade ofensiva, o time de Arce pouco criou. Pior ainda, quase levou o segundo. Marcelo Moreno fez boa jogada e serviu Duz que, livre, mandou a bola na trave. Foi a última grande jogada da partida.