Iluminado. Não há palavra melhor para descrever Unai Emery, um treinador que por onde passa ganha títulos. E ontem fez história mais uma vez, entrando de uma vez por todas na galeria de ídolos do Sevilla. Um monstro como treinador.

Natural de Hondarribia, o espanhol começou a ser treinador com apenas 33 anos. E que tal um acesso da terceira divisão para a segunda, na sua primeira temporada? Ele conseguiu. Com o Lorca Deportiva, não só subiu o clube, como manteu na segundona. Deixou o clube numa situação melhor, do que quando ele chegou. Algo que se tornaria comum em sua carreira.

Precisava de um desafio ainda maior, assumiu o Almeria. Time de mais expressão e com grande torcida na Andaluzia. Não temeu. Em sua primeira temporada no Almeria, conseguiu um inesperado acesso pra primeira divisão. E assim como no Lorca, não só subiu, como permaneceu na elite. Mostrava ser um treinador diferenciado e recebeu um desafio com o patamar ainda mais alto: o Valencia.

E não pensou duas vezes. Não teve medo de fracassar, e assumiu um Valencia em período mágico. David Villa, David Silva, Juan Mata, e um treinador com gana de vencer no banco de reservas. Resultado: de 2007-2008 a 2011-12 sendo o terceiro colocado no Campeonato Espanhol e três classificações de Champions League com o Valencia, além de uma Copa do Rei, para deixar saudades na torcida.

Com o papel feito em território valenciano, viu que seu período já havia chegado ao fim. Nunca havia ficado tanto tempo em um clube, precisava de ar novo. E aceitou a proposta do Sevilla, que não mudaria o seu patamar como treinador imediatamente, mas o que o futuro reservaria, entraria na memória de todo torcedor Sevillano. Nada mais, nada menos que três Uefa Europa League consecutivas, vice campeão da Supercopa da Uefa por três vezes, e neste domingo (22) vai em busca da sua primeira Copa do Rei em território andaluz. Barcelona, abre o olho.

Em menos de quinze anos como treinador, Unai Emery subiu de patamar quatro vezes. Deixou três torcidas com saudade, e a do Sevilla sabe que falta pouco pra essa dolorosa despedida. Resta aproveitar o pouco tempo que resta, com um gênio sob o banco de reservas.

Além de ser um treinador moderno, sabe lidar com adversidades. Na atual temporada, sofreu com as saídas de Bacca, M'Bia, Aleix Vidal, entre outros. Como na temporada 13/14 onde perdeu o seu pilar do time, o croata Ivan Rakitic. E com os novos reforços, conseguiu títulos e boas colocações na liga, mostrou que não é refém de nenhum jogador, que sabe se virar. Alguma dúvida de que ele ainda pode evoluir seu patamar?

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