Rodrigo Gral permaneceu de cabeça baixa durante boa parte da entrevista coletiva que anunciou sua saída da Chapecoense. Nesta sexta-feira (8), foi oficializada sua rescisão contratual devido ao excesso de lesões, que impediram o atacante de ter uma boa sequência de jogos. A decisão foi tomada em mútuo acordo entre clube e jogador, mas o clima da coletiva foi de tristeza, conforme revela as palavras dos dirigentes da equipe. 

João Carlos Maringá, vice-presidente de futebol da equipe, explicou o motivo da saída do atacante. “Não é um bom motivo, ou alguma coisa que nos deixa feliz. Estamos anunciando o término de uma parceria, um casamento que deu muito certo. Trouxemos o Rodrigo em 2012 para a Chapecoense e tínhamos dúvida se ele ia bem no time, por causa da idade. Mas essa dúvida se dissipou logo. Posso dizer que o Rodrigo foi um dos melhores atletas que convivi. Ele foi um exemplo para o grupo nesse período. Ele é um exemplo de superação”.

Rodrigo Gral nasceu em Chapecó e a Chapecoense é seu time do coração. O atleta chegou a equipe em setembro de 2012 Antes disso, teve passagens por diversos clubes do Brasil e também do Japão e Catar. Marcou o gol de número 500 em sua carreira pela equipe do Verdão, pela qual declarou mais uma vez amor na coletiva. O atleta esteve presente no acesso à Série B e posteriormente no acesso à Série A. No Brasileirão, não foi titular.  

Após enxugar as lágrimas, o jogador agradeceu ao clube. “Agradeço à diretoria que permitiu que eu realizasse esse grande sonho. Agradeço à comunidade, funcionários do clube, a imprensa e o grupo de guerreiros da Chapecoense. Desde agosto, passei os melhores dias da minha vida. Vou ficar na torcida pela permanência na Série”.

Gral prometeu continuar ligado a Chape, mas desta vez como torcedor. Prometeu presença nas arquibancadas da Arena Condá, desta vez como torcedor, para apoiar a equipe na luta pela manutenção na Série A.

“Chegou a hora de voltar para a arquibancada da Arena Condá, como torcedor. Estamos encerrando uma parceria que deu muito certo a meu ver. Infelizmente neste ano, por conta de duas lesões sucessivas, não pude render o que gostaria e a entidade esperava de mim”, declarou.

Sandro Pallaoro, presidente da equipe, contou a história da contratação do atacante, e revelou que o acerto aconteceu pelo amor do jogador ao clube.

“Disse para ele que sentia vergonha de estar ali, porque não teria condições de oferecer um salário à altura do que ele representava para o futebol. Ele me respondeu que não queria ganhar nada, que nasceu em Chapecó e seu sonho era jogar no nosso clube. Tem que ressaltar o trabalho dele no nosso clube, a humildade com os demais jogadores, a liderança”.

Rodrigo Gral não deve parar de jogar futebol agora que deixou a Chapecoense. O jogador revelou o desejo de continuar atuando profissionalmente por pelo menos mais uma temporada. Seu contrato será rescindido oficialmente apenas quando o atleta encontrar uma nova equipe para jogar.